O alfa olhou para a camisa e depois para a cama. Havia algumas gotas de sangue em ambos, mas não era algo grave. 

— Eu que sugeri que deitasse. E não há problema algum, pedirei que lavem tudo pela manhã.

— De qualquer forma, peço desculpas...

— Pare com isso. Quem deveria estar pedindo desculpas era eu. Eu que o mordi, Seokjin. — disse, dessa vez mais firme, para que o assunto se encerrasse por ali.

Namjoon continuou limpando a ferida com cuidado, mas, ao perceber que poderia ter sido um pouco rude em sua fala, olhou para o ômega. Buscou algo em seu rosto que denunciasse que estava irritado ou chateado, mas não encontrou. Seokjin não parecia incomodado com as palavras ácidas dele. 

Voltou-se para a ferida novamente.

— Dói? — perguntou.

— Não muito. Você está se sentindo diferente? Alguma mudança? 

— Não... Apenas não sinto a presença do meu lobo.

— Nem eu. Mas Black me explicou que isto aconteceria após a mordida. 

— Black?

— O meu lobo, o nome dele é Black.

Namjoon abriu um tímido sorriso, achando cômica a situação. Os nomes dos lobos deles se completavam. Se não soubesse que a alma gêmea do seu lobo possui uma essência cítrica, poderia jurar que seriam almas gêmeas.

— O meu lobo se chama White.

O ômega arregalou os olhos, surpreso.

— Que coincidência.

— É, realmente.

Namjoon continuou limpando o pescoço e o ombro do ômega em silêncio. Quando terminou, largou o tecido sujo de sangue dentro da bacia com água.

— Será que eles se darão bem? — Seokjin perguntou, verdadeiramente preocupado. Sabia que o seu lobo não era exatamente o estereótipo de um bom lobo ômega submisso. Black estava calmo nos últimos dias, mas aquele não era o seu normal. 

— Espero que sim... — Namjoon também pensou no próprio lobo, sempre tão teimoso. Será que ficaria satisfeito após conhecer o lobo de Seokjin? Ou será que continuaria reclamando da escolha de Namjoon em se casar com ele?

— Mas e se não se derem bem?

O alfa analisou o rosto do ômega, ele parecia realmente preocupado. 

— Nos preocuparemos com isto quando realmente for um problema. Por enquanto, não é.

Namjoon levantou-se. Pegou novamente a bacia com as duas mãos, mesmo que o braço ferido fosse mais fraco e dificultasse um pouco aquela ação.

— Deixarei isto lá em baixo e pedirei que Jimin o ajude a se trocar.

— Não, não precisa. Consigo me trocar sozinho.

— Tem certeza? Parece fraco.

— Tenho sim. 

Namjoon decidiu não questioná-lo. Saiu do quarto e foi até a cozinha novamente, encontrando, dessa vez, não só a Sra. Park, mas o seu filho também. Ao ver a água misturada com sangue, a ômega se assustou.

— Está tudo bem com o conde, milorde? — perguntou educadamente.

— Sim, não precisa se preocupar. Poderia apenas preparar um copo com água para que eu possa levar para ele?

— Certamente, milorde.

A ômega mais velha logo o entregou um copo cheio de água e o alfa se retirou. Não sabia se Seokjin já havia terminado de se trocar, mas queria evitar os olhares curiosos e de preocupação dos Park. Sabia, por Hoseok, que Seokjin havia se dado muito bem com ambos. O que era bom, pois assim o ômega não se sentiria tão sozinho na mansão.

O ômega do Conde | NamjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora