Cap 34

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Pov Nica

- Vamos Nica, você consegue!- Falei antes de entrar na sala de provas.

A mesma sensação de medo e insegura me atingiu, mas imediatamente me lembrei do sentimento de alegria que tive quando passei na primeira fase dessa prova. Sim, eu estou prestes a fazer a segunda fase da prova da ordem, prova que determina se me tornarei advogada ou não.

O medo é certo, mas sei que fiz tudo o que pode. Noites mal dormidas, almoços perdidos, jantares recusados, livros a mais comprados, aulas de reforço. Eu dei o meu melhor.

- Independente do resultado, estou orgulhosa de você- Falo pra mim mesma antes de abrir a prova.

Dois dias depois...

-Amor a empresa inteira esta sabendo...- Falo observando alguns funcionários que estavam almoçando no mesmo lugar que nós cochichando.

- Sabe como é a mídia, né?- Ele fala olhando feio para os funcionários que logo pararam de falar.

- Sabe, eu tenho quase certeza de que a Liz não faz ideia que o nome dela esta nos sites de fofoca- Falo pensativa.

- Isso é uma dádiva, ainda mais depois do término deles- Henrique fala.

Após o almoço, estávamos voltando a empresa quando vejo minha avó parada na recepção. Tento passar reto, pois tenho certeza de que não é comigo, mas logo escuto meu nome ser chamado.

-Nicole?Podemos conversar?- A mulher me olha parecendo insegura.

Olho para Henrique sem saber o que fazer, enquanto ele passa o braço pela minha cintura.

- Se quiser ir, não irei me importar com o atraso- Ele fala antes de sair.

Fico um tempo pensando, mas concluo que não tenho nada a perder.

- Oi, claro- respondo.

Fomos andando até uma cafeteira em um silêncio constrangedor. Ao chegarmos, pedimos um café e um chá gelado e no momento estava só esperando minha avó começar a falar.

- Me desculpa te incomodar de novo. Prometi para sua mãe que não tentaria mais contato, mas fiquei sabendo da sua gravidez...- Ela fala mechendo em sua pulseira.

A olho sem entender onde queria chegar, mas tento desfarçar o máximo possível minha confusão.

- Eu sei que o que eu fiz é imperdoável e não te culpo por querer me longe, mas eu...- Ela me encara com os olhos cheios de lágrimas e volta a tomar fôlego.

- Estou te implorando para pelo menos ter a chance de conhecer meu neto- Minha avó fala me deixando surpresa.

Fico um tempo olhando para a senhora em minha frente, como se ela estivesse falando grego.

- Sabe, eu até tentei sentir raiva de você naquele baile, por todas as coisas que me disse, mas não faz sentido... Você está certa.- Ela fala ainda mechendo na pulseira.

Estou pasma, não sei como reagir, mas se ela acha que pode entrar quando bem entender em minha vida, está enganada.

- Não sei se estou entendendo, a senhora se mantém longe a vida inteira, não fez questão de mim esse tempo todo e derrepente quer ver meu filho crescer?- Pergunto abismada.

- Eu não sabia mais o que fazer Nicole, desde que seu pai morreu eu tenho tentado te mandar cartas no seu aniversário, tentei te ver nas saídas do colégio, abri contas para depositar dinheiro em seu nome, mas sua mãe e você não me deram nenhuma brecha, então eu simplesmente desisti. Depois de sua última carta estava decidida a não tentar mais nada, mas eu realmente não suporto mais viver com toda essa culpa, você era só uma criança e ouviu coisas sobre si mesma que não eram verdades...- Ela fala deixando algumas lágrimas rolarem.

- Que carta?- Pergunto a interrompendo, pois não entendi metade do que ela falou.

- Aquela em que você diz o quão ruim eu sou e quanto me culpa pela morte de seu pai- Ela fala tentando não parecer tão afetada.

- Eu nunca escrevi isso...- falo encarando a mesa.

Minha vó me olha surpresa, mas não fala nada por um longo tempo, parece tão pensativa quanto eu. Quando finalmente consigo ligar os pontos, decido ir embora.

- Se a senhora me der licença, eu tenho que voltar para o trabalho...- Falo me levantando rapidamente e deixando a senhora em minha frente confusa.

- Prometo que lhe darei um retorno, mas agora eu realmente preciso pensar- Falo tentando dar um sorriso e com a vista embaçada pelas possíveis lágrimas que desceriam assim que eu saísse.

Como minha mãe pôde? Ela sabia o quão mal me sentia por ser rejeitada e me acompanhou em cada estágio até a "aceitação". A dor do luto é esmagadora, mas para uma menina de sete anos, o luto e o desprezo juntos são insuportáveis. Eu passei anos me culpando por não ser boa o suficiente para estar perto da única família de meu pai e me julguei tão sem classe que evitava até mencionar o sobrenome dele. Para no fim, descobrir que minha mãe escrevia cartas de ódio em meu nome.

Chego ao escritório e me deparo com Henrique sentado em minha cadeira assinando alguns documentos. Ele levanta o olhar e assim que me vê vem em minha direção.

- Amor o que aconteceu?- Ele fala me levando para o pequeno sofá de minha sala.

- Ela quer fazer parte da minha vida Henrique, ela quer ver o nosso filho crescer- Falo em meio ao choro.

- E isso é tão ruim assim?- Ele pergunta deitando minha cabeça em seu peito.

- Não, é só que... Eu não sei o que aconteceu, ela recebeu cartas em meu nome, nas quais diziam que ela era culpada pela morte de meu pai. Era ela que me vigiava atrás de uma árvore na saída do colégio e e-eu não sabia- Tento explicar, mas sai tudo embolado.

- Se acalma querida... Nosso neném sente tudo o que você sente, lembra?- Ele fala passando a mão em minha barriga já um pouco visível.

- Tudo isso se resolverá, ok?- Ele fala  assim que eu paro de chorar.

- Quero falar com minha mãe esse final de semana- Falo.

- Certo... Avise Liz para ir com você por favor- Ele fala me dando um beijo na testa.

Henrique não poderá ir, pois estará em uma viagem de negócios nos Estados Unidos, na qual eu também iria. Mas esse assunto é algo meu e muito importante para ser deixado para depois.

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Olá, como vocês estão?

Por essa quem esperava? 😂

Estão sentindo gostinho de reta final? 👀🤔

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