Xeque Mate

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No hospital, Jungkook estava preocupado com a saúde de Jimin, o garoto havia passado muito mal e o policial duvidava que fosse apenas por causa da queda que Jimin havia levado na escada do avião, será que Taehyung o mantinha sem se alimentar? Ou coisas piores? Queria que o rapaz se despertasse logo para contar tudo que acontecia.

— Nada? — Perguntou pra enfermeira pela milésima vez. — Nada? Nada de estranho? Nada de diferente?

— Não moço, estou dizendo. — Ela até releu o relatório na prancheta. — O exame de sangue está ok, ele está saudável, só o trauma na cabeça que o deixou inconsciente.

— Quando ele vai ter acesso a um psicólogo?

— Assim que acordar...

— Quando ele vai acordar?

— Moço, eu não sei... — A mulher estava quase chorando. Era incrível como uma farda policial conseguia fazer pressão mesmo num cidadão inocente. — A gente não tem certeza de quando um paciente vai acordar, me desculpa, mas ele não tá em coma, com certeza...

— Aish! — Balançou a cabeça negativamente, com as mãos nas ancas. — Tudo bem, tudo bem... eu espero. — Voltou a se sentar no banco de plástico no corredor de quartos da emergência.

— E-esperar? O senhor vai ficar aqui, moço...?

— Vou.

— O-ok, eu...aviso se acontecer alguma coisa.

— Sim, por favor. — Apoiou os cotovelos nos joelhos e baixou a cabeça, suspirando. Ah...estava tão cansado. Depois de semanas preocupado com Jimin, e então perceber de repente com quem ele estava e seu plano, e então armar toda a investida pra quando ele chegasse... é, agora era como se o peso de todo aquele esforço e adrenalina caísse nos ombros de uma vez. — Jimin, você é completamente maluco. — Murmurou pra si mesmo, sorrindo discreto e caindo no sono, ali mesmo, sentado com os cotovelos nos joelhos.

— Policiais... tsc. — Hoseok o observou de longe, com as mãos nos bolsos enquanto esperava a enfermeira voltar do quarto e permitir que pudesse ver Jimin. — Quanta merda... — Ainda estava tenso, conseguindo sentir o coração batendo como asas de borboleta na garganta. Apesar de ter conseguido escapar, sua situação estava feia agora, menos pela polícia ter confiscado seu avião e a essa altura já ter descoberto que era de alguém que voava ilegalmente e mais porque Taehyung deveria ter interpretado tudo errado e a essa hora já estar pensando em cortá-lo em pedaços, fritar e dar de isca pra Yeontan comer.

— Isso se ele achar o Tannie... — Murmurou, rindo de nervoso, entrando no quarto depois que a enfermeira conversou com ele, dizendo que podia entrar mas que não tentasse acordar o paciente. — E aí, cara? — Falou com Jimin, olhando com pena pra faixa em torno da sua cabeça. — Muitas emoções, hein? Agora eu e você estamos lascados. — Suspirou, tirando uma das mãos do bolso da calça. — Se você quer sair dessa tanto quanto eu, então vai precisar. — Apertou nos dedos o pedacinho de papel, antes de o colocar embaixo do travesseiro de Jimin, com cuidado. — Eu confio em você.

Algumas horas se passaram e nada de Jimin acordar, Jungkook não poderia esperar por ele para sempre, por isso, decidiu uma última vez entrar para olhar o rosado.

Ao entrar no quarto outra vez, com permissão da enfermeira, o policial deslizou a mão de leve pelos cabelos macios do Park e sussurrou:

— Eu sei que você está muito cansado e que em breve vai acordar, eu não vou estar aqui. Mas eu quero que você saiba, que assim que meu expediente acabar eu volto para te ver. Você é e sempre vai ser muito importante para mim, Jimin e o jeito como se arriscou para nos ajudar a pegar aquele homem vai ser lembrado como ato heróico, o erro de não o ter capturado foi nosso. – suspirou mais uma vez e aproximou o rosto até o de Jimin, os lábios estavam tão próximos que Jungkook sentia a respiração calma do rosado bater contra seu rosto e aos poucos foi se aproximando cada vez mais, até que ambos os lábios entrassem em contato, num selinho cheio de amor e admiração vindas do policial ali.

Por um Fio - VminWhere stories live. Discover now