O Anti-Herói - Prólogo

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Uma noite do alto de um prédio

Vendo a cidade por cima

Você disse a gente aprende

A voar na descida

O mar não parecia tão sufocante, mesmo naquela situação. O garoto olhava para a lua. Ela diminuía a cada segundo, enquanto seu corpo era puxado para baixo.

Ele fechou os olhos. Fechou também o seu próprio coração. Não queria sentir medo, apenas o seu ato final - a sua própria morte.

E você foi tão mais alto

E eu fiquei com o que dói

Em queda livre eu sou mesmo

Um anti-herói

Sua consciência se foi. Ele já estava na escuridão. Em sua mente, ele se via deitado em meio às sombras de sua alma. O caminho de seu fracasso o consumia. No fim, ele realmente desistiu.

-Pode me levar de uma vez, destino, ou qualquer outro nome que você receba - Poderia ser em um tom calmo, contudo, este momento era melancólico. Ele se sentia vazio.

Mas no fundo...

Para a sua surpresa, no meio de todo aquele breu denso, uma luz brilhava diante de si. Seus olhos cintilam juntamente com essa pequena chama que dissipou todas aquelas amarras sombrias.

Uma mãe foi estendida para si.

Esperança

Era isso que o chamava naquele momento, a sua esperança. Porém, antes que pudesse processar e tomar alguma iniciativa, ele se encontra em um clarão. Lá estava ele, deitado na areia.

-Como...- Ele levanta o seu tronco, e olha ao redor. Virando um pouco pra trás, ele se depara com a auditora do grêmio estudantil, Miko Lino. Infelizmente, aquela situação não tinha ficado positiva para ela. Ela segurava seu braço direito junto ao seu smartphone. Provavelmente ela já tinha pedido socorro.

-Já imaginou como seria cômico morrer afogado em Copacabana? Talvez uma morte patética combinaria com você - a dor obrigou-a a se calar, enquanto pressionava o úmero.

Olhar para Miko naquela situação fez o seu coração pesar. Geralmente, ele era quem a apoiava pelas sombras, e, no final, ela foi quem o segurou. De todas as pessoas, ela foi a que mais se importou.

As lágrimas foram inevitáveis, mesmo que ele não quisesse chorar. Existia um misto de agonia e alívio nestas lágrimas.

-Você tá chorando? Quem deveria estar chorando sou eu, porque isso dói muito - a garota se escorava em um pequeno barranco, enquanto explorava suas possibilidades de amenizar sua dor.

Ele não encontrava palavras. Não conseguia desculpar-se e muito menos confortá-la.

"O que é que eu estava pensando?"

ANTI - HERÓIWhere stories live. Discover now