Colinas de Boston

-Vai! - antes que Maura pudesse protestar Jane já a tinha empurrado colina a baixo - Espero que ela não se aleije. - pensou ela.

Jane continuou a correr,e para o azar dela, depois de alguns metros o terreno tornou-se totalmente visível e com pouca vegetação, só havia um caminho, ela não teve tempo para parar, na verdade nem para pensar, assim que a ideia se formulou na sua cabeça o jipe surgiu fazendo um barulho alto e forte nas suas costas, num instante ela deixou de sentir os pés no chão, apenas pensou em três coisas, se Maura estaria bem, esperava não morrer na queda e que ,por favor, a arma não fica-se molhada.

Antes de atingir a água ouviu tiros na direção dela, quando ela entrou dentro da água, os atiradores continuaram a disparar durante uns momentos, esperando que ela viesse á superfície.

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Cheia de nodoas negras pelo corpo e com um corte na testa,Maura resmungava, estava nervosa, preocupada e muito irritada, aquele plano maluco era de longe o mais maluco que a Jane tinha tido, mas segui-o assim como Jane pedira, ficava na sombra atenta ao rio á espera,de qualquer sinal de Jane, ou de qualquer pessoa.Pensava em tudo o que estava a acontecer, será que alguém as tinha seguido colina acima á espera de uma chance para as matar, ou o alvo era o pobre guia que a essa altura já deveria estar morto, enquanto ideias passavam á velocidade da luz em sua mente, uma camisa conhecida descia o rio, assim que entendeu o que via o seu coração congelou, correu em direção na qual Jane que estava a ser levada rio abaixo, percebeu que ela tinha sido alvejada e afastou-a para o mais longe da água possivel.

A dor trouxe Jane á realidade, ela olhou para Maura, que trabalhava freneticamente com o seu kit de primeiros socorros para tentar parar o sangue que saia dos quatro buracos de bala, dois de entrada e dois de saida.

-Tens sangue na tua cara Maura.

-É o teu sangue Jane, que ideia estúpida duas balas atravessaram-te o corpo, tens sorte de não estares a sangrar mais ou de as balas terem acertado um órgão vital, o que te aconteceu depois de me teres empurrado pela colina abaixo?

-Pulei de uma queda de água, fui alvejada duas vezes e quase me afoguei.

-Mas que ideia estupida Jane!

-Tinhas alguma melhor?

-Não.O que fazemos agora?

-Eles vão dar a volta e subir o rio, temos que sair daqui, o guia tinha dito que depois da queda de água havia um posto avançado de guarda florestal, deve estar vazio mas ainda deve ter equipamentos que podemos usar para chamar por ajuda, acho melhor acharmos o posto da guarda antes dos atiradores nos acharem a nós. Vá lá ajuda-me a levantar Maura.

-Tu precisas descansar,nós podíamos esconder-nos por um bocado e depois...

-Se ficarmos aqui mais um segundo para além do necessário vamos descansar para sempre, agora podias-me ajudar a levantar?

Contrariada e penalizada pela dor que cada passo causava a Jane, Maura nem pensou em reclamar sobre a alça da sua mochila que aleijava o seu ombro, ou os vários pontos de dor no seu corpo todo.

A noite chegou mais depressa do que elas pensavam e com ela um frio intenso trazido pela corrente. Chegaram até á queda de água e começaram a pensar em algum plano.

Maura viu algo atrás da queda de água, deixou Jane escorada a uma árvore e foi verificar, havia uma caverna funda,um lugar onde podiam esconder-se do frio e esperar que amanhece-se, com grande dificuldade arrastou a Jane até lá e percebeu que ela tinha voltado a sangrar do ombro, refez os curativos da melhor maneira que pode.