Don't Give Up On Me | Harry Styles ✔️

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Após a conversa com o meu tio e de ele me ter demonstrado o seu apoio, à semelhança do que fez o meu irmão, ainda estive dois dias com ele no escritório, para o pôr a par dos fornecedores, dos pagamentos, dos contactos do contabilista e do advogado e de toda a papelada, no geral. Fui jantar com os meus tios numa dessas noites e a minha tia também se mostrou super disponível para ajudar no que fosse necessário e garantiu-me que, durante as minhas férias, iria ajudar o meu tio e funcionar como braço direito dele. Sinceramente, ter o apoio deles e perceber o quão empenhados estão em ajudar-me e em impedir que eu fique tão sobrecarregada, deixou-me muito aliviada.

Ontem fiquei o dia todo em casa e, sinceramente, acho que precisava de um dia assim há bastante tempo. Permiti-me chorar pela morte da minha mãe, por tudo o que aconteceu com o Harry, pelos últimos meses. Permiti-me bater no fundo sem ter pena de mim. Permiti que tudo o que tenho reprimido saísse e isso fez-me realmente sentir muito melhor.

Pelo contrário, hoje é dia de começar a reorganizar a minha vida. Vou dar uma limpeza geral à casa, arrumar as coisas e até mudar algumas coisas de sítio, para dar um novo ar à casa. Talvez até coloque algumas coisas fora e vá comprar algumas novas. Depois, logo vou comprar online o bilhete de comboio para ir ter com o Ethan a Londres, amanhã ao fim do dia, conforme combinei com ele. Quero realmente fazer coisas por mim, voltar a pôr a minha vida nos eixos e voltar a sentir que eu estou nos eixos.

Pequeno-almoço tomado e louça suja na máquina de lavar, eu dedico-me às limpezas. Começo pelo meu quarto, onde acabo por dar uma volta às minhas roupas e escolher algumas coisas que já não uso para dar, assim como arrumar e limpar o pó acumulado nos móveis. Passo depois para a casa de banho, a divisão que menos gosto de limpar, onde também dou uma volta aos produtos que tenho guardados, alguns que até estão fora de validade pela minha falta de uso. Entretanto, faço uma pausa para almoçar e depois de almoço começo a tratar de limpar e arrumar a cozinha e a pequena despensa onde guardo a comida e onde tenho a máquina de lavar roupa. Por fim, sobra-me a sala de estar, onde quero deitar algumas decorações fora, porque estão estragadas, e tirar outras para dar, assim como mudar a disposição de certas coisas, para poder dar um novo ar à sala de estar.

Apesar de ter uma casa pequena, só termino de limpar e arrumar tudo, assim como de separar em caixotes as coisas que quero dar e levar o lixo aos caixotes fora do prédio, perto das sete da tarde. Tomo um duche rápido e quente, que me relaxa bastante, e depois sento-me em frente ao computador para comprar o bilhete de comboio para amanhã.

Este dia dedicado às limpezas e arrumações da casa pareceu, de certa forma, limpar-me também a alma. Sinto-me calma, relaxada e até despreocupada. De facto, estava a precisar de tirar um tempo para mim e está a saber-me realmente muito bem. Nos últimos meses, foquei-me em garantir que nada desmoronava após a morte da minha mãe: que o negócio continuava a funcionar e que todos à minha volta estavam bem. Dei a minha atenção a tudo e a todos menos a mim própria. Agora, eu finalmente percebo que não é o meu trabalho ser tudo para toda a gente e fazer tudo por toda a gente. É altura de eu me pôr em primeiro lugar, porque se achar que posso ajudar toda a gente sem cuidar de mim também, chegará a altura em que eu não vou poder ajudar ninguém. Por isso, todo este processo que estou a começar agora é a minha forma de me compensar por toda a negligência comigo mesma ao longo dos últimos meses. Ontem permiti-me sentir a perda, a dor – limpei a alma. Hoje, limpei a casa, o espaço à minha volta, para me permitir fazer a transição de tudo o que aconteceu para um futuro que eu vou construir. E os próximos dias serão mais um passo para me reconciliar comigo mesma, para lidar com tudo o que aconteceu nos últimos meses e me preparar para seguir em frente.

Ver o Ethan vai-me fazer muito bem – porque sinto falta dele, porque ele é um excelente ouvinte e o meu melhor amigo e porque ele sabe exatamente aquilo por que eu estou a passar. Perdemos a nossa mãe, agora só nos temos um ao outro (e aos nossos tios) e temos de nos reconstruir.