*Sem Revisão*
"Não há escolhas quando se trata do que já está escrito e não há desculpas quando o dever precisa ser cumprido."
Em uma era regida por impérios, uma batalha nunca esquecida traça o início de um novo tempo. Algo grande está por vir, um...
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Névoa, Ondas e Fogo
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- O que te perturba? - os leves dedos de Maiko passearam pelo rosto extremamente sério.
- Hum? - Estava com o pensamento distante e não poderia dar uma desculpa qualquer. - Estou pensando em todos os acontecimentos recentes. - não mentiu; mas optou por omitir o episódio com a Resplandecente. Em meio a todo o cenário em que as coisas se desenvolviam, as palavras de Ilana martelavam em sua mente.
Não poderia ignorar a suposição de ter cometido um grave erro.
- Hummm, sabe que não conseguiria me enganar, mesmo que quisesse. - como uma gata manhosa, Maiko aninhou-se sobre seu peito e por fim, alcançou seus lábios, onde depositou um leve beijo. - Está se sentindo afrontado por ele ter saído do fogo sem avisar ou sequer prestar respeito, não é?
Raiden soltou a respiração que nem percebeu estar segurando. Por um rápido momento chegou a temer a possibilidade de Maiko saber que a verdade sobre a paternidade de Ken foi-lhe esfregada na cara da forma mais simples e imprevisível possível.
Não sabia qual seria a reação dela, mas sequer sabia o que faria com essa revelação que expunha sua dúvida e subjuga suas certezas, movendo seu ego para as profundezas do remorso e trazendo a tona a sensação de um alívio tolo, visto que não tinha ideia do que fazer a partir dali.
- Talvez você tenha razão... - tentou descontrair e disfarçar, mas seu suspiro o entregou.
- Talvez? - ela perguntou e o leve tom na voz da imperatriz confirmou a Raiden que ela realmente não fazia ideia do que houve na praia. - Ah querido, o que você precisa é relaxar... - o tom sugestivo e o rubor nas maçãs do rosto alvo como uma preciosa peça porcelanada fez com que o senhor do fogo aguçasse a visão e liberasse um sorriso canteiro, repleto de segundas, terceiras e tantas outras intenções...
Por hora, apenas se afogaria entre as pernas da razão de sua loucura, e deixaria suas perturbações para serem resolvidas longe dela porque era egoísta demais para aceitar qualquer possibilidade de um outro afastamento.
Em outro local do castelo Yamazaki, a rainha de Lumia permanecia na janela, hora olhando para o céu nublado, cujas nuvens ameaçavam outra tempestade em meio a primavera.
O xale de seda sobre seus ombros lembrava a cor dos olhos de sua filha, e as nuvens carregadas lhe trouxeram a lembrança de seu filho... Sorriu em meio as lágrimas de preocupação e saudade.
