Recomeçar

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Senti beijos no meu pescoço e bochecha.

— Bom dia, dorminhoca! — sussurrou pertinho do meu ouvido, xinguei-a mentalmente e franzi o cenho.

— Não me xinga! — Andi pediu, rindo.

— Tarde demais... — abri meus olhos e ela me deu um selinho.

— São quase meio-dia. Você tá bem? — seu olhar me fitava e seu polegar acariciava minha bochecha.

—:Sim e tu? — murmurei e fiquei olhando-a de volta, sua cara também era de sono.

Nós estávamos juntas realmente, não era um sonho.

— Ótima! Pensei em pedirmos comida. Que tal? — ela deslizava a mão pelos cachos dos meus cabelos bagunçados e eu a abracei, escondendo meu rosto no seu peito.

— Pode ser. Acho que tô cansada ainda da viagem e tudo. — falei, passando as mãos pelas suas costas nuas.

— Tudo bem, não precisamos levantar, só para pegar a comida.

— Eu... espera! Você tem um gato ou eu sonhei? — levantei meu rosto para olhá-la.

Ela riu abafado e disse:

— Tenho sim, adotei um tempo depois que terminamos, eu tinha me apegado ao seu gato e resolvi adotar o Biebs.

— O nome dele é Biebs? — não aguentei e comecei a rir, ela me acompanhou.

— É sim, algum problema? — fingiu uma cara brava.

— Não, achei fofo!

A campainha tocou assim que fechei a boca.

— Já pediu a comida? — perguntei curiosa.

— Não! — ela negou e fez uma cara de confusa. Pegou um moletom, um short e vestiu rapidamente —Já volto, deixa eu ver quem é.

Me deitei de bruços na cama, apenas de calcinha, olhando-a passar porta afora. Fechei meus olhos outra vez e só os abri quando ouvi o barulho da porta se abrindo novamente.

— Então... Eu esqueci completamente que tinha marcado de almoçar fora com a minha mãe. Ela tá na sala me esperando.

— Que??? — quase dei um pulo da cama.

— Eu não posso desmarcar, já desmarquei uma vez, amor! A gente almoça com ela e volta, podemos ficar o resto do dia deitadas. — disse, se aproximando de mim e me abraçando.

— Eu vou morrer de vergonha! — arregalei os olhos, incrédula.

— Prometo que não vai ser inconveniente, vamos? Por favor! — ela quem fez um biquinho agora e eu não consegui negar.

Ela entrou no banheiro e me entregou uma toalha, escova de dentes. Depois de tomar um banho, vesti uma roupa da Andi, alguma que combinasse um pouco comigo e fiquei a esperando.
Saímos do quarto juntas, mas sua mãe estava de cabeça baixa, então disse:

— Andrea, vamos naquele restauran...

Ela ergueu a cabeça para olhar para Andi e me viu ao seu lado.

— Emilia?

Ela parou por um momento e eu sorri sem graça.

— Quanto tempo que eu não te via, querida! — se aproximou, me abraçando.

— Sim, estou feliz em lhe ver. — eu estava, apesar de toda a vergonha que tomava conta de mim.

— Eu também! — respondeu com a voz doce e nos separamos.

REENCONTRO - ENDI Onde histórias criam vida. Descubra agora