I - 𝐿𝒶 𝐹𝑒𝓂𝓂𝑒 𝒟𝒶𝓂𝓃𝑒𝑒

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A Mulher Amaldiçoada

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A Mulher Amaldiçoada

"A liberdade sexual da mulher assusta tanto, que é vista como maldição."

François Octave Tasseart

(1859)



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Tudo aconteceu em 2018, poucas semanas antes de Paris dar as boas-vindas ao inverno e eu estava com apenas 23 anos.

Uma época onde eu havia acabado de começar uma vida nova e jurando para mim mesma que mais ninguém iria entrar. Por mais que fosse uma verdade incerta, eu repetia a mesma coisa todos os dias até que eu me sentisse segura de algo que os franceses parecem espalhar feito um vírus.

Uma ridícula obsessão pelo amor.

Basicamente, isto estava inserido em quase tudo o que as pessoas na França faziam, parecia uma epidemia ou coisa parecida e por mais que eu não estivesse nem um pouco simpática com esse sentimento de uns tempos para cá, ninguém mandou eu me mudar para o berço dele, não é mesmo?

A primeira coisa que eu pensei quando cheguei em Paris, foi como as pessoas pareciam extremamente sofisticadas e charmosas em qualquer momento do dia. Não sei explicar, mas parecia que os franceses sempre tinham o visual certo para todas as ocasiões possíveis e em uma cidade onde o frio predominava boa parte do ano, era notável a sutileza e o charme no vestuário de todo mundo.

Foi um pouco complicado no começo para me adaptar a essas mudanças, mas se até meu melhor amigo Daniel conseguiu, então seria fácil para mim. Digo isto com base em fatos do passado, onde ele era apenas um garoto que usava bermuda quase sempre e vivia com o boné na cabeça. Era apenas uma questão de observar as pessoas ao meu redor e fazer algumas notas mentais, ser uma pessoa crítica em silêncio era cheio de vantagens.

– Minjeong, eu não quero soar machista ou insinuar que mulheres demoram pra se arrumar. - Daniel bateu de leve na porta do meu quarto. - Mas você já está pronta? Não por nada, é que precisamos chegar na hora nessa exposição ou não vão nos deixar entrar depois do horário marcado.

Daniel havia comprado duas entradas para nós dois visitarmos a exposição de artes mais famosa de Paris que, segundo ele, atraía uma quantidade absurda de turistas e compradores da mais alta sociedade dispostos a pagar o que fosse pelos quadros. Eu estava no mínimo curiosa porque aparentemente, a artista em questão era elogiada em peso pela crítica.

Não se engane em achar que o meu trabalho se baseia em criticar as obras de outra pessoa, longe disso. Eu vim para Paris com a intenção de registrar o que há de mais impressionante no mundo artístico, tudo o que os atuais herdeiros dos filhos da revolução boêmia poderiam oferecer!

Aquarela | WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora