Vou fazer o possível para que isso aconteça, mesmo não querendo ser dono e muito menos presidente de uma empresa.

Sai do meu quarto e desci as escadas correndo em direção ao sofá para esperar ela chegar.

Os minutos passavam e ela não aparecia, eu já estava mais do que nervoso.

Liguei a televisão para me distrair um pouco, estava passando as branquelas.

(...)

—Leonardo — alguém me balançou  — Dormindo no sofá com a televisão ligada? Vá para cama.

Me sentei no sofá assustado, encarei a TV e observei que o filme já tinha acabado já que estava passando outro programa.

—Cadê a Beatriz? — Perguntei.

Achei estranho o fato de que meu pai me acordou e não ela, sempre durmo no sofá e ela sempre me acorda de um jeito diferente. Com algumas gotas de água no rosto, cócegas, fones altíssimos no meu ouvido.

—Ela ainda não chegou.

—E já são quantas horas?

—Já passou das três da tarde.

Senti meu corpo travar no mesmo instante. Normalmente chegamos em casa quase duas se viermos da escola direto para casa, e ela me avisou que viria direto para casa.

Peguei o celular para mandar uma mensagem para ela, as mensagens não chegaram. Liguei várias vezes e continuei insistindo, mas a ligação caiu.

—Vou atrás dela — falei rápido e quase sem voz — Vou achar ela rápido e vamos estar aqui para o almoço, já que ninguém almoçou ainda.

—Filho, talvez ela esteja com os amigos dela, tenha calma e paciência, daqui a pouco ela está aqui outra vez.

Eu queria ter calma e paciência, mas não consigo, ela é importante demais para mim e qualquer coisinha já me deixa preucupado ao extremo.

Também tenho a sensação de estar sendo invasivo às vezes, mas eu quase a perdi diversas vezes eu nem posso cogitar essa possibilidade mais uma vez. Qualquer coisa me preucupa sim.

—Não posso ter calma e paciência enquanto armando está solto por aí.

Meu pai balançou a cabeça positivamente, parecia concordar comigo.

Enquanto esse homem não for encontrado eu não vou ter paz, eu tenho a sensação de que a qualquer momento ele pode aparecer e tirar ela de mim, isso é aterrorizante. Eu e meu pai estamos fazendo o possível na justiça para os policiais não desistirem das buscas, mas está tão difícil.

—Vou ligar para escola e ver se ela ainda está lá — meu pai avisou.

Concordei e sai em busca da chave do meu carro, sentia que iria explodir de tanto nervosismo. Não sei se isso é demais, se estou passando dos limites com essa necessidade de proteger ela a todo custo, mas sinto que eu tenho que fazer isso, preciso cuidar e proteger ela a todo custo sim.

—Thales disse que a escola já está fechada, impossível ter algum aluno dentro dela, todos foram embora, os funcionários também, saíram todos a pouco mais de meia hora.

Menos um lugar para procurar por ela.

Estava saindo de casa quando meu pai segurou meu ombro com força me obrigando a parar de andar para olhar para ele.

—O que foi pai?

—Vou te ajudar, também fiquei preucupado depois que você mencionou o armando. Vou olhar nas lanchonetes e lojas próximas daqui e da escola, você procura onde acha que ela poderia estar e pergunta aos seus conhecidos se alguém a viu.

Só por uma noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora