Na mira

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Às vezes, o Tigre escuta minhas preces. Estou segurando Khun Sam e a coloco no sofá que fica no meio de sua sala. Agindo como uma boa menina, saio correndo para comprar remédio de enxaqueca. Essa é uma boa oportunidade para me aproximar dela.

"Está se sentindo melhor?"

Me ajoelho ao seu lado enquanto a Khun Sam está deitada no sofá com a mão na testa, tentando esconder seus olhos da luz.

"Vou melhorar em um instante."

"Não sabia que você tinha enxaqueca."

"E por que teria que saber?"

Porque sou sua maior fã. Claro que não respondi isso em voz alta. Mas quando começo a responder, sou interrompida por ela.

"Por que não vai para casa?"

"Ah... Ah. Eu gosto de trabalhar até tarde, depois que todos já foram."

"Então, veio me ver aqui?" Ela tira sua mão da testa, revelando seus olhos castanhos. "Não tem medo de mim?"

"Por que eu teria medo?"

"Haha, eu não sei por que eles precisam ter medo da gente."

Ela coloca a mão de volta em sua testa e continua deitada em silêncio. Enquanto a mim, ainda estou de joelhos ao lado do sofá porque não sei o que dizer.

Ela está adormecendo?

Se passaram dez minutos... finalmente, ela se mexe.

"Por que você não vai para casa? Quanto tempo vai ficar aqui? Não consigo dormir." Ela move o braço e suspira. "Vai ficar aqui a noite toda?"

"Se eu sair, você vai ficar sem companhia."

"E daí?"

"Vai se sentir sozinha."

Ela olha para mim de novo com os olhos confusos.

"Você é estranha. Se eu me sentir sozinha, o que que tem?"

"Nada. Ficarei aqui sendo sua amiga."

"Está tarde agora. Você é uma garota, deveria se apressar para ir embora." Ela olha para seu luxuoso relógio. "São oito horas?"

"Poderia sair?"

"Eu vou ficar aqui".

Ela discorda. "Onde você mora? Eu te levo."

Eu corro para mantê-la sentada. Por um momento estamos perto, e ela rapidamente se afasta.

"Ei, por que está tão preocupada? É só uma enxaqueca."

"É melhor você ir para casa. Posso te acompanhar."

"Não, vou ficar aqui."

"Então, eu também."

Estamos nos olhando como se estivéssemos brigando. Então ela suspira como se eu não estivesse ouvindo.

"Você sabe onde moro?"

"Você pode me dizer."

Mesmo que eu seja sua maior fã, não sei seu endereço porque nenhuma revista ou artigo tinha esta informação específica. Em todo caso, hoje a levarei para casa. Como ela poderia dormir aqui sem cobertor?

"Pode dirigir?"

"Não, não posso." Seu semblante agora parece confuso. Então, me apresso em dizer. "Mas podemos pegar um táxi. Por favor, me diga onde mora."

E após insistir muito, finalmente consegui levá-la para casa de táxi. A casa é gigante, com 3 andares. Tem uma aparência estranha como se não tivesse ninguém.

Gap: The Pink TheoryWo Geschichten leben. Entdecke jetzt