Two!

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- Eu falei para vocês não ficarem perto da floresta, e vocês fizeram exatamente o contrário - nossa mãe estava xingando nós duas, na sala dela, na delegacia - Por que é tão difícil fazerem o que eu peço?! - ela suspira e se senta na cadeira.

- A festa já estava marcada, e você sabe que eu sou sempre a anfitriã da festa mãe - Caroline diz se explicando.

- Você me prometeu que não me traria problemas Mirella - ela diz me olhando.

- Calma aí, eu não prometi nada, eu disse que tentaria não que prometia - digo um pouco brava - E outra, eu ainda perguntei pra Caroline se você sabia que a festa iria ser na floresta - digo cruzando os braços.

- Eu só fico preocupado com vocês, não sei o que faria se alguma coisa acontecesse com vocês - ela se levanta e vem até nós duas - Me prometam que vão ficar longe da floresta? Me prometam não esconder nada de mim.

- Olha eu posso tentar - digo sincera.

- Mirella - as duas me repreendem.

- Tá, tá legal, eu prometo - me dou por vencida.

Conversamos mais um pouco e logo depois nos despedimos da nossa mãe. Assim que saímos da delegacia fomos em direção a nossa casa, senti que estávamos sendo seguidas, mais todos os lados que eu olhava não tinha ninguém, bom pelo menos era o que eu pensava.

- Saí, saí bicho feio - minha irmã fala assim que chegamos na escadinha para subir na varanda de casa.

E mais uma vez aquele corvo estava me perseguindo, Caroline tentava espanta-lo de qualquer jeito mais ele não se mechia, e eu conheço bem minha irmã, tenho certeza que por dentro ela está apavorada.

- Deixa que eu cuido dele, pode entrar - digo olhando pra ela.

- Ótimo, não quero estragar meu dia por causa de um animal - ela diz e vai entrando - Só não demora pra entrar, já tá ficando escuro - ela diz e assim entra para dentro de casa.

- Ei amiguinho, o que você quer tanto comigo? Já é a terceira vez que você aparece perto de mim - digo chegando perto dele e fazendo um leve carinho na sua cabeça - Olha a que ponto eu cheguei, conversar e fazer carinho em um corvo - dou risada sozinha.

Fico um tempo ali quando começo a escutar um pedido de socorro, me viro para ver de onde é, e vejo que vem da floresta. Sou curiosa demais, mais como me fizeram prometer que ficaria longe então farei, ia entrar dentro de casa mais novamente escuto o pedido de socorro, só que dessa vez bem mais forte.

- Quer saber, nunca fui boa em cumprir promessas mesmo - vou correndo em direção a floresta.

Entro na floresta e ouço o pedido de socorro ficar mais perto ainda, vou andando até chegar em uma garota, ela estava totalmente enxarcada de sangue.

- Ei, ei, ei, o que aconteceu? - digo chegando perto dela e a apoiando as costas dela na minha barriga.

Percebo que ela está toda mordida, tem furos pelo que parece bem fundos no pescoço dela.

- Dói...dói mui..to - ela diz com dificuldade - Me aju...da a ti..rar es...sa dor - ela estava chorando também.

- Como posso te ajudar? Já sei, vou chamar uma ambulância - digo procurando meu celular no meu bolso, mais ela me impede.

- Não, eu... não que..ro ir pro hos...pit...al - ela diz quase fechando o olho por completo - N..ão que..ro mais viver, me mata - me assusto com o tom que ela usa.

- Co...como assim? - fico surpresa com o pedido.

- Me ma..ta, é o ún..ico jei..to de ti..rar toda a mi..nha d..or - ela diz e pega um galho e coloca em direção ao coração dela, logo depois pega minha mão e me faz segurar o galho.

𝘛𝘩𝘦 𝘛𝘢𝘴𝘵𝘦 𝘰𝘧 𝘉𝘭𝘰𝘰𝘥 -𝐃𝐚𝐦𝐨𝐧 𝐒𝐚𝐥𝐯𝐚𝐭𝐨𝐫𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora