22 - Beijo da sorte

Start from the beginning
                                    

Juanito estava olhando pra gente o tempo todo, assim que me virei pra ele, ele deu uma risada maliciosa.

—Parece que está dando certo con tu luchadora..—Juanito disse assim que cheguei ao lado dele.

—Me sinto nas nuvens, Bollito.

--------------

Kira

—Hmmmm...—Rosa disse assim que sentei ao lado dela.

—A gente viu tudo em...—O avô do Julian disse em mesmo tom.

Eu queria que o chão me engolisse.
Não sei o que deu em mim na hora que beijei ele, de novo, e na frente de todo mundo!

—Eu acho que essa menina tá querendo entrar pra sua família, senhor Manoel! —Rosa disse.

—E vai ser muito bem vinda. —O senhor Manoel disse sorrindo.

—Vocês estão afim de algo pra comer? Tô indo lá fora comprar. —perguntei pra fugir do assunto.

O senhor Manoel disse que estava com vontade de comer um cachorro quente, então eu aproveitei pra comprar pra ele.

Quando estava saindo da arquibancada, olhei de relance pra arquibancada que ficava do outro lado da quadra, e de cara avistei o mestre Tácio na primeira fileira junto com outros professores.

Engoli seco.

Será que ele viu o beijo?

E por que eu estou me importando tanto, eu não tenho nada com ele.

Assim que percebi que o mestre também tinha me visto, voltei a andar na direção da saída da quadra, mas fui impedida de andar até o final por ninguém menos que: Maressa. A ex do Julian.

—Olha se não é a lutadora... —ela me olhou de cima a baixo.

—Olha se não é a líder de torcida... Quanto tempo. —eu disse em mesmo tom.

—É.. desde que você saiu correndo do baile do time de basquete.—Maressa disse em tom debochado fazendo o bando de garotas atrás dela rirem de mim.

—Ah, aquele em que eu ganhei o título de rainha do baile? É... Faz muito tempo mesmo. —eu disse e elas se calaram.

Ela deu uma risada sem humor.

—Tá ficando com o Julian mesmo né?

—Isso não é da sua conta. —eu disse calmamente.

—Não precisa mentir, eu vi vocês se beijando há alguns minutos. Eu só quero deixar avisado que...Há sempre dois lados na história tá fofa? Seja lá o que ele te contou sobre o nosso término. —disse e saiu andando.

O que essa garota quis dizer com isso?

Não dei muita ideia, essa menina não me parece confiável, continuei andando pro lado de fora da quadra.
As várias pessoas que vieram assistir o jogo naquele colégio estavam chegando, eu fui rapidamente até a barraquinha de cachorro quente comprar um pro senhor Manoel pra voltar o mais rápido possível, não queria perder nada do jogo.

Segundos após eu fazer o pedido, senti alguém me tocar.

Olhei pra trás e era o mestre.

—Oi minha lutadora, sabia que te encontraria aqui.

—Na barraca de cachorro quente?

—Não, aqui no jogo do seu namorado. —ele tirou os óculos escuros que estava usando.

—N-não somos.. —tentei falar, mas fui interrompida.

—Ah, que isso Kira. Eu vi o beijo de vocês no meio da quadra, não tente me enganar que não tem nada com ele. Eu não sou só o seu professor, você pode me considerar um amigo, você pode abrir o jogo comigo, vocês dois estão namorando? Ou só ficando? 

Tossi, mas não estava engasgando com nada. Era só o susto de ouvi-lo falar daquele jeito.

—Aqui está seu cachorro quente, senhorita! —O atendente me entregou.

—Tenho que ir, se não vou perder meu lugar. —eu disse e saí andando.

—Tudo bem. —ele sorriu, mas não parecia um sorriso verdadeiro.

Eu sabia que ele tinha visto o beijo, mas...  Que reação mais maluca foi essa?
Será que..
Não, não é possível que o mestre possa ter algum tipo de sentimento por mim, não mesmo. Estou viajando.
É melhor eu ficar na minha.

O jogo começou, e junto com os meninos correndo em quadra, as líderes do ISC estavam gritando e fazendo a torcida gritar junto.

TITÃS ISC! TITÃS ISC! TIME RIVAL DESISTE AGORA, NÓS VIEMOS PRA VENCER!

Eu estava de olho na Maressa, a primeira cesta dos Titãs foi feita pelo Julian, e ela só faltou correr pro colo dele na quadra.

Fiquei com raiva no meio da minha comemoração.

—VAI JUU!!! —Ela gritava.

"Ju".

—Que cara séria é essa?!—Rosa perguntou achando engraçado.

—A única cara que eu tenho. —cruzei os braços.

—Já sei, tá assim porque a ex do Julian está quase se jogando pra cima dele na quadra.

—O quê?! Não.

—O nome disso é ciúme, amiga. Normal, eu estou quase pulando no pescoço daquela líder de torcida ali babando pelo Juanito também, mas estou medicada, não vou fazer isso.

Eu ri.

—Talvez eu não goste quando ela chama ele de "Ju". Me irrita. —Confessei.

—Ciúmessss! —Rosa disse bem perto do meu ouvido.

—Eu não sinto ciúmes! —disse convicta.

—Ah não? Então, não vai ligar pra aquela menina segurando um cartaz na outra arquibancada.

Procurei a tal garota, e ela estava com um cartaz escrito: Julian gostoso! Me nota!

—Que audácia! Quem é essa menina?!

.

.

.

ImprováveisWhere stories live. Discover now