Capítulo 02

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Eu andava tranquilamente pelo centro da cidade e apesar daquele horário, havia muitos restaurantes chiques que ainda estavam abertos e eles eram os meus alvos, não exatamente eles, e sim as pessoas que os frequenta, muita gente rica em um local só significa lucros autos.

Ando pela calçada em direção ao pessoal que estava na entrada do restaurante, passo entre eles e continuo meu caminho, assim que viro a esquina e me encosto na parede olho para meus bolsos que haviam algumas carteiras.

— E como sempre, ninguém percebeu nada, só vão perceber na hora de pagar a conta! — Sussurro para mim mesma enquanto sorria satisfeita.

Durante o dia eu cuidava do comércio de minha tia e durante a noite eu saia para "lucrar" roubando carteiras, eu não conseguia evitar, comecei com isso quando era criança e não me arrependo e hoje eu tenho mãos leves e ninguém nota sendo furtado, é como se eu passasse por eles e não pegasse, como se quem pegasse fosse um fantasma.

— Próximo restaurante aí vou eu!

Continuo meu caminho para outros restaurantes. Bom, essa era minha rotina noturna, era assim que eu conseguia comprar os remédios caros da minha tia já que o comércio dela não está trazendo o suficiente. Cobram uma fortuna por um simples remédio que mantém a saúde da pessoa estável, isso é muita sacanagem com as pessoas que não tem muito, eles te sugam até o último centavo e no final diz que não foi o suficiente para te salvar.

Fui para esse mundo pensando que seria a forma mais fácil de se conseguir algum dinheiro e eu estava certa, todo dinheiro que eu conseguia eu usava pros remédios de minha tia e o que sobrava eu guardava para emergências. Minha tia era muito triste desde que cheguei para morar com ela, ela era muito sozinha desde a morte de meu primo, era o único filho dela e o marido dela não se importava com seu filho morto e então meus tios que eram os irmãos dela, deram um jeito nele. Prometi cuidar dela assim como ela cuidou de mim, mas estou com medo, estou tentando me preparar para quando ela se for, mas não quero que isso aconteça pois ela cuidou de mim como se eu fosse filha dela, mesmo sendo minha tia eu a via como uma mãe para mim.

Paro de andar um pouco e solto um suspiro para espantar os pensamentos ruins e logo volto a andar, eu tinha que voltar para casa antes da meia noite, eu já tinha passado em muitos restaurantes e pego muito dinheiro, já estava na hora de voltar para casa.

As ruas estavam quase desertas e eu apressava meus passos cada vez mais, não era bom estar sozinha na rua naquele horário.

— Aí garota!

Olho para trás e um grupos de homens se aproximavam de mim.

— A gente tá sabendo de umas coisas que você tá fazendo aqui na nossa área, e nosso chefe não tá gostando nem um pouco disso!

Era só o que me faltava, eu estava a dias tentando evitar de encontrar algum grupo de gangues desse lado da cidade, eu estava quase chegando em casa, faltava tão pouco.

— Você não vai falar nada?

— Deve tá com medo.

Com isso alguns deles começam a rir.

— Eu não sei do que vocês estão falando!

— Não tente nos enganar, você anda roubando pelo centro da cidade, e o centro da cidade estar incluído no nosso território.

— Bom, eu só estava andando por lá, e meio que o centro é público, qualquer um pode andar por lá, não vejo problema nisso.

— Não é o fato de andar por lá e sim o que você anda fazendo! — Ele faz uma pausa e olha para os meus bolsos. — Me dá isso aqui!

Ele tenta agarrar o bolso de meu casaco, mas puxo para trás e com isso ele não consegue pegar e então aproveito o momento e transfiro um soco em seu rosto. Ele dava alguns passos para trás gemendo de dor e então aproveito a oportunidade para fugir.

— Paguem aquela vadia AGORA!

Com isso o grupo de homens passou a me perseguir pela rua. Faltava apenas um quarteirão para chegar no meu bairro onde outra gangue dominava, eu tinha apenas uma chance de conseguir chegar até lá sem que eles me pegasse, eles poderiam ver que aquele lugar era território de outra gangue e poderiam mesma hora parar de me seguir. E com sucesso, finalmente consigo chegar ao território onde eu poderia estar a salvo deles, mas isso era o que eu pensava, adentrar em outro território não parecia problemas para eles, eles conseguiram me pegar, e me jogaram no chão.

— Te pegamos! Agora você vai receber uma bela lição e vai nos entregar o que nos deve.

Ele tentava agarrar o bolso de meu casaco onde estaria o dinheiro, mas eu mantinha pressionado contra mim para que ele não pegasse e então...

— Soltem ela agora.

A voz de um outro homem se faz no lugar chamando nossa atenção. Ele estava acompanhado de seu grupo, mas nesse havia homens e mulheres.

— Vocês não ouviram? Soltem ela, ela pertence ao nosso lado, vocês entraram em nosso território.

— E se a gente não quiser? Vai fazer o que em?

— Então vocês vão se resolver com essa belezinha aqui.

Ele tira uma arma da cintura e aponta para a cabeça do homem que me segurava.

— Eai, como vai ser? Eu tenho a noite toda, mas acho que vocês não!

Sem pensar duas vezes, o homem acaba me soltando e andando para trás com as mãos para cima em sinal de rendição e então ele sai correndo junto com os seus e aí eu finalmente pude respirar aliviada.

— Depois dessa, acho que eles nunca vão colocar os pés aqui.

— Assim espero. — O rapaz guarda sua arma e então olha para mim. — Caramba Amy, eu nunca vi você correr tão rápido na vida.

Ele dizia quase rindo e esticando sua mão para mim e então aceito sua ajuda para levantar.

Roubo ao DólarWhere stories live. Discover now