Cap.9

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Alice POV.

Michael me guia até onde seria o quarto de hóspedes e abre uma porta.

- É aqui. - ele diz me dando passagem.

Entro e me deparo com o quarto mais legal que eu já vi na minha vida. Ele era enorme, tinha uma cama grande e, aparentemente, confortável no centro, uma TV de tela plana que cobria a metade da parede de frente para a cama, um frigobar ao lado de um sofá de couro, um guarda roupas branco e uma porta que cálculo que dê em um banheiro. O carpete era macio e o quarto era completamente decorado, desde cortinas até pequenos objetos decorativos.

- Uau. Esse quarto é maravilhoso! - elogio.

- Amor, sexo é a segunda maravilha do mundo, porque a primeira sou eu. - ele diz sério e eu reviro os olhos.

- Boa noite, Michael. - digo o empurrando para fora e quando ele abre a boca para falar eu fecho a porta na sua cara.

Ando até a cama e me jogo nela. É muito confortável. De repente a porta é aberta de novo e revela os cabelos vermelhos muito familiares para mim. Michael coloca apenas a cabra dentro do quarto.

- Espera só até você provar...- ele diz com um sorriso malicioso nos lábios.

E então eu pego um dos milhares de travesseiros da cama e jogo em sua direção, mas ele é mais rápido e fecha a porta antes que o objeto o consiga atingir. Rio.

(...)

Bufo pela milésima vez seguida pelo o meu organismo ser tão idiota ao ponto de, depois de um dia cansativo, estressante e molhado, eu não conseguir dormir. E essa cama é muito confortável. Pulo de susto quando ouço a porta ser aberta. Um ser de cabelos vermelhos e vestindo um pijama de unicórnios entra.

- Alicinha, eu não consigo dormir. Você está dormindo? - ele sussurra.

Reviro os olhos. Sério? Unicórnios? Muito punk da sua parte, Michael.

Ele caminha até a cama.

- O que você está fazendo? - pergunto quando ele se mete embaixo dos cobertores e me abraça por trás como um bichinho de pelúcia.

- Shh, estou tentando dormir. - ele resmunga e cobre a minha boca com a mão.

Só Deus sabe por onde essas mãos andaram...

- E por que você não está no seu quarto? - digo e minha voz sai abafada devido a sua mão na minha boca.

- Porque eu prefiro dormir aqui abraçadinho com você, Alicinha. - ele diz com a voz fofa.

Maldito seja Michael por ser tão fofo nesse pijama de unicórnios!

- Argh. Tudo bem. - suspiro.

- Boa noite, Alicinha. Sonhe comigo. - diz e enterra a cabeça nos meus cabelos.

- Boa noite, Michael. - sorrio.

Talvez, só talvez, ele não seja tão mau assim. Ou pode ser só o cansaço.

(...)

Acordo sentindo um peso sobre meu corpo. Me forço a abrir os olhos e me deparo com um emaranhado de cabelos vermelhos que fazem cócegas no meu nariz, me fazendo espirrar. Michael murmura coisas que não consigo entender e se lavanda sonolento.

- Bom dia para você também. - ele diz e finge espirrar.

- Idiota. - reclamo e rio, o que faz seu sorriso aumentar ainda mais.

Começo a me levantar e ir em direção ao meu celular que estava no sofá.

- Aonde você vai? - pergunta parecendo preocupado.

- Ahm...ligar para o encanador? - sacudo o celular na minha frente.

- Ah, claro. Eu sabia. - ele coça a parte de trás do pescoço sem graça.

Assinto começo a discar o número do encanador.

Assim que o encanador atende digo o endereço do prédio. Logo ligo para a portaria, autorizando sua entrada.

- Bom, eu tenho que ir para o meu apartamento esperar o encanador. Obrigado por me deixar passar a noite aqui.

- Mas...mas...você pode esperar por ele aqui.

- É que eu tenho mesmo que ir.

- E você não vai voltar?! - ele pergunta nervoso.

- Acho que não vai haver necessidade. Mas, obrigado na mesma.

Saímos do quarto e Michael me acompanhou até a porta. Quando estava saindo ele também saiu atrás de mim. Olho para ele confusa.

- Não vou te deixar sozinha com um cara qualquer. - ele encolhe os ombros.

- Oh. - sorrio internamente.

Depois de alguns minutos o encanador chega. E para minha surpresa ele não era velho barrigudo de óculos, e sim um moreno alto de olhos claros. Muito bonito por sinal.

- Bom dia. Senhorita Alice, certo? - ele sorri.

- Sim, eu mesma.

- Eu vim para fazer o reparo que foi solicitado. Podemos ir até o local?

- Claro, por aqui. - digo e começo a andar na frente. Michael me segue.

De repente ele agarra meu braço e chaga perto do meu ouvido.

- Você ligou para o serviço de encanamento ou para uma agência de modelos? - rio.

- Algum problema em ele ser bonito?

- Todo. - resmunga.

Entramos no apartamento que estava aberto e tentamos andar pelo piso húmido, levo o encanador até a pia.

- É aí. - aponto para o vazamento.

- Claro, deixa comigo. - ele pisca o olho para mim e eu franzo a testa. Michael me puxa pela cintura e sorri para mim, eu fico mais confusa ainda.

O encanador se abaixa e começa a mexer nas ferramentas, começando a concertar a pia.

- Então... - o moreno quebra o silêncio. - Vocês dois são irmãos? - pergunta enquanto mexe na pia.

- Irmãos não tem noites prazeirosas. - Michael provoca.

Eu arregalo os olhos.

Oh, não. Isso de novo, não.

- Ah, então são namorados. - o encanador conclui.

- Na verdade-- - sou cortava por Michael.

- Sim. Namorados e apaixonados, não é amor? - Michael me puxa mais para ele.

- Claro. - eu rosno.

- Ah, sim. - o encanador diz sem interesse.

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Idiot neighbour • CliffordOnde as histórias ganham vida. Descobre agora