Por quê?

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Extra POV HARRY!

Boa leitura!

16 — Por quê?

Harry POV

Existiam muitas coisas boas em ser um Potter.

Desde muito pequeno, era constante eu me sentir uma criança cercada de todos os tipos de privilégios, e a lista era grande antes que chegasse em bens materiais e condições financeiras.

Se eu fosse listar categoricamente todas as melhores coisas que eu tinha, o primeiro item invariavelmente seria meu pai.

Ele era um idiota. Todos concordavam com essa afirmação, embora eu ficasse de castigo se tentasse verbalizar isso.

Mas era engraçado notar a forma como 'James, você é um idiota' vinha das pessoas em momentos completamente diferentes e únicos, e nunca parecia significar algo ruim.

Regulus o chamou de idiota quando chegou em casa e encontrou meu pai com o extintor de incêndio tentando apagar o fogo que colocou em um pano de prato, quando estava assumindo a cozinha para fazer um jantar especial de comemoração pelo caso 200 de Reg bem resolvido no trabalho.

Sirius o chamou de idiota quando choramingou no grupo da família que havia acabado o cereal deles, e ele já havia servido a tigela de leite para o café antes de notar isso.

Depois de uma intensa briga, porque era bizarro ele colocar o leite antes do cereal, meu pai saiu de pijamas para o supermercado mais próximo em busca de cereal para Sirius.

Na manhã de Natal. Quando a maioria dos lugares não estava funcionando.

Ele voltou quase quatro horas depois, com cinco caixas de cereal que encontrou em algum posto de gasolina suspeito que achou aberto.

Remus o chamou de idiota quando... Bem, Remus o chamava de idiota tantas vezes que era difícil pensar em apenas uma.

— Seu pai é um idiota — A voz de Draco ecoou no quarto silencioso, e isso me fez rir baixinho ao erguer o olhar do celular.

Meu pai havia nos dito para dormir, mas ainda estávamos todos empolgados demais com a ideia deles se casarem, e agora havia um grupo muito movimentado onde todos estávamos.

O abajur ao lado da minha cama havia sido aceso pouco depois que a porta do quarto do meu pai fechou, porque nenhum de nós queria dormir agora, e Draco igualmente estava no celular ao meu lado.

Eu havia enrolado minhas pernas entre as dele, apenas para pressionar o pé gelado em sua coxa quente, uma mania nossa desde que éramos muito pequenos para lembrar como o costume começou. Depois de tantos anos, ele nem reclamava ou estremecia com a frieza da sola do meu pé.

— Ele é. Mas do que estamos falando? — Perguntei, vendo Draco erguer os olhos para mim.

Com o quarto fracamente iluminado, era difícil captar o tom certo de azul em seu olhar, mas eu ainda podia lembrar perfeitamente onde o azul começava, onde as pupilas estavam, e os traços cinza mesclados em seu olhar.

— Eu só estou tentando pensar em todo tipo de merda que ele deve ter pesquisado para perguntar se eu deveria dormir longe de você — Admitiu, e eu pisquei surpreso que Draco ainda estivesse pensando nisso.

— Ele não fez por mal. Só estava preocupado — Murmurei, e Draco assentiu.

— Eu sei. Mas... o que? Ele ter suposto que eu faria algo que te deixasse desconfortável? Eu teria notado, se fosse o caso.

— Ele é meu pai. É claro que ele vai pirar e me proteger sempre, mesmo quando não exista perigo real. Você sabe como é. Totalmente, se estivéssemos em um filme ele seria o pai mártir que morreu para me proteger.

Three And A Half ManWhere stories live. Discover now