3°O "Abre e Fecha" da Porta da Graça Adventista (Parte 1)

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CAPÍTULO TIRADO DO LIVRO: DESCORTINANDO O ADVENTISMO
AUTOR: GLEYSON PERSIO
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Após o Grande Desapontamento de 1844 o movimento Milerita se dividiu em dois grupos. O primeiro grupo, ao qual o próprio Miller se uniu posteriormente, reconheceu que nada de relevante realmente havia ocorrido em 22 de outubro de 1844 e seguiram as suas vidas aguardando normalmente o retorno de Cristo. Esses adventistas rejeitaram completamente a ideia da doutrina do santuário celestial como forma de reinterpretação da vinda de Cristo em 1844 e ficaram conhecidos como os "Adventistas da Porta-Aberta".

O segundo grupo reinterpretou a profecia dos 2.300 dias de Daniel 8:14 como a doutrina do santuário celestial e do juízo investigativo, e acreditou que a porta da graça havia sido fechada nesse dia. Esses se tornaram conhecidos como os "Adventistas da Porta-Fechada". Desse segundo grupo surgiram os fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Até os dias de hoje os adventistas acreditam que haverá uma época não muito distante em que a "Porta da Graça" será fechada e que não haverá mais chance para salvação para quem quer que seja. É interessante, contudo, que apresentemos a evolução dessa teoria ao longo dos anos, a fim de que possamos conscientizar o leitor da constante mudança de pensamento doutrinário dessa igreja, que sempre teve que se adaptar as caprichosas e pitorescas mudanças de pensamento da sua "profetisa" e líder, Ellen White.

Os Mileritas criam que a parábola das 10 virgens de Mateus 25:1-12 falava da experiência que eles haveriam de ter com a vinda de Cristo em 1844. Os "Adventistas da Porta-Fechada", que continuaram acreditando que o dia 22 de outubro de 1844 foi uma data profética relevante, acrescentaram um pouco mais de fanatismo à parábola das 10 virgens. Nessa parábola, as virgens prudentes entraram com o noivo na festa da celebração das bodas e então "a porta foi fechada". Esses adventistas acreditavam que eles eram as "únicas noivas" que estavam preparadas. Eles passaram a ensinar, portanto, que todos aqueles que rejeitaram a mensagem de 22 de outubro de 1844 representavam as virgens néscias que ao baterem na porta do noivo, ouviram: "Em verdade vos digo que não vos conheço".

Em outras palavras, o "pequeno rebanho" adventista era o único povo a quem a "porta da graça" ainda estava aberta. Para todos os outros, a porta havia se fechado.

Simultaneamente ao fechamento da porta da graça a todos aqueles que não aceitaram a mensagem de 1844, os "Adventistas da Porta-Fechada" acreditavam também que Cristo havia fechado a porta do Lugar Santo do santuário celestial. A própria Ellen White disse que viu tudo isso acontecendo no céu. Vejamos:

"Foi-me mostrado o que teve lugar no Céu, no final do período profético, em 1844. Terminando Jesus Seu ministério no lugar santo, e fechando a porta daquele compartimento, grande treva baixou sobre aqueles que tinham ouvido e rejeitado as mensagens de Sua vinda; e O perderam de vista. Jesus então envergou vestes preciosas. Na extremidade inferior de Suas vestes havia uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã.

Um peitoral de confecção curiosa estava suspenso de Seus ombros. Movendo-Se Ele, luzia como diamantes, avolumando letras que pareciam semelhantes a nomes escritos ou gravados no peitoral. Sobre a cabeça trazia algo que tinha a aparência de uma coroa. Quando ficou completamente ataviado, achou-Se rodeado pelos anjos, e em um carro chamejante passou para dentro do segundo véu. Foi-me então ordenado que observasse os dois compartimentos do santuário celestial. A cortina, ou porta, foi aberta, e foi-me permitido entrar." (Primeiros Escritos, pág. 252).

Ou seja, para todos os efeitos, a porta da graça havia se fechado para qualquer um que não fizesse parte do movimento adventista nessa época. É bem provável que a raiz da mentalidade exclusivista que ainda permeia a IASD nos dias atuais, tenha surgido nessa época, com a ideia da porta da graça fechada.

Mitos De Ellen WhiteWhere stories live. Discover now