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— OH, POBREZINHO. VOCÊ viu o modo que a expressão dele mudou? — Chan colocou a mão no peito.

— O primeiro coração quebrado a gente nunca esquece. — Soonyoung disse, dando uma risadinha em seguida.

As duas divindades observavam Jeonghan de longe. Ambos flutuavam uns metros acima do príncipe, alertas e vigiando tudo que se aproximava do garoto. Ninguém poderia vê-los, obviamente, mas, se pudessem, seriam surpreendidos por dois homens seminus, com sua cintura e pernas cobertas por bolhas. Era uma visão um tanto... diferente. Chan e Soonyoung só puderam localizar Jeonghan quando o mesmo pisou em terra. Por mais que os dois sejam divindades do mar, o oceano ainda era um lugar extenso e obscuro, quase impossível de se encontrar algo ou alguém enquanto estes navegam por suas águas.

— Particularmente, não acho que esse pirata é certo para Jeonghan. Prefiro o príncipe Joshua. — Chan cruzou os braços.

— Eu acho que o coração de Jeonghan está onde ele acha que deve estar. — Soonyoung murmurou, observando os olhos confusos do príncipe enquanto este encarava a cena em sua frente. — Se é naquele pirata fedorento, então por mim tudo bem.

— Eu aposto que Seungcheol vai iludi-lo.

— Eu digo que será o contrário.

Chan encarou Soonyoung. Seus olhos brilharam em fúria.

— Jeonghan é jovem e ingênuo! Ele é mais propenso a se deixar levar pelas emoções! Seungcheol é um conquistador barato!

— Não subestime Jeonghan, meu querido Chan. — Soonyoung lançou ao outro um olhar sapeca. — Ele conseguiu seduzir Joshua sem nenhum problema.

Chan bufou, mas se calou. Logo abaixo das divindades, Jeonghan ainda se mantinha atônito. Quem era aquele? Os dois estavam juntos? Seungcheol vinha flertando com Jeonghan mesmo tendo um companheiro? Naquele momento, o príncipe sentiu um imenso constrangimento e raiva de si mesmo. Como pôde se deixar levar pela lábia de um pirata bêbado? Como pôde ser tão ingênuo?

— Será que eles não ficam sem ar? — Yoojung estalou a língua, irritada.

— Faz tempo que Seungkwan não vê o capitão, então não o julgo. — Hansol riu. Ao seu lado, Minghao franziu o nariz.

— Que pouca vergonha.

— Chega. — Seungcheol riu, empurrando, delicadamente, o corpo alheio. Aquele toque íntimo enraiveceu Jeonghan mais do que o próprio beijo. O capitão lançou um olhar rápido em direção ao príncipe, tão rápido que se passou despercebido por quase todos ali presentes.

Quase todos.

— E quem seria você, gracinha? — Seungkwan encarou Jeonghan. Foi então que o loiro percebeu os olhos do outro, eles eram coloridos. Era como se um arco-íris tivesse se instalado nas pupilas do bruxo. Jeonghan se sentiu hipnotizado.

— M-Meu nome é Jeonghan.

— Oh, o príncipe de Métis. — Seungkwan deu uma risadinha. — Todos os reinos estão à sua procura, tome cuidado, sim?

— Ah...

Enfim! — Seungcheol bateu as mãos, sentindo o suor descer pela sua têmpora. — Precisamos de sua ajuda, Seungkwan.

— Faço tudo o que me pedir, querido. — o bruxo deslizou as mãos pelos ombros do capitão. Seungcheol riu, sem graça, e, novamente, lançou um olhar a Jeonghan.

— Estou tendo ânsia só de olhar para vocês. — Wonwoo suspirou. — Podemos entrar?

— Oh, sim, claro! — Seungkwan disse, sorridente. Soltou-se de Seungcheol e abriu a porta de sua torre, indicando a todos que entrassem.

✘ eleutheromania. (hiatus)Место, где живут истории. Откройте их для себя