Capítulo 35

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Rafe Cameron

Meu pai foi preso, Rose está louca, Sarah está depressiva, Whezzie nega tudo e eu...
Eu de alguma forma sinto que já estive preparado para esse dia.

Mas isso não interferiu que o medo do futuro tomasse conta de mim.

A partir de agora, eu teria que assumir a direção. da família e da empresa.
E além de não estar pronto, eu não quero isso.

Mas é a única forma de manter as coisas no controle.

Apesar de já terem saído, pois estamos morando em uma casa que é de Rose, não muito longe de onde morávamos.
Eu não sabia da existência dessa casa então acredito que Ward já sabia que a polícia estava atrás dele e colocou ela no nome de Rose.

–Rafe, liga pro seu pai e pergunta onde ele está?–Rose apareceu com a aparência mais desleixada, nem sei se ela tomou banho depois que tudo aconteceu.

–Ele está na cadeia Rose– Falei.

–Ah é... verdade esqueci– Falou rindo

Louca. Completamente.

Peguei meu celular e liguei novamente para Dianna, eu já havia ligado umas 5 vezes e ela ainda não me atendeu.

Eu vi ela desmaiando ontem, mas não pude fazer nada.
Eu fiquei preocupado, e não sabia se era por causa de tudo que aconteceu.
Não tenho nenhuma notícia dela.

   –Rafe?– Escuto a voz dela, e parecia ter acordado agora

   –Acordei você?

   –Não...acordei a um tempinho

   –Como você está?

   –Eu deveria fazer essa pergunta. Como você está com tudo isso?– Falou dando ênfase no você

   –Eu estou bem, meu pai é um criminoso, ele acabaria morto ou preso– Falei e ela ficou um tempo em silêncio

   –Entendi– Falou baixo após um suspiro

   –Como que você está Dianna?–Perguntei novamente

   –Estou melhor... É, eu tenho que desligar tá bom. Tchau– Falou rápido e em seguida desligou.

Eu sou o único que está relativamente normal com tudo isso?

Escuto um grito vindo da cozinha e vou ate lá correndo.

Me deparo com Whezzie pálida, desesperada, e Rose no chão inconsciente com os pulsos cortados.

–Whezzie vai pro meu quarto agora e não sai de lá, e liga pro hospital– Tentei não gritar vendo que a mais nova não parava de chorar

–A Rose não pode morrer– falou soluçando

–Ela vai ficar bem, agora vai pro meu quarto e liga pra ambulância–Falei e ela foi

Caralho. O que eu faço?

Lembro de Dianna falar que já foi obcecada por medicina.

Mas ela ta toda estranha não vai querer me atender.
Porra Rafe, é uma emergência.

Rapidamente peguei meu celular e liguei para ela.

   –Oi!

   –Você sabe primeiros socorros?–Falei colocando a chamada no viva-voz e afastando Rose daquela poça de sangue.

   –Sei, por que? Está tudo bem aí?

   –Não, Rose está com os pulsos cortados, preciso da sua ajuda–Falei

   –Puta merda!– Falou assustada mas depois se acalmou– Enrola os pulsos com algum pano ou toalha, e faz pressão– Corri e peguei as toalhas no armário e enrolei nos braços dela.

   –Rafe? Ainda esta aí?

   –Tô– Falei

   –Pressiona o pulso dela e não solta... E tenta respirar tá, você consegue– ela me conhece o suficiente para saber que quando eu fico extremamente nervoso esqueço de respirar.

   –Tudo bem, tudo bem...– Falei tentando manter minha respiração regulada. Chequei o pulso dela e estava muito fraco.

   –Dianna, os batimentos dela estão fracos– Falei nervoso e eu estava prestes a chorar.

   –Ei, se acalma ta bom, já ligou pra ambulância?

   –Sim

   –Ótimo, então eles já estão chegando, não desliga o telefone. Ela vai ficar bem– Dianna falou.

Nesses poucos minutos esperando a ambulância chegar, um monte de coisas passaram pela minha cabeça.
E todas elas envolviam minhas irmãs mais novas crescendo sem uma figura paterna e materna.

Rose precisa ficar viva e bem.

Quando a ambulância chegou, eles levaram ela e então eu pude desligar e ir falar com Wheezie.

Que estava vermelha de tanto chorar.

–Os médicos já estão ajudando ela. Rose vai ficar bem...Agora a gente precisa ir para o hospital– Falei pegando uma casaco e dando para a minha irmã.

Acordei Sarah, que estava praticamente dopada de remédios para dormir, ela não acordou mesmo com os gritos e a sirene da ambulância.

...

Com Wheezie dormindo no meu colo e Sarah sentada do meu lado eu percebi que sempre fomos nós.

Todas as situações terminavam com nós três. Juntos

Percebi também o quão egoísta eu fui, por pensar que estava sozinho e por isso deveria esquecer todo mundo.

Quando eu tirei minha primeira nota baixa, quando apanhava de meu pai, quando minha mãe morreu, quando eu me entupia de droga e voltava pra casa quase morrendo... Em todos os meus maus momentos tinha alguém do meu lado, e na maioria deles as mesmas que estão sentadas do meu lado agora.

elas foram meu suporte e agora eu preciso ser o delas.

–Me desculpa–Sarah falou baixo.

–Pelo o que?

–Por não ter feito nada, eu estou tão mal com tudo isso que só queria dormir pra esquecer tudo, e quando... Isso aconteceu, eu estava dormindo e não vi literalmente nada, eu nem lembro na verdade, só me lembro a partir do momento que chegamos no hospital– Falou segurando o choro.

–Todo mundo está mal, não é culpa sua– Respondi

–Eu ainda não consigo acreditar em tudo o que rolou... Toda a imagem paterna que eu tinha dele se foi– Falou olhando para o teto– Por muito tempo ele foi meu herói e pra muitos ele é um monstro.

–Vocês duas despertaram o lado bom dele, e até que Rose também– Falei soltando uma risada sem humor

–Sinto falta da mamãe...

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oioi, como jfu está quase no final estou pensando em escrever uma fic com JJ oq acham?

𝕁𝕦𝕤𝕥 𝕗𝕠𝕣 𝕪𝕠𝕦 - Rafe CameronOnde as histórias ganham vida. Descobre agora