Capítulo 17

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SELIN

As pessoas insistem em dizer que a dor um dia passa, mas quanto tempo ela ainda dura? Já faz um mês desde a tragédia, um mês que perdi o meu filho.

Ainda não consegui superar aquele dia pois ele ficará marcado para sempre em minha memória mas estou tentando viver a minha vida o mais normal possível.

Desde o dia em que pedi para o Théo ir embora ele nunca mais me procurou, descobri através de Lucas que a Laura está morando na casa do Théo, mas ele me garantiu que eles não tinham nenhum tipo de relacionamento.

Tanto que depois de amanhã será a audiência com o juiz para se divorciarem, ela só está passando um tempo lá enquanto não se estabiliza.

Mas de qualquer maneira eu não me importo, ou talvez eu me importe um pouco mas tento não pensar muito à respeito.

Théo tem sido o maior protagonista dos meus pensamentos, mas tenho certeza que em breve irei esquecê-lo de vez.

Me despeço das minhas colegas ao sair da Universidade, elas seguem os seus caminhos enquanto eu vou em direção ao ponto de ônibus.

Entretanto paraliso ao notar a pessoa que eu menos esperava encontrar nesse momento.

— Jhon? —encaro ele que está encostado no seu carro perdido em pensamentos, ao ouvir a minha voz ele me encara.

— Selin. —murmurou enquanto dava alguns passos em minha direção.

Já fazia cerca de três meses que nos vimos da última vez. Olho para ele e não sinto nada do que eu sentia por ele antes de descobrir sobre a traição.

— O quê faz aqui?

— Fiquei sabendo que você está grávida. —disse ele ao parar na minha frente. — É verdade?

— Como você pode ver, eu não estou. —respondo firmemente apontando para a minha barriga. — Se era com isso, com licença.

Tento passar por ele mas Jhon segura o meu braço me obrigando a parar.

— Vi também em um site de fofoca que você estava tendo um caso com o Théo LeBlanc.

Puxo o meu braço da sua mão e o olho irritada.

— Não te devo satisfação da minha vida!

Volto a andar mas paro novamente ao ouvir as suas próximas palavras.

— Na época que estávamos juntos você me traiu com ele?

Fecho os meus olhos e respiro profundamente em seguida me viro para encará-lo.

— Não Jhon, eu nunca te traí sabe por quê? Porque eu jamais me prestaria a fazer uma coisa dessas porque eu te amava e quem ama não machuca como você me machucou.

Ele fica em silêncio e percebo que está surpreso por minhas palavras, logo ele me olha arrependido.

— Voltei por você. —confessou. — Eu errei, nunca deveria ter feito o quê fiz com você eu ainda te amo, Selin...

Respiro fundo.

— Se veio para isso, devo te dizer que perdeu o seu tempo. —asseguro sériamente.

— Eu te perdi não foi mesmo? —perguntou com os olhos marejados, apenas assenti. — Eu sinto muito por tudo.

— Eu também sinto.

Sem dizer mais nenhuma palavra dou-lhe as costas outra vez e vou embora para o ônibus.

Assim que chego em casa jogo a minha bolsa em cima do sofá e vou tomar banho. Me arrumo e vou para a padaria dos meus pais, infelizmente eu ainda não havia conseguido um emprego então aceitei a proposta do meu pai de trabalhar com ele.

Sempre que volto da faculdade vou direto para lá. A padaria fica quinze minutos à pé da nossa casa então sempre vou andando.

— Oi filha. —mamãe me cumprimenta com um beijo na bochecha assim que chego.

— Oi, mãe vou colocar o uniforme já começo a servir as mesas.

Depois de vestir o uniforme da padaria começo a servir as mesas, por sorte a padaria dos meus pais é bem movimentada.

Após atender algumas mesas me surpreendo ao ver a senhora Nancy entrar e se sentar em uma das mesas, ela sorri para mim e faz um gesto com as mãos para me chamar. Um pouco cismada me aproximo.

— Senhora Nancy, o quê faz aqui? —questiono curiosa.

— Vim conversar com você, sente-se comigo.

Mesmo hesitante puxo uma cadeira e me sento.

— Sobre o quê quer falar?

— Sobre o meu filho.

— Olha senhora, eu não quero ser mal educada mas se o assunto é esse não temos nada para conversar.

Me levanto mas ela se levanta ao mesmo tempo.

— Por favor, apenas me ouça eu não vou demorar muito. —pede então nos sentamos novamente.

— Estou ouvindo.

— Selin, o meu filho vive muito triste desde que você o expulsou da sua vida, sabe o Théo é um homem que já passou tanta coisa nessa vida mas nunca deixou que a amargura tomasse conta dele.

— Não se preocupe senhora, tenho certeza que ele irá superar rápido ainda mais com a presença da Laura na casa dele.

A senhora Nancy sorri enquanto segura a minha mão.

— A Laura é uma boa mulher tem um coração grande entretanto ela fez algumas escolhas erradas no passado, ela entendeu que o Théo não está mais interessado nela e respeita isso. —ela sorri outra vez. — Depois do divórcio ela vai embora, Théo vai comprar uma casa para ela, pode acreditar eles não tem nada e ela não pretende ser um empecilho na relação de vocês.

Confesso que fico surpresa por suas palavras, será que ele realmente escolheu a mim e não a ela?

— Por quê você não dá uma chance ao meu filho? —questiona. — Você é a única quê está colocando distância entre vocês dois.

— Se ele está tão interessado em mim por quê não foi ele quem veio até mim e sim a senhora? —puxo a minha mão da sua e cruzo os meus braços.

— Isso você terá que perguntar a ele, o Théo não sabe que estou aqui vim por conta própria. —explica. — Por que você não vai falar com ele em? Dê  uma chance ao amor menina.

Sem dizer mais nada ela se levanta e vai embora, permaneço sentada pensando em cada uma das suas palavras.

Será que estou sendo egoísta? Será mesmo que devo dar uma chance ao amor e trazer um pouquinho mais de felicidade em minha vida?

Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora