𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

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Sinto as mãos de Chifuyu em minha cintura e aperto um pouco mais o abraço. Havíamos passado o dia juntos, o que é incrível, já eu amo passar horas e horas conversando com ele. O loiro se afasta do aperto e deposita um selar em minha bochecha, me fazendo sorrir e entregar a jaqueta dele - que o mesmo havia me entregado mais cedo.

─── Tchau, May. Até amanhã!

─── Até amanhã, Fuyu!

O Matsuno se afasta e vai em direção a sua moto, subindo nela e dando a partida. Vejo sua moto sumir na esquina e pego minha chave, mas hesito um pouco, já que eu não tinha certeza do que me aguardava. Sabia que Amaya estava irritada, eu não me importo com os sentimentos dela, na verdade, quero que ela se foda, mas não queria brigar com meu pai novamente.

─── Mayumi, isso não é cansativo para você? Sabe, é sempre a mesma coisa: você me desafia, a gente briga e seu pai acredita em mim. Sempre o mesmo ciclo e, mesmo assim, você não desiste. Se eu fosse você, eu nem tentaria mais, sabe? Deve ser tão exaustivo estar sempre de castigo e sempre brigando. Não é? ─── Ela tinha um sorriso sádico em  seus lábios. Deus, como eu odeio essa mulher.

─── Eu estava na casa da Emma, meu pai não vai brigar por isso, ele conhece a família dela, sabe que são pessoas confiáveis.

─── Seu pai pode até confiar nos Sano's, mas ele confia nos delinquentes que vieram te buscar? ─── Ela caminha até a cozinha e começa a beber água.

─── Eu tenho certeza que ele não vai ligar. Eu apenas fiquei na casa da Emma, não fiz nada errado. Ele só vai brigar se alguém inventar mentiras, o que eu não acho que seja necessário.

─── Bom, eu acho que seja. Seu pai deixou bem claro quando disse que não queria que você continuasse se envolvendo com aqueles moleques, mas você nunca escuta ele.

Suspiro irritadamente. Essa conversa já estava me dando nos nervos. ─── Por que você não me deixa em paz? Seu filho é o Mitsuo, não eu! Estou cansada de você sempre me dizendo o que fazer. Se fosse apenas preocupação, eu não diria nada, mas eu sei muito bem que você apenas quer que eu me foda.

─── Eu apenas acho que seu pai é muito liberal com você, deixando você fazer tudo que quer. Se continuar assim, você não passa dos dezoito. Mas não pense que eu estou preocupada com você, por eu não estou. Apenas tenho que garantir que a minha família não fique mal falada por sua causa.

─── Do que vocês estão falando? ─── Uma voz irritada surge atrás de mim, me fazendo virar e vendo meu pai com um semblante irritado.

─── Kazumi, você não vai acreditar o que a Mayumi fez!

─── Eu já escutei o suficiente e acho que não quero ouvir mais nada. Quero conversar com você depois.

Dessa vez quem paralisa é Amaya, nunca pensei que veria ela tão nervosa perto do meu pai.

─── May, suba para o quarto, por favor. Quero conversar com a Amaya.

Concordo com a cabeça e subo. Um sorriso se forma em meus lábios, nunca pensei que veria Amaya tão assustada. Espero que ele tenha escutado a conversa e perceba o quão falsa ela é.

Meu pai é cego. Cego de amor por uma pessoa que só quer estragar a vida dele.

Queria que o meu pai percebesse que ela não é a mulher certa para ele. Jamais proibiria ele de conhecer outras mulheres e de se apaixonar novamente, não é porque a minha mãe morreu que a vida dele tenha que parar. Mas eu queria que ele visse que ela só está com ele por conta do Mitsuo e pelo dinheiro que ele tem.

𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄 𝐘𝐄𝐀𝐑𝐒, Chifuyu MatsunoWhere stories live. Discover now