2

1.2K 110 5
                                    



- Eu senti saudade. E eu nem pude estar aqui pra você quando... - Alissa ficou muda e eu senti os olhos dela em mim, procurando algum sinal de dor, de lágrimas, de um luto que eu tinha jogado pra baixo do tapete a anos.
Era sempre assim quando alguém raramente tocava no nome de Cloe.

- Está tudo bem agora. Já fazem 8 anos. - Falei tentando não me importar, eu tinha ficado bom nisso, tinha ficado ótimo em fingir em manter longe qualquer tipo de pena ou compaixão.

- Não está tudo bem, você amava aquela mulher I. E tudo foi tão doloroso, eu nem imagino como você ... - Ela ia chorar... Eu podia sentir e isso não o atolar, não agora, não do meio de uma festa pra ela.

- Foi horrível... Doloroso sim Ali, foi sim. Então porque não falamos sobre outra coisa, tipo, como você tem um péssimo gosto pra amizades? Olha pra ela. - Alissa e eu olhamos pro corredor onde a amiga dela tentava de todas as formas segurar as duas bolsas enquanto tentava abrir a porta ao mesmo tempo.

- Aquilo tudo vai cair em 3...2...

E antes que eu terminasse de contar tudo caiu das mãos dela que bufou sentando no chão no meio da bagunça de malas com as mãos na testa suada.

- Ela é uma bagunça.- Eu disse balançando a cabeça arrumando a camisa limpa no corpo, pronto pra voltar pra festa.

- Pega leve com ela I. Baize está passando por algumas coisas e não tá em um momento dos melhores, mais eu juro, ela é ótima. - Minha irmã olhou com amor pra amiga e correu até ela pra ajudar.

Caminhei de volta pra festa que eu já estava cansado, e quando bati os olhos em uma das moradoras do Vinhedo meu cansaço foi todo embora na hora.

Linda.
Corpo bem desenhado.
Boca vermelha e bem vestida, ela devia ser cheirosa pra caralho.

- Quem é ela? - Perguntei pra Gabi um dos peões novos do meu pai.

- Felicit, moradora daqui. - Mordi a boca imaginando ela nua em cima de mim.

- Ótimo... Me apresenta.

- O que? Senhor?

- Vamos me apresenta a garota.

Gabi me levou relutante até ela que corou assim que beijei a mão dela.
As garotas do interior choravam a toa, isso era uma graça.
Mãos de quem trabalhava duro colhendo uvas.
Pele queimada e peitos pequenos, perfeita.

- Que tal uma passeio? - Perguntei entregando uma taça de vinho pra ela que sorriu.

- Eu deveria te mostrar tudo senhor?

- Eu cresci aqui. Conheço tudo de ponta a ponta moça. - Me gabei fazer ela rir,  iria fazer ela rir a noite inteira era assim que levaria ela pra cama.

- Se divertindo ? - Noah perguntou me cutucando de lado.

- Não se mete, eu preciso trepar hoje, tô cansado, não queria estar aqui, e uma garota louca ainda derramou vinho em mim. - Resmunguei fazendo ele gargalhar.

- E quem foi a garota? Preciso fazer amizade com ela. - Ele era debochado e um filho da mãe sempre que podia.

- Noah!?

A voz de Alissa fez nois dois virarmos e por incrível que pareça, a garota que derramou vinho em mim estava malditamente impecável agora, com os belos olhos pretos maquiados combinando perfeitamente com o curto vestido preto tomara que caia que caiu perfeitamente nela naquela pele branca que parecia nunca pegar sol. Minha boca até  salivou.

- AQUELA é a garota que derramou vinho em você ? - Noah riu indo até a garota se apresentar babando.
Eu não duvidava nada que ele pegasse ela no fim da noite.

A Sua Espera Where stories live. Discover now