- Ah, não. Não precisa ser tão formal, eu te vi nascer. - Meu pai riu. - Você pode me chamar de Peter, mas só você, o Bryan e o Jack são folgados.

- Pai... - Repreendi.

Eu sabia o que ele estava tentando fazer: comprar o Daniel com simpatia como se, assim, ele se apaixonaria por mim.

- Lauren, você já está indo? - Minha mãe perguntou e apareceu na sala. - Oi, Daniel. Tudo bem? - Minha mãe o cumprimentou e ele fez o mesmo.

- Já estamos sim, mãe. Por que? - Perguntei.

- Eu e seu pai não estaremos em casa, você esqueceu a chave. - Balançou o trio de chaves com um chaveiro dos minions.

- Ah, obrigada, mãe. - Sorri e peguei a chave. - Espera, vocês vão aonde? - Franzi a testa.

- Em um jantar chique da empresa. - Ela fez uma pose dramática e nós rimos.

- Bom jantar para os pombinhos, então. - Sorri, saindo de casa. - Vamos? - Perguntei ao Daniel que assentiu e despediu-se dos meus pais.

- Divirtam-se, crianças. - Meu pai acenou enquanto entrávamos no carro.

Quando partimos, ele ligou o rádio para ficar um ambiente mais confortável.

- Você acredita que meu pai achou que íamos a um encontro?! - Ri.

- E você falou o quê? - Perguntou enquanto parava no sinal vermelho.

- Que não, óbvio.

- Ele deve ter ficado aliviado. - Brincou.

- Muito pelo contrário, ele ficou bem decepcionado. - Sorri.

Ele me olhou, surpreso.

- Sério? Achei que eu seria a última pessoa que ele gostaria como genro. - Franziu a testa e olhou para frente novamente.

- Também fiquei surpresa quando ele se revelou seu fã. Até porque, não é muito comum. - Zombei.

- Inveja por que seu pai gosta mais de mim do que de você? - Provocou com um sorriso convencido.

- Inveja não, pena. - Retruquei e ele fez careta.

Ao chegarmos no museu, conversamos com a recepcionista e ela concordou em fazer as gravações ali.

Ela nos acompanhou para começar o tour e nos levou para uma sala cheia de fotografias da cidade em épocas passadas até os dias de hoje. Embaixo havia o ano de cada uma daquelas fotos, como um time-lapse.

Outra mulher com um terno cinza, olhos castanhos e cabelo loiro, preso em um coque, apareceu e nos cumprimentou. Ela seria a nossa guia. Fiz perguntas a ela e anotei tudo que precisava.

Depois, passamos para uma sala com artefatos dos povos nativos que habitavam essa região. Essa parte ficou para o Daniel apresentar e eu fiquei por trás das câmeras. Também fomos na coleção de utensílios da época da fundação e no pantheon dos heróis nativos da cidade que lutaram pela anexação da Califórnia aos Estados Unidos.

Foi uma tarde inteira de gravações, com intervalos de vinte minutos a cada duas horas, mas estava ficando interessante e procurávamos fazer tudo de uma forma dinâmica e divertida. Quando terminamos, minha boca já estava seca e minha barriga roncava de fome.

Nos despedimos da guia e ela nos deu broches com a logo do museu e fomos até a lanchonete que ficava ao lado.

- Preciso comer alguma coisa urgente. - Me sentei, afobada.

- Eu também. Estou sentindo meu estômago comer minhas próprias tripas. - Ele exagerou e eu gargalhei.

Empurrei minha cadeira para o seu lado para que pudéssemos ver o cardápio juntos.

Um Retorno Inesperado | ✓Where stories live. Discover now