Marc Spector & Pensamentos Obsessivos

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Steven deixou-se por apoiar seu braço destro sobre a bancada esbranquiçada e passou a observar as poucas pessoas que passeavam pelo museu, pareciam super interessados nos objetos sendo amostrados ao público.
Grant estava se esforçando para esquecer o quê acontecera ontem, procurando qualquer coisa para esvairar os seus pensamentos que lhe perturbavam desde cedo, se sentia tão envergonhado pelo o ocorrido e não fazia a mínima idéia de como agiria perto da menina outra vez. Ignora-la, Steven! Simplesmente isso. O rapaz reprimiu os lábios e fechou os olhos, sentindo uma pequena enxaqueca tomar conta de seus pensamentos.

Maldito, Gus! Pensou. Logo pela manhã tinha marcado uma consulta para o pequeno peixe, sentia-se como um pai preocupado com o seu filho doente. — Bom dia, senhor beijoqueiro. — uma voz arrastada surgiu por trás do moreno. Steven revirou os seus olhos e virou seu corpo em direção ao amigo.

— O quê? — sua feição tinha um pingo de indignação.

— É! Você simplesmente largou eu e o James e foi atrás daquela ruiva. Depois voltou pedindo carona e todo.. desarrumado. — Benedict falava calmamente enquanto ajeitava seu blazer sobre os longos ombros. — Você é um folgado, Steven! Essa sua cara de santo não lhe ajuda às vezes.

— Como assim? — o moreno soltou uma risada nervosa, não conseguia se lembrar de nenhum ocorrido como este na noite passada. — Eu não tive nada com aquela mulher, Benedict.. eu só me lembro.. — Grant parou por um tempo, tentando raciocinar o quê o amigo tinha acabado de lhe dizer, os seus olhos foram diretamente até o pequeno espelho redondo que existia sobre a bancada, podendo ver sua face espalhada sorrir involuntariamente, arregalou os olhos e negou por alguns segundos. — Merda! Eu já volto.. pode ficar aqui no caixa rapidinho para mim?

— Quê!?

Steven segurou fortemente os ombros do amigo e olhou profundamente em suas orbes azuladas. — Dez minutos!

— Tá, tá! Vai rápido. — Benedict expulsou o amigo sinalizando com a mão e sentou-se sobre a cadeira onde o outro estava.

Sendo assim, o moreno deixou o espaço e procurou pelo o primeiro banheiro vazio no estabelecimento. Sentiu um curto choque de raiva caminhar por toda a extensão de seu corpo, sentindo uma indignação rodear os seus sentimentos. Os seus olhos explodiam emoções e seus punhos se fechavam automaticamente só de pensar nas consequências de sua tentativa, provavelmente falha, de obter uma conversa saudável e pacífica com ele.

Adentrou o pequeno cômodo e apenas visou todo o espaço para ter certeza de que estava realmente sozinho, travando em certo ponto ao ouvir aquela voz percorrer por sua mente. — Steven. — o moreno torceu sua cabeça em direção à sua imagem estampada no espelho, feição fechada e mãos em frente ao corpo. — Do quê você preci-..

— Marc, nós temos a merda de um acordo. — Grant disse com a voz alterada, caminhando para frente de seu próprio reflexo. — Você simplesmente se aproveitou da minha situação e foi.. atrás daquela garota! — dizia com a feição enojada. — Você é tão.. — suspirou pesadamente. — ..sujo. Por que resolveu voltar do nada?

— Qual é, Steven. Voltar? Você sabe que eu nunca fui embora. — a sua imagem no espelho caminhava de um lado para o outro, lhe jogando aquele olhar que fazia Steven o odiar ainda mais. — Vamos nos reconciliar..

— Reconciliar? —  Grant engoliu seco, se segurando para não acabar quebrando toda aquela vidraçaria em sua frente. Pousou suas mãos sobre a cintura e umedeceu os lábios levemente rachados — Olha, sério, toda vez que você aparece..

— Eu sei, eu sei.. eu errei, me desculpe. — Marc disse, não parecia muito convicto e confiante de seu pedido.

— O problema é que você nunca aprende, Marc.. — o moreno apontava diretamente para sua imagem, acusando-o. —  ..apenas fica longe da minha vida, tá legal? 

[...]

Miller caminhava sobre os corredores do campus de ciências biológicas. Em seus braços, vários livros com o tema focado em biologia marinha e correligionários que rodeiam esse assunto em principal foco. Tomou iniciativa de começar os seus estudos antecipadamente por conta própria, os seus dias tem sido tediosos sem ter muita coisa para fazer. E por pura curiosidade, sem influências, também pegou um livro específico de peixes kinguios.

A garota não conseguia retirar da cabeça a imagem de Steven segurando sua porta e lhe pedindo um favor para cuidar de seu peixe. Chegava ser perturbador o nervoso que sentia em chegar perto de seu edifício e obter a consciência de quê existia a possibilidade de trombar com o homem por ali. Isso é completamente errado. Steven só aparenta ser mais um bêbado conturbado, e Miller teve a grande chance de se tornar sua vizinha.

Largou os livros sobre a mesa amadeirada da pequena sala de estudos, pensando que por ali existiria a maior chance dela prestar atenção em suas pesquisas. Ao sentar-se sobre a cadeira, observou a garota loura da mesa ao lado e franziu o cenho. — Margaret? — arriscou chama-la.

— Evangeline! — a outra sorriu abertamente quando obteve a imagem da morena em seu campo de visão. — Coincidência você por aqui! Tudo bem?

— Eu ando bem. — sorriu docemente, passando a retirar sua caderneta esverdeada de dentro da sua mochila. — E você? Não consegui falar com você após a "inscrição".

— Céus! Aquilo foi um questionário sobre sua vida, isso sim. — a australiana confirmava entre alguns risos. — Eu ando muito bem, ansiosa para os estágios da semana que vem.

— Eu também ando muito nervosa em questão à isso. — Evangeline apontou para os livros ao seu lado. — Vou tentar dar início a um plano de estudos para ficar mais atualizada aos novos conteúdos. — a loura levantou-se de sua cadeira e fora visualizar os livros adquiridos por Evangeline alguns minutos atrás. Suas mãos agarraram o livro "A Civilização do Peixe-Vermelho", podendo ver a mesma soltar um ar de curiosidade.

— Livro interessante! Meu namorado tem vários desses peixes e eles dão um trabalho absurdo. — ela comentou com a feição indignada.

Por outro lado, Miller interessou-se pelo o assunto comentado pela nova colega do curso. — Que tipos de trabalho? — questionou-a um pouco receosa.

— Eles são bem frescurentos. Qualquer coisa podem lhe afetar com facilidade, seja temperatura da água até a solidão.

— Mas eles não são animais que preferem estar sozinhos?

— Depende. Um dos kinguios de Alex estava simplesmente agredindo os outros peixes, já que ele prefere ficar sozinho. Porém tinha um que se estressou por estar solitário no aquário, só foi melhorar com a chegada dos novos companheiros. — Margaret explicava calmamente.

Evangeline escutava com atenção e guardava às informações obtidas pela outra. Talvez poderia ser à situação do peixe de seu vizinho, ou não. Merda, Evangeline! Por que você simplesmente não esquece e tira o Steven de sua cabeça? Xingou-se mentalmente e deixou um suspiro pesado esvairar.

— Você tem um?

— Tem o quê? — franziu o cenho, saindo de seus pensamentos.

— O peixe, um kinguio.

— Ah.. não, não. Conheço alguém que tem. Obrigada pelas informações, Margaret.  — Miller sorriu com ar simpático e virou-se em direção aos seus livros, desejando começar tudo o quê planejou em questão de segundos. - Você provavelmente está alucinando, Grant. Volte para sua casa e tente repousar por um tempo. — aquela frase começou a debater-se dentro de sua consciência, aquele momento, ambos os olhos queimando em chamas e o nervosismo crescendo. Evangeline estava prestes a fechar a porta quando a mão do mesmo segurou-a, impedindo a porta de continuar seu trajeto. Os seus olhos dilatados foram de encontro aos caramelos de Miller, a escuridão do apartamento da garota se misturava com a do corredor, envolvendo os dois em um curto transe que durou segundos.
Ok. — sussurrou baixinho e fechou o objeto em mãos com força, passando a guardar tudo dentro da mochila. Não conseguiria estudar. — Margaret, que tal irmos em um café?












OBS:: um aviso muito importante para vocês conseguir contextualizar o comportamento futuro do steven em relação ao marc!! marc é uma personalidade "ruim" do steven, onde leva ele a fazer coisas idiotas e contra sua vontade, e diferente da série o real "dono" do corpo é o steven. sim o marc vai ser vilaozinho da fic

Apartamento 503 | STEVEN GRANTWhere stories live. Discover now