Paixão em Jogo (Livro 5)

Cap. 2 - A aposta

As pessoas nunca reparavam em mim ou me queriam ter por perto, a não ser quando elas descobriam quem meu pai era.

Lembro que quando eu estava no começo da minha adolescência eu clamava por atenção, principalmente a dos meninos.

Não que eu quisesse ser o centro das atenções, claro que não, eu só queria que as pessoas me notassem o suficiente para sentirem minha falta se eu não estivesse lá.

Mas eu nunca quis esse tipo de atenção, a atenção que eu recebo da mídia por conta de quem meu pai é.

Eu não sou uma pessoa muito interessante, então não há pessoas com câmeras me seguindo por todos os lugares, mas eu sei, embora nunca tenha acontecido, que qualquer deslize meu, qualquer erro ou indiscrição, pode acabar parando na capa dos jornais de todo o país.

Papai se despede do homem e então os três caminham em nossa direção.

Chris para ao meu lado e me oferece seu braço com um sorriso carinhoso no rosto.

Engancho meu braço no seu e caminhamos juntos até o restaurante onde será servido o jantar.

***

- Hilary e Rebecca têm tanta sorte de não estarem aqui. Você já esteve em algum jantar tão entediante assim? - Emily guincha ao meu lado.

- Shhh! Emily, seja um pouco mais discreta.

- Nós estamos aqui há quase três horas, Ella. Se eu não sair desse lugar nos próximos cinco minutos, vou começar a arrancar meus cabelos.

- Você não pode ir. - Digo me virando para ela.

- Claro que eu posso, nós já jantamos, papai já nos apresentou para todos e agora ninguém está mais dando à mínima se estamos aqui ou não. - Ela diz se levantando.

- Espera, você vai mesmo embora?

- Claro, vou achar algum lugar para salvar minha noite e me divertir um pouco antes que eu morra por overdose de tédio. Você deveria vir comigo também, mana.

Proposta tentadora. Isso aqui realmente está muito chato, e ninguém mais está nos dando bola, talvez se formos embora, papai provavelmente não irá nem notar. E depois quando ele nos procurar para irmos embora e perceber que não estamos aqui, vai estar cansado demais para brigar conosco por termos saído.

- Deixe-me avisar Chris, pelo menos. - Digo me levantando.

- Tudo bem, mas não alardeie nossos pais. Você está com seu carro, certo? Eu vou na frente e nos encontramos lá.

- E onde exatamente seria lá?

- Boa pergunta, são tantas opções. Deixe-me pesquisar o lugar mais badalado do momento. - Emily diz e pega o celular, começando sua pesquisa.

- Então? - Pergunto.

- Tem essa boate bem perto daqui, se chama Lótus. - Ela diz.

- Tudo bem, me envie o endereço por mensagem. Vou avisar o Chris e te encontra lá em 15 minutos. - Digo.

- Tudo bem. - Ela diz, me dá um beijo na bochecha e vai embora rebolando. Vejo um garçom checando a bunda da minha irmã discretamente.

Procuro por Chris e quando o localizo, ele está ao lado do meu pai e mais dois homens, conversando.

Ele é pior que um cão de guarda, não larga seu posto nunca.

Aproximo-me por trás dele e toco em seu braço levemente. Ele se vira e sorri ao me ver.