toxic

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bom, dois cap em um dia, vou aproveitar que tô com ideia, já vou deixar avisado que esse cap vai falar sobre relacionamento tóxico, e se você está em um e se identifica com o que vai estar nessa fic, tome medidas antes que fique pior. E obviamente, vai ter palavrões, se acontecer algo que possa dar gatilho, eu aviso ao longo da fic, okay?


S/N pov

Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho, afinal, já era 22:00 da noite, minha mulher provavelmente está dormindo, a mesma chegou de viagem hoje e deve estar cansada, tive que ficar até mais tarde na empresa e não pude avisá-la pois meu celular descarregou e eu saí atrasada, então obviamente esqueci a droga do carregador.
   Tirei meu scarpin e sobretudo, já que a temperatura ambiente estava agradável, vou em direção ao meu quarto..

   - Onde você tava? - subo meus olhos vendo o abajur aceso, Billie segurando um livro entre suas mãos, com seu óculos de descanso, um coque um tanto quanto "desleixado" e de baby-doll com um roupão deixando uma fenda generosa na sua perna, uma visão um tanto quanto sexy.

- Oi, vida!! - falo animada me aproximando pra depositar um selinho no seus lábios quando a mesma vira o rosto.- Credo, amor. Teve uma viagem ruim? - pergunto não entendendo o porquê do ato.

- Eu.perguntei.onde.você.tava. - diz pausadamente.

- Uai, eu tava na empresa, tive que terminar o balanceamento de linha pra entregar pra Lauren. - suspiro cansada, já que toda vez ela tem essa desconfiança, ultimamente estamos brigando muito, sinto falta da antiga Billie.. Mas eu ainda a amo, e acredito que ela possa voltar a ser como era.

- E você tá indo assim? - me olha com desdém.

- "Assim como"? - franzo o cenho não entendendo muito bem.

- Parecendo uma puta. - volta sua atenção ao livro.

  engoli o nó que se formou na minha garganta, ela sabe que isso é um gatilho pra mim, por causa do meu passado e fui rumo ao banheiro a fim de tomar um banho pra descansar.

              Flashback on (alerta gatilho)

     - Eu não acredito que filha minha tá fazendo isso! - minha mãe fala apontando o dedo na minha cara. - Por que isso, S/N??! Por que???! Você é um desorgulho pra essa família, o seu pai sentiria nojo de você, ainda bem que ele morreu antes disso.

- Isso só porque você descobriu que eu beijei uma mulher?? - falo incrédula.

- Eu sempre te dei de tudo, minha filha. Nunca exigi nada de você além de seus estudos, te dei comida, um lar, roupas e amor! - diz entre soluços.

- Você chama isso de "amor" ??! você me sufoca, desde o dia que eu nasci, você não me deixa trazer ninguém pra casa, todos os trabalhos que eu faço, eu faço sozinha!! Quando eu me aproximo de alguém você faz de tudo pra nos afastar, e consegue! No começo eu até aceitava, mas agora??? Eu tenho só 16 anos, e já passo por esse inferno. Sinceramente, eu não pedi pra nascer assim! - sinto minha visão ficar embaçada por conta das lágrimas que teimavam em escorrer.

- Eu não criei filha minha pra ser puta! Você sabe que isso não é aceitável, você sabe o quê suas tias e sua vó vão pensar de você e de mim???! Isso é contra Deus, você vai pro inferno, não vê isso???! - aumenta o tom de voz.

- Sinceramente??! eu não ligo pra parente nenhum, eles não convivem comigo e eu não preciso deles pra me dizer o que eu tenho que fazer ou não, se eu sou puta por beijar alguém do mesmo sexo, que se foda, eu tô cansada dessa porra toda, e para de colocar Deus no meio, ele não existe, e se existiu, morreu! - sinto um ardume na minha bochecha, olho pra minha "mãe" e vejo ela me olhar decepcionada.

- Você acabou de me dar um tapa? - massageio o local. - Pode deixar, a partir de hoje eu não fico mais aqui. E outra, não coloque o papai no meio, ele sabia o que eu sou, e me deu maior apoio.

                         Flashback off


   Desligo o registro e me enrolo na toalha, passo por Billie e a mesma não dá a mínima, vou em direção ao closet me trocar. Visto minha calcinha e pego uma camiseta da Billie.

- Por que você tá com a minha camiseta? - pergunta sem tirar a atenção do livro.

- Não posso mais? - uso tom irônico.

- Não.- responde seca.

- Ah, que pena, devia ter falado antes. - Me deito e puxo o endredom, pego o macbook do criado mudo e começo a responder alguns e-mails.- Eu acho que a gente já era. - Falo sem desviar minha atenção da tela à minha frente.

- Eu acho que não. - Me olha.- Por que você acha isso?

-  Nós não estamos mais dando certo, toda hora essa desconfiança, a gente não faz amor mais, nem se beija, toda hora brigamos e discutimos por algo besta, você vive viajando, não me liga mais, se eu não te mandar mensagem, você não me manda. Eu sempre tenho que dar satisfação de onde eu tô, com quem eu tô. Eu não aguento mais. - Denuncio com a voz embargada.

- Desculpa, eu prometo melhorar. - Diz se aproximando.

- Não Billie, não tem essa. - Levanto. - Você já fez promessa demais, e não cumpriu. É sempre a mesma coisa, eu tô cansada. - lágrimas começam a transbordar. - Eu olho pra você e vejo a pessoa que eu amei, eu ainda tô com você na esperança de que tudo isso vai passar, que isso é só uma crise de casal. - Fito a mesma que chorava. - Eu te amo, mas não acho que nos damos bem como casal, você tá me tratando de uma forma horrível. - digo soluçando.

- Você tá se vitimizando, como sempre faz. - seca as lágrimas.

- Eu quero terminar. - coloco um ponto final naquilo. - Eu preciso aprender a valorizar o amor de verdade, as pessoas, as coisas ao meu redor, e creio que com você, nada disso será possível. Óbvio que isso vai ser doloroso porque meu coração ainda teme em te amar. - Lágrimas teimavam em descer. - Eu sei o mal que te causei e as vezes que te magoei, eu reconheço isso. Sei que não fui perfeita, mas eu sempre tentei melhorar.

- Se é assim que você quer, que seja. - Billie se levanta e vai em direção ao closet.

- O que você vai fazer? - pergunto.

- Vou arrumar minhas coisas pra ir embora. - responde com um tom de raiva.

- Pode deixar, quem sai sou eu. - a mesma me olha incrédula.

seis anos depois..

As vezes me questiono se tudo o que aconteceu até hoje foi realmente necessário, e creio que sim, se eu não tivesse ido embora todas as vezes, eu não teria me conhecido e me descoberto, eu não teria tanta oportunidade que tive. Se fosse pra voltar no tempo e mudar alguma coisa, a única que eu mudaria era o acidente que o meu pai sofreu. Queria que ele estivesse comigo aqui. Vendo sua filha ser dona de uma das maiores empresas do país, com dois "filhos"  lindos, um de pelagem rala em uma tonalidade cinza e o outro com pelo médio na cor dourada, Shark e Slink, um pitbull e um golden retriever. Umas das coisas que aprendi ao longo da minha vida é que não precisamos de ninguém pra ser feliz, sempre que me diziam isso, eu achava que era bobagem, mas hoje concordo e vivo isso, encontrei minha paz e finalmente minha calmaria.













peguei oceis, no próximo eu juro trazer um capítulo com gayzisse. Até mais galeraaa

               

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