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Coréia do Sul, Seul — Dias atuais

Winter's pov:

O professor começa a fazer a chamada. Respondo a Ningning rapidamente, “Te encontro na próxima aula”, e guardo o celular na mochila.

— Kim Minjeong? — Diz o professor. Levanto a mão. Ele olha para mim, assente com a cabeça e marca no papel. Dou uma olhada ao redor para ver se reconheço alguém. Na minha optativa do semestre passado havia umas duas pessoas do meu curso, mas não costumo ver muitos rostos familiares.

Percebo que um garoto moreno na primeira fileira virou-se completamente. Quando meu olhar encontra o dele, sinto um aperto no coração. Ele sorri e acena ao ver que o reconheci. Então pega suas coisas, se levanta e sobe a escada.

Não. Ele está vindo em minha direção. E prestes a se sentar ao meu lado.

— Minjeong! Caramba, que coincidência! Quanto tempo — ele diz.

Eu me esforço ao máximo para sorrir, tentando descobrir se o que estou sentindo é raiva ou tédio.

— Oi, Jong Seong. — Tento passar a impressão de que estou contente em vê-lo. Ele senta ao meu lado, se inclina e me abraça.

— Como você está? — ele sussurra. — Como está Ningning?

— Ela está bem — respondo. — Devo me encontrar com ela na próxima aula.

— Sério? Então ela também resolveu cursar jornalismo — ele diz, balançando a cabeça, sem acreditar.

Park Jong Seong e eu nos conhecemos desde a adolescência. Estudamos juntos no ensino médio, mas não nos vemos há quase dois anos. Cortamos laços de maneira não muito amigável, para dizer o mínimo, mas ele parece genuinamente animado por ter me encontrado. Pena que não posso dizer o mesmo.

— Como estão seus pais? — Pergunto. Nós éramos bem próximos na época em que eu era amiga de Jong Seong, mas não nos falamos desde que ele começou a insistir na ideia de que devíamos namorar.

Isso não vai acontecer.

— Eles estão bem. Muito bem. O escritório de advocacia da família finalmente está se expandindo e ganhando reconhecimento.

— Fico feliz por eles.

— Park Jong Seong? — Chama o professor.

Ele ergue a mão.

— Aqui em cima. — Então volta a atenção para mim. — E você? Namorando?

Balanço a cabeça.

— Eu também não. — Ele sorri.

Reviro os olhos mentalmente. Fomos amigos durante um bom tempo, então eu o conheço muito bem. Estou vendo que suas intenções não são boas.

— Não estou namorando, mas estou conhecendo alguém — minto. Noto uma mudança sutil na expressão em seu rosto, mas ele tenta disfarçar com um sorriso.

— Que bom — ele diz. — Tem alguma chance de virar algo sério? — Ele está querendo investigar meu namoro falso, então corto o assunto logo de uma vez.

Dark Prelude - WinRinaWhere stories live. Discover now