— Sim, o que quer pedir?

— Diga você, o que me sugere?

Essa era a hora de saber o quanto essa conversa iria me beneficiar, ele provavelmente estava achando que eu era mais uma entre essas outras dançarinas e, bem, posso ser uma qualquer lá fora, mas aqui dentro eu sou a melhor, e era meu talento que me garantia que os frequentadores vinham até aqui só pra me ver. Bom, isso e todo o dinheiro que o dono do clube que vem ganhando depois que cheguei aqui.

— Uma dose de Royal Salute.

Indico uma dose de um dos whiskys mais caros do clube, ele ergue a sobrancelha e abre um sorriso, ele repete o pedido ao barman que prontamente traz sua dose, então confirmo que esse realmente está disposto a me ver dançar.

— Boa indicação, qual é o seu nome aqui?

O dono do clube fazia de tudo para nos manter seguras e manter a si mesmo longe de problemas maiores, isso inclui nunca dizer nosso nome, ele também pediu para informá-lo se caso algum dos frequentadores usasse de violência contra a gente. O que ele menos quer é confusão com a polícia.

— Aqui eu sou a Lolla.

— É um prazer lhe conhecer, Lolla! — Ele pegou minha mão e depositou um beijo no dorso — Sou o Dimitri Parker.

— É um prazer, Parker.

Ele sorri abertamente, parece ter gostado de como o seu sobrenome soou em minha voz. Dimitri se aproxima um pouco mais, sua boca chega perto do meu ouvido para falar:

— Quero te ver dançar, Lolla, só pra mim! Sem esses olhares ao redor, quero que seu foco seja apenas o meu olhar no seu corpo. — ele passou seu polegar pelo meu lábio inferior e eu prendo a respiração — Vamos para uma sala privativa? — seus olhos estavam repletos de luxúria e se ele continuasse falando desse jeito, eu precisaria trocar de calcinha

— Peça ao Eric... — aponto para o grandão que designa os frequentadores até as salas — que lhe leve até a sala quatorze.

Falo de uma maneira simples e rotineira para que ele não perceba que eu estou ansiosa por isso e saio ali do bar, passo entre as mesas chamando atenção de todos, pelo trajeto recebo mais convites, mesmo sem ter dançado, eles são curiosos e alguns já me viram performar.

Eu montava essa personagem todas as noites, mas assim que o sol nascia eu voltava a ser apenas eu mesma, a Violet que agora trabalha em um café como garçonete para tentar sair daqui e ter uma vida normal.

Chegando na sala que eu costumo sempre dançar, chequei tudo mesmo tendo alguém específico para isso. A sala estava mais para um quarto privativo, digamos que, quando os frequentadores ofereciam mais dinheiro, algumas vendiam seu corpo, o que não era meu caso, eu me limitava a danças e essa era sempre a primeira coisa que eu deixava claro.

— Então é aqui que você vai me matar de excitação? — a voz grossa ecoou no quarto me causando arrepios.

— Matar não, mas lhe deixar bem perto sim... mas, antes de tudo, eu devo lhe dizer que não transo. Se estiver esperando por isso, pode escolher outra dançarina, o Eric pode lhe ajudar com isso.

Ele me olhou por segundos e logo depois concordou, peguei em sua mão e o levei até a poltrona com um pole dance na frente, em seguida peguei o controle e coloquei minha música preferida para esses momentos.
Alone with you.

O que a Tempestade me trouxe || Degustação ( Livro completo pela Amazon/Kindle)Where stories live. Discover now