2➷ Lost Boy

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Dave

    

        Quando eu era criança costumava passar grande parte do tempo observando as pessoas ao meu redor. Não que eu fosse uma criança introvertida ou algo assim, eu sempre fui hiperativo, comunicativo, gostava de estar em volta de muitas pessoas e fazer bastante amigos, eu sempre fui o Dave. Mas, tinham coisas que me deixavam confuso, como por exemplo, minha família.

Os Griffin não eram como as famílias que eu via na tv, durante as refeições meus pais praticamente não olhavam um para o outro, ninguém perguntava como foi o seu dia e nem nada do tipo, comíamos em silêncio como um grupo de desconhecidos. Aquilo era uma curiosidade para mim, eu era apenas um moleque, tentando entender o porquê as coisas pareciam tão cinzas em casa e vibrante na dos outros.

Meu pai era muito conhecido e respeitado em sua área de trabalho, minha mãe extremamente competente e profissional, meu avô um dos melhores advogados do país, assim como o pai dele antes dele. A família Griffin tinha nome, status e poder que o old money carrega, sempre frequentei o melhor colégio, tive as melhores coisas que o dinheiro pode comprar. Tudo perfeito para os Griffin. Exceto que nada nunca era suficiente bom para eles.

Meu irmão Bryce, era um ano mais velho que eu, mas mesmo assim não tínhamos muita comunicação, nunca fomos amigos, era apenas um laço de sangue e isso soa até estranho. É incrível como nisso ele se parece com meu pai. Eu não sinto que conheço Bryce, não como conheço Ethan ou Christopher — meus amigos —, não temos interesses em comum, não que tivéssemos conversado sobre, simplesmente não nos metemos na vida do outro e tudo bem.

Por volta dos doze anos eu percebi que eu era o problema, não a minha família. Eu simplesmente não me encaixava ali.

Bryce foi se tornando o favorito, não apenas por seus méritos — ele tinha um monte, garoto prodígio e tal —, mas meus pais viam alguma coisa nele que não viam em mim. Eu não os culpo por isso, eu realmente estou mais para garoto perdido do que prodígio, por um lado me senti mal por não ser tão bom quanto ele, por outro talvez isso tenha tirado um peso das minhas costas, a pressão não estava em mim, eu não tinha que me dedicar cem por cento em agradar meus pais.

Isso me fez esquecer todo o resto, eu sou Dave Griffin, segundo filho, o menos importante. Posso fazer o que quiser.

•••

— Ah meu Deus, o que aconteceu com seu rosto? – Teena pergunta, me dando o maior susto enquanto tento me esgueirar para dentro da mansão sem ser visto por ninguém.

— Me envolvi numa briga, mas eu ganhei é claro — digo, essa história é muito melhor que a real — Não deixe ninguém saber Teena. Meus pais me matariam e depois ia ser uma bagunça enorme pra você arrumar, pense nisso.

Ela faz careta, embora já esteja acostumada com as bobagens que eu digo.

— Não diga isso. — ela repreende.

— Desculpe. Embora seja verdade.

— O Sr. Griffin e a Sra. Griffin já estão dormindo, apenas suba rápido e não saia do seu quarto. – Ela indica.

— E por que você ainda está acordada? — questiono embora saiba bem o motivo.

— Você não pode fazer coisas assim, sumir de repente... Sabe que se for chegar tarde tem que me avisar. — ela diz, puxando minha orelha.

How to Fix a Brokenheart  #2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora