Frozen Trees

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Geralmente o bar era mais frio naquela noite. Os visitantes sempre deixavam uma gorjeta a mais para aquele único bartender que ficava a noite toda. Havia várias e várias lendas do que aquele homem de barba ruiva e barriga avantajada já havia visto durante aqueles quatro anos servindo para aquela pequena tendinha feita de toras de madeiras que não foram usadas nas serrarias da Finlândia que rodeavam todo o território do Norte e de teto de palha. Ele mesmo diz que já viu vários lobisomens pela área; uma vez ele jurou que viu a alma de sua própria esposa andando por aí – ele a seguiu floresta adentro às três da manhã, quando voltou, todo seu dinheiro do caixa havia sumido misteriosamente. –, e das milhares de vezes que um "vampiro" entrava em seu bar procurando por sangue, mas nunca atacavam por causa do sobrenome dele, algo que nem mesmo ele entendia. Até mesmo há uma lenda do seu bar em que um viajante distante havia chegado com orelhas de raposa na cabeça em vez de orelhas humanas, que parou no posto de delegacia.

Mas tudo isso mudou quando o ataque à cidade conhecida como Dragville mostrou que todas as lendas que aquele dono de bar presenciava não eram lendas mais. E isso fez, mais do que nunca, seu bar explodir em um grande sucesso. Filas e grandes filas se faziam na frente do bar; maioria eram os trabalhadores das serrarias que sempre tiravam um tempo apenas para conhecer o lugar. De uma pequena cabana, agora eram dois quarteirões de paredes feitas somente de toras de madeira, e, em vez de apenas cabeças de bodes ou cervos como troféus, haviam agora grandes lobos com placas de ouro que marcavam datas dos últimos meses.

E com essa fama, também vinham os perigos. Mesmo com todo o tabu do sobrenome do dono do bar, isso não impediu de um pequeno grupo com cobertores de pelos e desenhos tribais entrarem no bar uns dias desses, querendo falar com ele. Como era domingo, não havia um grande movimento na parte da tarde, geralmente sempre esperavam até o anoitecer para aquilo se tornar realmente um lugar de festas. E a ameaça chegou tão rápido quanto aquele grupo de estranhos para o finlandês: se ele continuasse a vangloriar os caçadores que estavam matando os seus irmãos lobos, ele também estaria com a cabeça em uma estaca em pouco tempo e nem ia saber o que vai o atingir.

E o bar que antes ascendia, havia se tornado um lugar de puro caos. O dono do bar agora não dormia, dia e noite pensando que se voltasse àquele bar, sua cabeça estaria fora do corpo em pouco tempo. E assim, o assoalho bege do bar que um dia reluzia como ouro, estava cheio de poeira, e o nome do bar parecia ter entrado em desgraça. Mas quem dera a fechada repentina de talvez o segundo maior negócio da Finlândia e o primeiro que não tivesse nada a ver com serrarias significasse que a morte de lobos e vampiros iriam abaixar

The Pandora's BoxWhere stories live. Discover now