Contra tempo

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POV Max
Alguns dias depois

- Acordo sentindo meus olhos doendo por conta da noite de choro , sei que estão inchados mas não ligo ,não sei quando peguei no sono , só sei que ouço alguns pássaros que anunciam a chegada do dia .

- Fico na cama apenas analisando os detalhes do quarto , a cama fofa e cheirosa , a porta creme junto com as paredes de mesmo tom , o armário que tinha suas portas em um lindo tom mogno , a varanda que sempre tem suas portas trancas , e uma janela com grossas barras de proteção.

- Após alguns minutos analisando o quarto ouço um barulho na porta e vejo as mulheres entrarem .

-: Bom dia querida , teve um bom sono ?
Diz a mulher de cabelos vermelhos passando a mão em meu rosto.

-: sim senhora .
Digo baixo e de cabeça baixa .

- A mulher de cabelos loiros se aproxima e levanta meu rosto e analisa .

-: Apanhou por acaso pra ficar chorando ?
Diz ela passando os dedos em meu rosto levemente inchado

-: Não,  mas tive o azar de ser pega por duas malucas .
Digo murmurando com desgosto.

-: Primeiro vem um alto barulho e logo em seguida sinto o ardor do tapa forte que atinge minha bochecha direita e coloco a mão no local do tapa instintivamente.

-: olha aqui putinha, ainda são 8 da manhã e minha paciência não está boa , então controle sua linguinha se não quiser perde-la .
Diz Alexandra em um tom frio e mandão.

-* a olho com a mão no rosto e abaixo a cabeça rangendo os dentes.
" uma chance, uma chance de fugir daqui desse inferno , só isso que eu peço "  , penso com algumas lágrimas de raiva nos olhos .

-:  Peça desculpas , anda , para mim e para Amália.
Diz a loira subindo meu rosto com a mão forte em meu queixo me fazendo olhar bem em seu rosto,  seus traços lembram de uma modelo , seus olhos tão azuis que chegava a dar ódio pois lembravam de algo que eu amava , o mar , pequenas rugas se faziam presentes no canto de seus olhos e em sua testa , após analisar seu rosto volto a consciência do momento que me faz bufar de ódio.

-Respiro fundo sentindo minha bochecha queimar olho as duas com o máximo de deutralidade que consigo .
-: me desculpem por favor , eu me descontrolei.
Digo com medo de outro tapa vir por não estar satisfeita.

-: acho que pode fazer melhor que isso .
Diz Amália com uma mão apoiando e me olhando com certa malícia.

-: Ouviu ela, peça.
Diz a loira passando a mão pela cintura da mulher mais baixa .

- jogando todo meu orgulho pé janela olho para ela e lanço meu melhor olhar de cachorro que caiu do caminhão.
-: me perdoem senhoras,  estou muito arrependida,  por favor me perdoem .
Digo me segurando para não ser sarcástica .

-: está bom , agora desça,  vai tomar café e seu remédio,  para começar suas tarefas .
Diz a ruiva que segura meu braço e me ergue da cama , sem me deixar trocar o pijama e me leva para cozinha.

-: já estamos indo, mas não esqueça , se fizer algo a si ou a algum funcionário, vai se arrepender de ter nascido .
Diz a loira que pega na mão de Amália e sai da cozinha .

-Vovó se aproxima de mim com alguns biscoitos e meu remédio.
-: come fia , precisa de força.
Diz ela deixando o remédio e os biscoitos na mesa .

-* pego rapidamente o remédio e o jogo fora como já faço desde que cheguei , como os biscoitos e mais algumas coisas feitas pela vovó, " coisas especiais " ela dizia que eram especiais para mim comer, ajudo ela com algumas tarefas na cozinha para distrair a mente .

-* depois de comer e ajudar a vovó, tomo um banho e coloco uma roupa simples,  um empregado me chama delicadamente .
-: hoje as senhoras te colocaram pra cuidar do estábulo menina .
Diz ela de forma leve e me guiando até o estábulo.

- começo a escovar os cavalos,  encher as baías e recolher cocô de cavalo.

-* ouço um barulho atrás de mim e dou um pulo vendo uma egua branca solta , faço carinho nela e escovo seu cabelo " eu te entendo menina , ficar presa , sim liberdade e presa em rédeas ". Penso querendo chorar "
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-Após limpar tudo aquilo , volto para a casa principal da fazenda com um criado na minha cola todo tempo e entro .

-: o querida , parece cansada, vá tomar um banho , as patroas hoje disseram pra você se arrumar bem , elas vão chegar lá pelas 22 horas .
Diz a senhora de idade que tira um feno do meu rosto .

-: tudo bem .
Digo apavorada e começo a subir , quando subo percebo que os criados em sua maioria saíram e ficamos apenas eu e a vovó na casa.

- Subo , tomo banho e começo a andar pelo quarto com a mente a mil " posso fazer isso , eu vou fazer isso , vai você consegue ".

-* desço pra cozinha e a vovó me dá um lindo prato de comida .
-: fia , come bem você precisa de força fia , está se sentindo bem ?
Diz colocando a mão na minha testa e checando minha temperatura.

- me sinto estranha , minhas entranhas parecem ter dado nó e parece que vou vomitar ," vai dar certo , vai dar certo " .
Penso e olho para o relógio da cozinha que marca oito e meia da noite .
-: não estou com fome não vovó,  acho que o remédio me embrulhou o estômago.
Digo com uma mão no estômago.

-: o fia , vou te dar algo , eles tinham me dito que te queriam saudável e disposta .
Diz a senhora indo e pegando uma pastilha efervescente.

-* coloco aquilo na boca e assim que toca meu estômago finjo que vou vomitar e vou correndo para o andar de baixo , vovó vem na minha cola e entra no banheiro comigo .

-Assim que ela entra finjo vomitar enfiando o dedo na garganta, em quanto ela pega um pedaço de papel para mim limpar o rosto, pego sua chave e me viro rápido , saio do banheiro e tranco a porta por fora .

- Abro a porta da casa com a chave que roubei da vovó e começo a correr para a liberdade, os portões estão na minha vista , o vendo tenta me jogar contra minha liberdade mas luto com todas as minhas forças para continuar a correr, assim que me vejo próxima aos portões começo a ouvir o barulho do motor do portão e vejo ele começar a se fechar , corro e me jogo na chão para tentar atravessar mas para meu azar o portão se fecha .

-: NÃO , NÃO , NÃO .
Grito me levantando do chão sentindo meu corpo dolorido e fraco , " se elas me pagarem , eu vou morrer , se elas me acharem ..."
Penso com medo e uso o final das minhas forças para ir até o pomar da fazenda , entre as dezenas de árvores me encosto em uma macieira e sinto minha visão escurecer e luto para me manter viva
" eu ainda quero viver ...."

Vendida a Elas ( Pausada )Where stories live. Discover now