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BAIZE

Depois da briga horrível em que fiquei com o olho rosto e a boca cortada fui levada até a porta da delegacia por Alissa.
Ela queria que eu denunciasse ele.
Fiquei longos 30 minutos parada lá.
Mais desisti.

Como eu poderia ver Poul sendo preso?
Eu nem conseguia imaginar isso.

Eu tinha tomado a decisão de encerrar tudo com ele, só não sabia como ainda.

Ele me ligou todos os dias todas as noites.
Deixou flores na minha porta, deixou recadinhos, foi na minha porta.
Eu ainda não estava pronta pra ver ele.

- Nem maquiagem vai disfarçar isso. Eu não vou sair, você pode ir. - Fui empurrando Alissa até a porta.

Ela estava saindo com Luan fazia uma semana.
A pior semana do mundo pra mim e a melhor pra ela.
Ela tinha sumido na briga toda porque estava com ele no meio dos vinhedos transando. Minha menina estava crescendo e fiquei muito grata por ela não estar lá pra ver tudo.

Alissa acenou pra mim entrando no táxi.
Ela ainda não sabia sobre eu ter transado com o irmão dela no banheiro.
E eu não sabia como contar.
Como se diz isso pra melhor amiga?


Liguei o chuveiro pra tomar um banho quando ouvi o interfone.

Agarrei a toalha no corpo e fui ver.

Meu coração acelerou e minha mão tremeu.
Poul falou algo que não dava pra entender.
Estava bebado.

Aí droga!

Vesti um moletom com um top e desci rápido no elevador.

Que porra Poul!

E lá estava ele, sentado no meio fio da entrada do prédio de cabeça baixa com as mãos enfiadas nos cabelos .

- Porque você tá fazendo isso? - Perguntei cruzando os braços sem chegar muito perto.

- Posso ajudar? A senhorita Alissa disse que se...

- Não... Tá tudo bem. Eu resolvo. - Cortei o porteiro que aceitou observando de longe.

- Levanta daí. Porque você bebeu tanto? - Puxei o braço de Poul que levantou a cabeça pra mim.
O rosto dele ainda estava machucado assim como o meu, e ver o olhar perdido dele me doeu.
Mais de jeito nenhum ele ia ter perdão dessa vez.
Foi a última!
Foi a última vez que Poul me bateu!

- Baize... Eu... Tô com saudade. Eu tô... Tô morrendo de saudade. - Ele repetia ficando de pé todo torto com o olhar de cachorro perdido.

- Vai pra casa.

- Como? Como se você tá aqui? - Meu coração pulou.
Ele ainda fazia isso.

- Você veio dirigindo? Veio dirigindo desse jeito Poul? Você ta maluco? - Fui até o carro dele puxando a chave do volante e vi o celular dele tocando feito louco no banco.

Estava escrito Hanna.
Quem era Hanna?

- Por favor... Eu sei que eu sou a pior pessoa agora. Eu sei que você me odeia agora... Eu sei que eu te machuquei. Eu sei disso tudo. Mais Baize. Eu te amo. Te amo como um louco! E saber que você trepou com ele. Saber que foi de outro e que me traiu... Eu... Eu nunca senti tanta dor.

- Eu não trai você! Você me bateu porra! Me machucou, olha pro meu rosto Poul! Olha o que você fez outra vez! Isso é o seu amor por mim? É isso?! - Ele chegou perto de mim e eu fui andando pra trás até encostar no carro.

Senti as mãos dele no meu rosto e tratei de afastar.
Eu não tinha medo dele. Isso não!

- Eu te amo... Te amo! Eu te amo! Te amo! Me perdoa... Eu não sabia o que tava fazendo, eu enlouqueci. - Ele falava tentando me beijar.

A Sua Espera Where stories live. Discover now