— Ir aonde? — Draco perguntou já sabendo que não obteria nenhuma resposta. — Ao menos não se esqueça da festa de Pansy hoje a noite...

Brianna virou par atrás afirmando com a cabeça e deu as costas ao loiro, ainda sem acreditar no papel guardado em seu bolso. Mattheo havia ultrapassado todos os limites a tratando como sua propriedade, proibindo a aproximação de qualquer pessoa. Será que ele também havia deixado os estúpidos panfletos em outras comunais?

Por fim, Brianna tirou tudo aquilo da sua cabeça e decidiu lidar com Mattheo depois. No momento por incrível que parecesse ele era o menor de seus problemas.

Brianna Brooks

As ruas de Hogsmeade estavam movimentadas enquanto o sol aos poucos abandonava o céu e as luzes dos postes começavam a se acender. A maioria das pessoas eram casais que passeavam por ali, parando em para observar os bolos da Madame Puddifoot ou a divertida vitrine da Zonko's com todos aqueles logros mágicos.

Analisei as opções de lojas e me perguntei como alguém me aceitaria para trabalhar ainda sendo uma estudante que obviamente não poderia estar sempre em Hogsmeade. Mesmo desanimada com as possíveis rejeições, caminhei até a loja mais linda e romântica, a mesma loja na qual eu adorava sentar no banco que havia em frente e observar os casais alegres e felizes.

O cheiro de bolo de chocolate logo preencheu minhas narinas e me carregou até o balcão. A loja estava movimenta e Madame Puddifoot corria de um lado para o outro com os pedidos. Me sentei em um banquinho e observei cada detalhe do lugar, era tudo muito rosa e cheio de babados, as mesas redondas pareciam dificultar a passagem de Madame Puddifoot.

A intimidade dos casais era algo assustador vista de dentro da loja, muitos pareciam nem se importar com as outras pessoas. De repente o lugar foi ficando extremamente sufocante e todo aquela tonalidade de rosa fez com que meus olhos doessem. Sem esperar o atendimento, saltei do banco correndo para fora da loja.

Fiquei alguns segundos parada olhando para o estabelecimento, que por fora ainda parecia ser aquele mesmo lugar no qual eu amava passar bons minutos observando, mas que por dentro me fazia querer vomitar ursinhos rosas e borboletas.

Frustrada, segui caminhando pela rua que agora já transmitia toda aquela melancolia da noite. Parei em frente a Dedos de Mel e meu estômago roncou ao observar as barras de chocolate expostas na vitrine. Entrei dentro da loja e retirei alguns galeões do bolso para que pudesse comprar a barra.

Dentro da loja havia prateleiras e mais prateleiras de doces com a aparência mais apetitosa que se pode imaginar. Diversos tabletes de nugá, quadrados cor-de-rosa de sorvete de coco, caramelos cor de mel; centenas de tipos de bombons em fileiras arrumadinhas; havia uma barrica enorme de feijõezinhos de todos os sabores e todos os doces imagináveis estavam ali.

Como de costume, a loja estava cheia e muitas crianças corriam entre os corredores com montes de doces em seus braços.

— Olá querida, posso ajudar? — A voz da mulher com uma aparência meiga e algumas rugas nos olhos chamou minha atenção.

Seus cabelos estavam presos e alguns fios se agarravam em seu rosto, ela usava um avental e um vestido com mangas compridas enquanto assoprava o cabelo do rosto.

— Ah, eu só estava pegando uma barra...

— Me desculpe a demora, isso aqui anda uma loucura ultimamente.

— Posso imaginar. — Sorri colocando a barra sobre o balcão junto aos galões.

Logo atrás da mulher, um homem com um rosto também simpático esfregava as têmporas com força enquanto se encostava ao balcão.

I lie for two - Mattheo Riddle Onde as histórias ganham vida. Descobre agora