22 | life is a mystery

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— O meu nome... — Eu também não sabia.

Eu era apenas uma casca vazia, e tal como uma permaneci sem me mover, apenas sentada sem noção de tempo, esperando por alguma mudança. Havia uma pequena janela no quarto, com grades e alta o suficiente para que eu não alcançasse, mas de um tamanho suficiente para notar a mudança no céu do lado de fora.

O que era azul claro, com nuvens brancas, passou a um forte alaranjado para escurecer ao ponto de quase se tornar preto com pequenos pontos brilhantes. Havia anoitecido e nada aconteceu, ninguém apareceu.

Com as pernas trêmulas eu me levantei, apoiando-me com os braços pela parede até que eu chegasse à pequena cama. Suas molas rangeram quando eu me deitei, puxando o fino lençol para me cobrir, meus olhos permaneceram na janela observando as estrelas.

Quando o sono já me entorpeceu e piscar de olhos se tornavam curtos cochilos, um barulho chamou minha atenção. Meus olhos correram pelo lugar escuro, antes de enfiar minha cabeça para debaixo do lençol a tempo de ver a porta sendo destrancada.

— Mary? — Uma voz gutural soou como a coisa mais bela a se ouvir.

Não me movi mesmo quando ouvi passos se aproximando de onde eu estava, tentei manter minha respiração o mais calma que podia e fechei os olhos para que a pessoas achasse que eu estava dormindo e saísse de volta a sua busca.

— Vamos, Mary. Não temos muito tempo. — A frase soou melódica quase me convencendo.

A coberta foi puxada delicadamente puxada para longe de meu corpo, no entanto o desconhecido não fez menção de encostar em mim. Os segundos se passaram em completo silêncio, me fazendo acreditar que não havia mais ninguém ali.

Hesitantemente abri os olhos, piscando algumas vezes para me acostumar com a escuridão e em poucos segundos encontrei a silhueta parada em pé a poucos centímetros da cama. Duas íris brilharam em meio ao breu, vermelho sangue.

Não é muito comum em humanos olhos de tal cor, exclusivamente neste tom que pareciam tão perigosos. Mas me pareciam tão familiares que eu não conseguia temê-los, era a única coisa que meu subconsciente parecia se recordar meramente.

— Não temos muito tempo. — Ele estendeu sua mão em minha direção, tão branca que parecia fantasmagórica. — Devemos nos apressar.

Apesar de insinuar urgência, sua voz transbordava calma e confiança e foi por isso que aceitei sua mão extremamente fria, levantando-me da cama com sua ajuda. Meu coração disparou com a expectativa de sair daquele lugar.

O estranho me guiou até a porta que deixou aberta, não viu necessidade de olhar para os lados em busca de qualquer pessoa ao sair, me guiando corredor a frente. Seus passos eram mais silenciosos que os meus, mesmo que eu fosse a única a estar descalça.

Nada mais foi dito enquanto andávamos para fora daquele lugar, quando atravessamos os grandes muros e grades que me prendiam por tanto tempo, pude respirar mais calmamente, senti a grama embaixo dos meus pés. Estava livre.

Já havíamos nos afastado bons metros quando do edifício quando eu tive que parar, não aguentando mais andar. Eu me virei para olhá-lo mais uma vez, diferente de mim não demonstrava nenhum sinal de cansaço por nossa corrida.

— Por que está me ajudando? — Sussurrei olhando-o. — Qual o seu nome?

— Espero que se recorde em breve. — Foi sua resposta ao sustentar meu olhar profundamente, esticando uma mão em direção ao meu rosto, no entanto se deteve no último segundo.

Não satisfeita abri meus lábios prontamente para questioná-lo, porém uma rajada forte de vento às minhas costas me impediu, exatamente como um fantasma, outro homem surgiu, também possuía olhos vermelhos. Estes, entretanto, não me pareciam nenhum pouco reconfortantes.

Um som animalesco soou de sua garganta enquanto abria a boca, exibindo longas presas. Sua atenção revezava-se entre mim e homem que me ajudara, antes que meus olhos pudessem captar o movimento ambos estavam de frente um para o outro.

Pareciam discutir fervorosamente, mas meus ouvidos humanos não podiam captar nada além de frases desconexas pela rapidez em que falavam. Em um piscar de olhos, eles novamente avançaram, os corpos se chocando quando iniciaram uma duelo, o som soava como trovões.

— Saia daqui, Mary! — A voz agora era quase outra pela tamanha raiva que carregava.

Não hesitei em obedecê-lo, adentrando a floresta rapidamente. Meus pés eram cortados por galhos e cascalhos espalhados pelo chão, fazendo-me desacelerar conforme a dor aumentava.

Continuei correndo por longos minutos, não tendo a mínima ideia de para onde ia. Minha garganta doía pelo vento frio que adentrava ao respirar pela boca, quando meu nariz já não puxava ar suficiente para meus pulmões.

Muito rápido para que eu pudesse impedir, meu pé se enroscou em alguma coisa e eu fui para o chão, sentindo a ardência em meu queixo enquanto sangue escorria dali. Já não aguentando correr, me arrastei até uma árvore, esperando que ela me escondesse.

Não sabia como, mas sabia que estar sangrando só piorava as coisas.

Constatando meus pensamentos, o som de um galho se partindo soou próximo, virei minha cabeça tão rápido que meu pescoço doeu. Para minha infelicidade, não foi o meu salvador que apareceu.

Antes que eu fizesse menção de me levantar e voltar a correr, o loiro já estava na minha frente. Ele possuía um sorriso sádico, uma expressão horripilante, seus olhos agora eram quase completamente negros, com uma insinuação maliciosa.

Não havia nada que eu pudesse fazer além de gritar quando ele avançou, abrindo sua boca e atacando o meu pescoço.

Fechei os olhos transtornada pelo medo, e quando os abri novamente a floresta a minha volta havia sumido. De repente, eu lembrava meu nome e onde estava, parada à porta do banheiro em meu quarto na casa da família Cullen.

Isso não me acalmou. Pois eu não havia apenas tomado noção disso, minha cabeça doía pela forma como o sonho e a realidade se encontravam em detalhes semelhantes.

— Vampiro. — A palavra escapou de meus lábios como uma sentença.

O passado de Alice finalmente foi revelado, assim como a verdade

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O passado de Alice finalmente foi revelado, assim como a verdade. Como será que Selene irá reagir?

Caso tenha ficado alguma duvida, Alice possuiu Mary como primeiro nome. Pouco de seu passado  é revelado nos livros de crepúsculo, havendo a versão contada para Bella por James, isso e uma curta metragem foram minhas inspirações para esse capítulo.

O que acham do misterioso vampiro que tentou salvar Alice? Estou desenvolvendo um plot nos rascunhos com esse personagem, juntamente com um par para Jasper também. 


Redline | TwilightWhere stories live. Discover now