Capítulo 15: Enemies to Lovers.

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Emma

Não havia nada pior no universo do que precisar ir para casa dos pais do tio Josh. A vovó era uma grande fofoqueira que te enchia de perguntas, fazia piadas sem graça e ainda roubava quando jogávamos baralho. O pior de tudo é que costumávamos passar alguns dias com eles em todas as férias. Tanto as de Natal como as de Verão.

—Ah, não, de novo não. —Kyle se deitou no chão e exibiu uma expressão desesperada. —A última vez foi péssima.

—Eu gostei bastante. —Bia comentou, rindo do nosso desespero. Nas últimas férias de Natal ela tinha ido com a gente passar o dia de ação de graças com eles. Foi legal até a parte que deixamos a casa sem luz por um dia todo.

—Linda, tem noção do que está falando? —Zack olhou pra ela com uma careta. —A vovó disse que você estava com vermes de tão magra. —Começamos a rir, lembrando do dia. —Como pode ter gostado?

—Ei, eu sei de algo que pode nos salvar dessa visita a eles. —Peter murmurou, chamando a nossa atenção. —Ou que talvez traga eles até aqui e não leve a gente até lá.

—O que? —Questionei, abrindo um sorriso para Caleb que vinha engatinhando até mim na toalha. Peguei ele e o coloquei no meu colo, vendo ele começar a puxar meu cabelo, como sempre faz.

—Aniversário de 12 anos de casamento do tio Josh com a mamãe. —Todos nós olhamos pra ele no mesmo instante. —Ele me disse que estava planejando uma viagem, mas que não deu certo. Eu disse que ia falar com vocês pra acharmos algo legal.

—Quando é o aniversário? —Bia questionou e nós trocamos olhares, tentando se lembrar da data.

—Daqui a três semanas, quando termina nossas férias. —Zack respondeu. —Então, vocês tem alguma ideia?

—Temos que pensar em algo super legal pra eles. —Bia respondeu e nós concordamos. Olhamos para Snow, que começou a se esfregar na grama, como um desesperado, o que arrancou mais risadas de nós.

[...]

Comecei a caminhar pelos caminhos de pedra no parque, vendo algumas pessoas andando de bicicleta e outras só passeando com seus bichinhos de estimação. Os outros preguiçosos preferiam ficar sentados, enquanto eu queria caminhar um pouco.

Sorri ao ver um homem e uma mulher conversando, enquanto passavam em uma pequena ponte. Como leitora de romance, nada me animava mais do que imaginar a vida deles, como se conheceram. A mulher tinha cabelos loiros, que estavam presos em uma trança. Ela tinha olhos castanhos e uma expressão irritada. O cara tinha olhos claros e cabelos negros, com uma barba por fazer na pele clara. E um sorriso que iluminava o rosto todo.

Na minha cabeça os dois se conheceram no trabalho. Ela uma escritora de jornal que odeia romance. E ele um escritor que acredita em amores verdadeiros. Juntos os dois precisam escrever uma matéria sobre o dia dos namorados. Mas claro que como um bom enemies to lovers, eles discutiriam o tempo todo, por pensarem diferente sobre o amor. O olhar irritado da mulher pra ele significava que ela desejava matá-lo por ser tão irritante e convencido. E o sorriso dele significava que ele já estava apaixonado e adorava vê-la irritada.

Sorri ao pensar que isso daria uma excelente história de amor. Eu já havia pensando em escrever histórias que eu imagino, até mesmo tentei algumas vezes. Mas nunca parece bom o suficiente perto do que eu leio, então sempre deixo tudo engavetado.

—Emma? —O sorriso que tinha no meu rosto morreu quando eu ouvi a voz de Collin soar atrás de mim. Engoli em seco, fechando os olhos com força e girando os calcanhares, para encontrá-lo ali, olhando pra mim com um sorriso.

Porque, Deus? Porque?

—Oi. —Abri um sorriso sem mostrar os dentes e involuntariamente, meus olhos analisaram o rapaz na minha frente. Collin estava com as mãos no bolso da calça e usava a camiseta com o logo de uma banda de rock. Seus cabelos estavam bagunçados e balançavam com o vento, fazendo alguns fios caírem na frente do óculos de grau.

—Oi. —Ele caminhou até parar na minha frente. —Porque estava olhando aquelas pessoas com um sorriso bobo?

—Estava imaginando a forma que os dois vão se apaixonar um pelo outro. —Afirmei, voltando a olhar pra eles, que agora estavam se afastando.

—Então esse é o seu lance? —Me virei pra ele, confusa. —Beijar estranhos em livrarias e imaginar histórias de casais?

Tombei a cabeça, ignorando a provocação e evitando responder. Collin se aproximou mais, como se analisasse cada passo.

—Esta me seguindo? —Questionou, franzindo a testa e curvando os olhos por conta do sol que batia no rosto.

—Que? —Soltei uma risada sem me conter. —Tem noção que isso é um parque, né? Um lugar público que todo mundo vem? —Arquei as sobrancelhas e o vi sorrir. —Além do mais, porque eu seguiria você?

—Me diz você. —Ele deu alguns passos, me fazendo engolir em seco quando parou na minha frente.

—Está invadindo meu espaço pessoal. —Alertei, erguendo o queixo para encara-lo, já que ele era mais alto que eu. E dessa vez, eu não pretendia fugir.

—Sabe que isso chega a ser hipocrisia da sua parte, não é? Afinal você me agarrou em uma livraria do nada. —Senti minhas bochechas esquentarem, mas não abaixei a cabeça, coisa que o fez sorrir mais ainda. Seus olhos desceram para os meus lábios. —Então, vai me explicar porque me beijou?

—Não. —Consegui dizer. Muito mais baixo do que pretendia, já que estava praticamente prendendo a respiração.

Não olha para os lábios dele!
Não olha para os lábios dele!
Não olha para os lábios dele!

—Vai explicar porque colocou aquele balão na janela do meu irmão? —Questionei, tentando fugir da pergunto. Ele cerrou os olhos e seu sorriso diminuiu. Se tornando um simples sorriso de canto.

—Costuma beijar estranhos em livrarias? —Continuou e eu mordi o interior da bochecha, tentando não falar besteira. Ele me analisou, esperando que eu respondesse.

Emma, mulher, reage. Pensei comigo mesma e então abri um sorriso largo para o rapaz na minha frente.


Continua...
....
A história que a Emma descreveu se chama "Todas as Teorias do Amor", e eu pretendo escrevê-la ainda.

10 Maneiras de Sobreviver as Férias / Vol. 2Where stories live. Discover now