— Eu sinto muito — coloco minha mão por cima da sua.

— Nós vamos ficar bem. É uma promessa.

Sorrio para ele. Demetri se aproxima, fazendo Seth recuar. O vampiro fica ao meu lado, sem falar nada, apenas encarando seriamente o lobo. Olho de um para o outro, sem entender. Será que está rolando alguma tensão sexual aqui? É cada uma que me acontece...

— Com licença — diz Demetri à Seth, que cerra o olhar para ele.

Ignoro seja lá o que eles estejam tendo e sigo Carmen e Eleazar. Vários já foram até a mansão dos Cullen, inclusive boa parte dos Cullen. Apenas Carlisle e Emmett restaram.

— Entendemos se não quiserem voltar após o enterro — Carlisle diz, compreensivo — mas saibam que os estamos esperando ansiosamente. Somos família.

— Obrigado, Carlisle — Eleazar sorri fracamente — apesar de tudo, estamos felizes com o rumo que tudo tomou para vocês.

Me aproximo de Emmett, que me olha com carinha de cachorro que caiu da mudança.

— Vou sentir falta de vocês — choro do jeito esquisito dos vampiros. Sem lágrimas, mas com a expressão de choro.

— O que vou fazer sem minha parceira de crime? — Emmett questiona.

— Carreira solo?

— Jamais. Apenas um hiatus — diz.

— Um hiatus — concordo.

— Aliás... Você tem o número de uma costureira? — Sorri. — Porque quando te vi, perdi a linha.

Isso arranca uma risada minha, baixa e breve, mas genuína.

— Podemos aproveitar e pedir para ela juntar nós dois! — Retruco.

— É melhor irmos, as meninas estão se afastando rápido — Carmen avisa. É lógica sua preocupação. Nos despedimos de uma vez e vamos atrás de Kate e Tanya. Depois que as alcançamos, Tanya pega o capuz de mim, ficando abraçada à ele.

Todo o longo caminho até nossa casa no Alasca é silencioso. Nem eu me atrevo a falar nada. Todos ficam perdidos em seus próprios pensamentos, se afogando em suas emoções. Eu não consigo parar de repassar o embate várias vezes em minha mente, é doentio.

Quando finalmente chegamos, Demetri se afasta para nos dar privacidade. Vamos para a parte de trás da mansão, onde Tanya cai ajoelhada em um certo ponto. Kate fica ao seu lado, começando a cavar um buraco com as próprias mãos. O resto de nós se junta a elas, também cavando. Tanya sai do seu topor e levanta uma mão, nos indicando para parar. Ela despeja as cinzas e até mesmo passa neve no capuz para não sobrar nada lá. Colocando o pano de lado, joga toda a neve de volta, tapando o buraco.

— Alguém quer dizer algo? — Carmen pergunta, sua voz trêmula.

— Não é justo — Tanya comenta, raivosa.

— Não mesmo — concordo.

— Fomos ajudar os Cullen e nós que acabamos perdendo alguém — continua ela, seus olhar focado nas mãos cravadas na neve à sua frente.

— Mas Irina causou tudo isso e depois assumiu toda a responsabilidade — rebato — não podemos ser injustos também.

— Se Irina não tivesse causado, outra pessoa causaria — Tanya retruca — não se pode esconder alguém como Renesmee para sempre, como eles planejavam fazer.

— É, mas Irina deu azar de ser ela a X9 — repito a gíria que Bia me ensinou  — e todos sabem que X9 morre cedo. É até um ditado popular no Brasil...

amore mio | twilight Where stories live. Discover now