Festa na Clareira

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・✻・

Anne se apoiava em Rory quando saíram para o mundo real no fim daquele extenso dia de avaliação. Já era fim de tarde e logo o sol iria se pôr quando o sino tocava enquanto os jovens se arrastavam escadas afora da escola.

-Estou morta! – exclamou a ruiva se pendurando nos ombros de Rory.

-Nunca achei que diria isso novamente, mas precisava muito beber. – murmurou Diana rindo.

-O Moody e o Charlie foram buscar bebidas já. Eles vão direto paras a ruínas.

-Que as deusas abençoem o Charlie! – Anne suspirou animada. Olhamos a ruiva e ela corou. – E o Moody, que abençoe o Moody também.


            As ruínas era um campo onde se cultivava uvas, mas uma forte praga a detonou há bons anos atrás e o dono deixou Avonlea pelo prejuízo

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As ruínas era um campo onde se cultivava uvas, mas uma forte praga a detonou há bons anos atrás e o dono deixou Avonlea pelo prejuízo. O terreno era inabitado, mas possuía um celeiro destrancado e Rory ficou sabendo por alto que ali serviu de rito de passagem para várias gerações recentes de alunos.

Quando chegaram ao terreno, presenciaram o sol se pondo atrás das montanhas próximas e Moody e Charlie acenando para todos.

-Ao fim da escola! – eles gritaram erguendo duas grossas garrafas de vidro. Cada um deu um gole e foi passando por cada jovem ali presente.

Rory riu nervosamente. Nunca bebera nada em sua vida, mas todos estavam tão animados que nem pensou quando entornou o líquido goela abaixo. Gilbert pegou a garrafa de suas mãos e deu um grande gole também.

  Ao contrário de Rory, o rapaz não fez sequer uma careta e ela o olhou impressionada.

-Bash já me fez beber coisa pior, acredite. – o rapaz comentou rindo das expressões da morena.

Rory não saberia dizer em que ponto pareceu ter deixado de ser a exemplar e esforçada menina londrina. Ela ria e bebericava a bebida, conversando com os amigos. Eles falavam da prova, do ano letivo, das expectativas para o futuro... De repente, Josie teve a brilhante ideia de começar jogos.

Quem conseguisse passar pela barreira, ficava ileso. Quem não resistisse, teria que beber uma dose. Parecia ser divertido, até Rory sentir que estava segurando cada vez mais a garrafa pesada em mãos.

Anne se tornou uma grande piadista e Rory teve certeza que se professora não fosse um sonho possível, Anne com certeza gostaria de ser uma pirata.

-Vamos apostar corrida, quem chegar por um último se casará com o Padre Black! – gritou Moody e todos gritaram desesperado.

Talvez seja o excesso de energia e felicidade, mas todos começaram a correr. E, de repente, todos estavam se embrenhando na floresta, rindo muito enquanto se esbarravam uns nos outros.

Cansados, pararam perto de um morro. Rindo e trocando olhares intensos, afinal, era um bando de jovens no meio de floresta a noite, longe dos olhos julgadores dos pais, cheio de possibilidade.

-Ruby, deixe que eu segure sua mão. – Rory ouviu Moody sussurrar.

Ruby estava com os longos fios loiros soltos e volumosos e a face muito corada. Na verdade, todos os cachos e fitas já não existiam em cabelo algum e as roupas dos rapazes estavam soltas e amarrotadas, ninguém parecia se importar com decoro uma hora dessas.

-Vamos, Diana! – Anne chamou e Rory conteve um grito quando as duas simplesmente se jogaram do topo do morro.

A morena não enxergava quase nada no meio das árvores, estava muito escuro, mas logo ouviu o som de água. Antes que percebesse todos pulavam para um rio abaixo deles.

Seja pelo excesso de álcool em sua mente, seja porque não conhecia essa parte, mas ela ficou parada olhando fixamente para frente num tipo de transe, ela sentia seu rosto quente e se perguntava porque queria gritar sem algum motivo plausível.

-Podemos descer pela encosta. – Ela ouviu e percebeu Gilbert a observando, finalmente acordando de seus pensamentos alcoólatras.

Era apenas os únicos que haviam ficado para trás.

-Hm?

-O lago. Sei que não sabe nadar muito bem. – Ele sorriu.

Gilbert estava, no mínimo, envolvido por algum tipo de luz divina naquele momento. O rosto muito corado pela bebida, os cachos levemente bagunçados. O casaco e colete haviam se perdido em algum momento, com a blusa de linho um pouco aberta, ela nunca o vira tão solto como naquele momento.

-Eu quero pular. – comentou Rory e olhou para frente, ela ia dar um passo.

-Rory, o quão bêbada você está? – riu o rapaz parando a sua frente.

-Um pouquinho, mas e daí? Amanhã eu vou me arrepender de não ter pulado.

-Rory. - Gilbert se aproximou, avaliando-a preocupado. Ela arqueou as sobrancelhas, incentivando-o a falar, mas ele apenas suspirou. -Certo. – ela sentiu a mão dele envolvendo a sua. – Eu te seguro lá embaixo, ok?

-Eu sei que vai.

Eles se aproximaram da borda e pularam do morro. Rory gritou animada e com medo e logo sentiu a água engoli-la por inteiro. O som de risadas sumiu, o mundo sumiu e apenas um zumbindo tampou seus ouvidos embaixo d'água. Por um segundo ela se permitiu afundar, ser consumida pela água. Ela tinha medo? Naquele momento não. Naquele momento ela era invencível.

Rory sentiu ser puxada pela mão e logo emergiu na água, inspirando profundamente. O som de risadas voltou e Gilbert a segurou pela cintura. Ela piscou várias vezes e, de repente, o efeito do álcool pareceu ter sumido.

-Eu tenho pavor de água! – ela gritou se desesperando. Gilbert riu enquanto tentava conter a louca que queria montar em cima dele, como uma ilha.

-Relaxa, Gilmore. Vou te tirar daqui. – ele riu e começou a puxá-la para a borda.

Rory muito mais sóbria com o banho gelado tomou consciência de seus amigos. Charlie, Anne e Cole acendia uma fogueira na orla. Jane, Diana e Josie faziam guerra de água com Moody e Ruby, Tillie estava cercada pelos dois Paul's que disputavam sua atenção.

-Ah, oi vocês. – acenou Anne, o rosto extremamente corado e olhos brilhantes, o cabelo ruivo colado ao rosto. – Charlie é ótimo com fogueiras. – pontuou a ruiva e os três olharam o rapaz agachado enquanto ajustava o nível da chama da fogueira

-Você ajudou muito com a parte técnica. – ele murmurou sem jeito.

-E eu fiquei de vela. – disse Cole ao lado fazendo Rory e Gil rir.

-Vem, Cole. Eu te faço companhia. - Gilbert riu, achando graça da Anne ficando vermelha.


Continua...

𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora