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As oito da noite ainda está quente o suficiente para metade da cidade estar no clube, e isso incluem meus pais, o que para mim está ótimo, preciso mesmo de um pouco de espaço, não aguento mais eles me observando a cada respiração, como se eu fosse me desfazer em pedaços bem na sua frente.
Ah se eles soubessem todas as merdas com que aprendi a lidar sozinho.
Estaciono o carro na frente da casa de Levi, uma ampla residência de três andares que mais se parece retirada de um daqueles filmes hollywoodianos, tão comum por aqui. Reconheço o carro escandaloso que Nuno ganhou de aniversário estacionado um pouco mais a frente e me sinto meio idiota quando percebo que estou procurando por outro carro, um mini cooper azul com listras brancas.
A casa está repleta de parentes desconhecidos de Levi, garçons servindo aperitivos e bebidas em bandejas prateadas, no fundo da casa, sentados em volta de uma mesinha baixa, comendo, rindo e conversando estão meus amigos.
— A gente achou que você não viria mais. — Levi se levanta e vem até mim.
— Estava no Rael arrumando a Hilux, — mostro minhas mãos, algumas unhas ainda estão sujas por mais que eu tenha lavando-as.
— E cadê ele?
— Sem chance, você sabe, o Rael não é de sair de casa, mas ele te mandou os parabéns.  — Olho para Maddie que está ao seu lado. — E a Beth disse que depois vai te fazer um bolo.
— Olha ai, é disso que estou falando, o bolo da Beth. — Levi esfrega a mão na barriga e Maddie revira os olhos enquanto sorri. — Quer agradar o carinha aqui? Alimente-o. — ele bate no peito.
— Maturidade de uma criança de cinco anos. — sua namorada resmunga.
— Aprenda uma coisa sobre os homens Maddie, eles nunca crescem. — Nuno diz e é a vez de Stella revirar os olhos e ganhar um beijo.
— Feliz aniversário. — dou um abraço em Maddie que agradece.
— Dezoitão! — Levi se gaba puxando a garota para um beijo estalado em sua bochecha. — A festa vai começar.
— Me avise antes, para que eu dê o fora. — Maddie diz, parecendo irritada, mas então ela sorri demonstrando que já está acostumada com ele.
— Que é isso minha preta, você é a coisa mais importante da minha vida, sem você nada tem graça. — ele pisca e joga um beijo para Maddie que balança a cabeça.
— Vocês são tão bobos, até parece que existe alguma coisa que a gente não fazia antes de completar dezoito anos. — Cindy resmunga do outro lado da mesa e meus olhos desviam para onde ela está.
— Só a cadeia. — Nuno diz.
— Espero de verdade continuar sem essa. — Levi diz e volta a falar comigo. — E ai mano, tá com fome? — ele aponta para a infinidade de comida japonesa posta na mesa e por mais que eu tente, não consigo disfarçar a careta que faço.
— Eu... — tento pensar em algo que não seja indelicado, mas só o cheiro já deixa meu estomago embrulhado.
— Ele não come comida japonesa. — Cindy se adianta e quando olho para ela, recebo de volta um sorriso que me faz lembrar que ela é garota que sabe tudo sobre mim.
— Sério? Foi mal cara, posso pedir para trazerem algo, comida é o que não falta nessa casa hoje. — Levi diz parecendo preocupado.
— Relaxa, eu tô de boas, a Beth me entupiu de comida.
Nos aproximamos da mesa e me sento entre Stella e Maddie.
— Você veio. — olho surpreso para Stella que sorri.
— A Maddie exigiu.
— Dizer não, não foi uma  opção.
Cindy está a minha frente e embora nos vejamos todos os dias na escola, não sei como agir na sua presença, não aqui, onde somos apenas nós e nosso grupo de amigos, nossa última conversa não terminou bem e sinto que o abismo entre nós cresce a cada dia.
Por sorte a conversa logo se espalha e relaxo, é divertido estar com eles ao longo das horas seguintes sorrio mais do que imaginei que poderia, até Cindy parece leve e descontraída, quase como quando éramos duas crianças bobas descobrindo os prazeres da vida.
A meia noite estamos todos levemente embriagados, a mãe de Levi traz bolo e doces, comemos como animais famintos, exceto Cindy que alega não aguentar colocar mais nada na sua boca mesmo que eu não tenha visto ela comer nada, seguro a vontade de fazer uma brincadeirinha de duplo sentido, sinto que estou começando a perder o controle e isso não é nada bom, na última vez que bebi demais terminei com uma sola tamanho 44 no meio da minha cara e minhas costelas ainda doem.
As duas da manhã o clima finalmente fica agradável, uma leve brisa refresca nossas peles suadas e embriagadas, estamos esparramados sobre as almofadas, Nuno e Stella já se foram e Levi e Maddie são chamados para se despedirem de alguns parentes, nesse momento somos somente eu, ela e o mundo de coisas que nos mantem longe um do outro.
Cindy ainda está sentada na minha frente, mas a mesa foi removida e nossas pernas estão quase se tocando, ela removeu as sandálias e seus pés começam a se balançar de um lado para o outro como se ela estivesse ansiosa por algo.
A brisa sopra novamente trazendo o cheiro adocicado do seu perfume até mim, me fazendo relembrar coisas que eu não deveria, não aqui, sem a presença segura dos nossos amigos para me impedir de fazer algo que eu sei que vou me arrepender amanhã.
— Ainda é o mesmo perfume que te dei? — pergunto encarando o intrínseco desenho da taça em minha mão. O que é mesmo que estou bebendo?
— Exatamente o mesmo. — ela sussurra, o pé encosta em minha coxa e meu corpo inteiro sente.
Preciso de mais álcool.
— Achei que não tivesse gostado. — tomo um longo gole da bebida meio adocicada na tentativa de aliviar a agitação que começa a me dominar e me sirvo de um pouco mais. O rotulo está em japonês, mas o gosto é bom, morango e álcool.
— Não gostei. — ela ergue os ombros com desdém. — Mas depois de um tempo, ele me fazia lembrar você.
— O perfume que você não gosta te faz lembrar de mim? Uau.
Ela sorri e ergo o rosto para observa-la porque eu amo seu sorriso, não a gargalhada que ela dá quando vê um vídeo engraçado, ou o sorriso sedutor que faz cada pedaço de carne humana se ajoelhar a seus pés, não o sorriso gentil que ela dá para meus pais nos almoços de domingo, ou os cheios de carinho que ela dá para nossos amigos. Eu gosto desse, o sorriso tímido, da garota frágil, o que ela dá sempre que se sente segura o suficiente para ser apenas ela, sem mascaras, sem escudos.
Esse é o meu preferido.
— Achei que você gostasse, sempre que te vejo você está com ele.
— Eu só uso quando sei que você vai estar perto. — ela confessa, enquanto abaixa o rosto de um jeito que a faz parecer mais delicada, preciosa, e respiro fundo tentando manter a minha dignidade no lugar, ela está bêbada, seus olhos estão sonolentos e estamos vindo de uma sequência ruim de brigas, uma combinação perigosa. Isso não é nada demais, ela só está usando o seu charme para me seduzir e me trazer de volta para ela, é apenas a Cindy de sempre. Nada mudou.
— Então deve estar acabando. — encaro seu pé que agora começa a se mover bem devagar, a curva feminina da sola, as unhas pintadas de branco, a forma como ele está perto demais da minha virilha...
Ela confirma com a cabeça, bem lentamente, e meus olhos sobem por sua coxa até pararem na fenda da sua calcinha que está aparecendo por baixo da mini saia.
— Preciso providenciar outro. — digo, quase sem voz, hipnotizado por sua beleza, por seu cheiro, pela forma como ela me tem em suas mãos.
Deus, se ela soubesse o poder que tem sobre mim... eu seria um homem destruído.
— Sim. — ela sussurra e seu pé alcança o lugar onde estou dolorosamente duro, os dedos resvalam no tecido da minha bermuda lentamente, seus olhos acompanham o movimento, enquanto os meus estão fixos em seu rosto.
Tomo o restante do liquido e coloco a taça no chão enquanto ela continua me tocando, fecho os olhos e sinto minha cabeça leve, girando devagar, é bom, tão bom que não os abro, me concentro na sensação do seu pé em cima do meu pau e de tudo o mais que eu queria, aperto os lábios segurando um gemido quando ela aumenta a pressão, é doloroso e delicioso ao mesmo tempo.
Sinto quando ela se afasta, ouço quando ela se move, mas não abro os olhos, se ela está indo embora, que vá, não vou dar a ela a chance de ver meus olhos implorarem por uma migalha, então permaneço quieto, sentado, esperando o barulho da porta se movendo, dos seus pés delicados se afastando de mim, do seu cheiro enfraquecendo.
Mas ela faz exatamente o contrário, ela se aproxima, até que seu corpo está na minha frente, até que seu cheiro seja tudo o que eu consigo sentir.
— Baby... — ela sussurra e abro os olhos, eles estão pesados de tesão, álcool e sentimentos que me apavoram quando ergo meu rosto e encaro a garota parada entre minhas pernas.
Cindy olha para a porta, ainda posso ouvir as conversas na sala, a alguns metros de distância, é longe o suficiente para que ninguém nos veja aqui, mas perto demais para que ela possa fazer o que eu gostaria.
Ela enrosca os dedos em meus cabelos, afastando os fios úmidos da minha testa e erguendo o meu rosto para que ela possa olhar para mim.
— O que está fazendo Cindy?
— Shhh. — ela coloca o indicador em meus lábios, apertando-os e me silenciando.
— Se pudesse apagar uma única lembrança da sua memória, para o resto da vida, qual seria? — ela pergunta enquanto passa o dedo por todo o meu rosto, como se estivesse me desenhando em sua mente.
— Você sabe qual é?
Ela estava lá, ao meu lado no dia em que vi Nicolas entubado, foi horrível e não pude chorar, nem demonstrar o medo que estava sentindo, minha mãe estava surtando e meu pai era apenas um saco de dor, eu precisava ser forte, e ela me ajudou a ser, ela foi forte comigo.
— Sim. — seus dedos passam por minha nuca, brincando com os cabelos colados a pele sensível por seu toque.
— Porque está perguntando isso?
— Sabe qual é a minha? — ela pergunta e eu nego com a cabeça porque nesse momento não sei de nada. — Se eu pudesse apagar uma lembrança, eu apagaria a imagem do seu rosto quando estava fodendo naquela garota. — seus dedos voltam para meu rosto, passam por minha bochecha e param em cima da minha boca. — A forma como seus lábios tocavam a pele dela, — ela enfia o dedo dentro da minha boca, acariciando minha língua em um movimento de vai e vem que faz minha mente parar de funcionar. — O jeito como seu cabelo caia no ombro dela quando você ia fundo. — ela desce o dedo úmido por meu queixo, meu pescoço até chegar a minha camisa. — Suas bochechas rosadas. — ela olha para elas e imagino que estejam exatamente assim. — Eu quase podia ouvir seu gemido. — ela abre um botão, depois outro e mais um. Eu deveria para-la, mas não consigo, não quero, sei o que estamos fazendo e quero isso, estou cansado demais de fingir que não posso.
Foda-se o amanhã, eu preciso disso, e preciso hoje.
— Se eu pudesse apagar algo da minha mente, seria o momento em que vi você gozando no corpo de outra garota. — ela termina de abrir a camisa e seus olhos caem na ereção agora completamente evidente sobre a bermuda.
— Você também estava fazendo a mesma coisa. — minha voz sai rouca e baixa.
— Eu sei. — sua mão brinca em meus mamilos, deixando minha pele inteira arrepiada. Ela sorri satisfeita quando nota o efeito do seu toque e continua me acariciando, inclino-me um pouco, abrindo as pernas em um convite para que ela se aproxime mais.
As vozes continuam altas o suficiente para que eu me sinta seguro, estou brincando do seu joguinho mais uma vez, o perigo de ser pego, a certeza de que isso é errado e de que não significa nada.
Mas eu quero mais. Eu quero qualquer coisa que ela quiser me dá e por mais que seja humilhante saber disso, nesse momento estou cansado demais para me importar com algo. Dignidade mandou lembranças cuzão.
— Cindy... — a chamo e ela vem, sinto seu peito perto do meu rosto e passo o nariz no vão entre seus seios onde o cheiro do perfume é ainda melhor, eles se arrepiam e ergo minhas mãos cravando meus dedos em sua bunda, puxando-a para mim.
Minha boca alcança seu mamilo, mesmo por cima da seda de seu top ele está duro o suficiente para que eu o abocanhe com facilidade, ela puxa meus cabelos e abro suas pernas erguendo-a em meu colo e colocando-a onde a desejo, onde sempre a desejei.
Ela rebola em minha ereção enquanto afasto o tecido da sua blusa e chupo-a sob a renda do sutiã que não esconde absolutamente nada assim como sua calcinha, matando a saudade do seu gosto, sentindo a textura macia em minha boca, sugo-a com força fazendo-a gemer enquanto aperto seu quadril, forçando-a sob meu pau.
Faço o mesmo com o outro seio sem dar a mínima com o estrago em sua blusa, ela geme baixinho com os lábios em meus cabelos enquanto os destrói com suas mãos e fode com a minha cabeça, sei que estamos pulando etapas, precisamos conversar e que aqui nem é o lugar para isso, mas nada nunca foi como deveria ser entre nós, perdemos nossas inocências cedo demais, forçamos o corpo um do outro em coisas que crianças da nossa idade não deveria fazer, fomos adultos antes de ser criança, amantes antes de ser namorados, nos odiamos antes de nos amar, terminamos antes de começar.
Esses somos nós, o caos e a euforia, a carne e o sangue, o amor e o ódio.
Um barulho chama a nossa atenção e Cindy ergue os olhos para o corredor, esperamos um instante na expectativa que nossos amigos voltem, mas nada acontece, não, mentira, na verdade tudo acontece, porque no instante seguinte Cindy sai do meu colo e se ajoelha na minha frente.
— Não. — tento levanta-la, mas ela espalma as mãos em meu peito empurrando-me para trás, impedindo-me de fazer qualquer coisa.
— Eu quero. — ela começa a abrir o botão da bermuda e por tudo que é mais sagrado, mas eu não consigo fazer mais nada além de encostar meu tronco na cadeira e assistir a dona da porra do meu coração, bêbada e confusa, cheia de tesão, me usando para realizar mais um dos seus fetiches.
E eu como o masoquista doente e insano que sou, deixo.
— Eu estou bêbado Cindy. — digo enquanto observo ela abrir o zíper.
— Eu sei. — suas unhas longas passeiam por meu pau.  
— Não vou trepar com você.
— Eu não imaginei que fosse. — ela sobe e desce seus dedos por ele me fazendo respirar fundo. — Eu só preciso te sentir um pouquinho.
— Ah porra... — meus olhos se fecham por um instante, mas me forço a abri-los porque preciso ver, preciso ter certeza de que é real, de que não estou tendo a merda de um sonho erótico bem no meio da casa do meu amigo.
Afasto seus cabelos e me ajeito para que ela possa puxar minha bermuda o suficiente para liberar toda a minha ereção.
— Ele parece maior. — ela olha para mim enquanto acaricia meu pau, provavelmente comparando-o com o do garoto de quinze anos que fui um dia.
— Ele está maior, bem maior. — seguro sua nuca aproximando-a dele, forçando-o em sua boca, me entregando a sensação deliciosa de sua língua brincando com ele.
E quando ela o toma por inteiro, chupando-o exatamente como um cara gosta de ser chupado, sem dentes, com a força correta, sem nojo, sem pressa, sinto uma sensação ruim em meu peito, um aperto doloroso em meu coração que teima em me maltratar, então fecho meus olhos e afasto todas as merdas insanas que ameaçam invadir a minha embriaguez, não é hora para isso, não agora.
Cindy me chupa enquanto luto contra a parte racional do meu cérebro que ameaça destruir tudo, talvez eu não esteja tão bêbado assim, ou talvez eu seja muito mais ciente do que ela representa para mim do que eu gostaria.
Meu corpo reage rapidamente a sua boca, minhas pernas amolecem, meu quadril se projeta para frente, minha mão a empurra para mais fundo e meus olhos observam tudo. Não aviso a ela que vou gozar, mas sei que ela sabe, ela é boa o suficiente para saber, e quando o primeiro jato toca sua garganta ela ergue os olhos, provavelmente trocando a lembrança que tanto odeia, pela visão do otário que ela tem em suas mãos, gozando enquanto chama o seu nome baixinho, como uma prece. E ela continua meu chupando, até que não sobre mais nada, até que eu desabo na cadeira, exausto demais para sequer dizer alguma coisa, sentindo meu coração explodindo no peito.
— Você é lindo quando goza sabia? — ela diz ainda ajoelhada, os lábios brilhando e as mãos espalmadas em minhas coxas, estendo a mão e acaricio seu rosto em um pedido silencioso de obrigado e ela sorri.
— Discordo, prefiro você. — ela vira o rosto e deixa um beijo na palma da minha mão ates de arrumar minha bermuda, em seguida ela passa o dedo no lábio como uma profissional e se levanta no exato momento em que Levi e Maddie entram.
Um buraco se forma em meu peito e não tenho tempo de raciocinar, estou quente enquanto ela é a personificação da frieza, meu coração parece prestes a explodir quando tenho dúvidas se o dela ainda bate, inclino-me para frente apoiando os braços nas coxas e escondendo meu rosto nas mãos porque não consigo sequer respirar direito.
— Desculpa a demora, estávamos nos despedindo. — Maddie se justifica.
— Está tudo bem? — Levi pergunta.
— Está tudo ótimo, eu estava só esperando vocês voltarem. — Cindy diz se afastando de mim. — Cuida dele, acho que o Ivan bebeu demais, vai precisar de um chá, amanhã ele vai estar com uma ressaca violenta. — ela aperta meu ombro e se afasta, não consigo erguer meu rosto, não posso encara-la.
Ela me usou, o tempo todo ela brincou comigo como se eu fosse um dos seus brinquedinhos e eu permiti que ela fizesse isso.
A ressaca me atinge em cheio, o estomago se revira e sinto um gosto amargo em minha boca.
E eu ainda estou completamente bêbado.

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Olá pessoal!!!!
Aqui estamos nós para o nosso último capítulo da degustação de IVAN
E que capítulo!!!
Esses dois estão em uma espiral de destruição tão grande que não conseguem mais enxergar os danos.
Só nos resta aguardar, para ver onde isso vai parar.
Dia 08/06 eles estarão esperando vocês lá na Amazon e eu fico por aqui com meu coração repleto de alegria por saber que mais uma vez vocês acreditaram no meu trabalho e embarcaram comigo nessa jornada.

Que venham o caos e a destruição.
Que venham meu idiota e minha bitch.
Que venham Ivan e Cindy.

Beijos! Vejo vocês na próxima aventura chamada NICK ♡

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⏰ Last updated: May 28, 2022 ⏰

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IVAN (capa provisória)Where stories live. Discover now