Capítulo 7

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Gabriela de Sá

Explicar toda a situação de uma forma que
Gabriel entendesse era um problema. Passei o caminho da casa dele dizendo que aquela não era a letra do Lucas e sim da namorada dele e tudo mais.

Ele estava nervoso ainda, porque, aliás, eu
continuava grávida. Quando eu contei para
ele na noite passada, ele começou a quebrar sua coleção de carrinhos. Ele sempre foi muito protetor. A frase que mais ouvi na minha adolescência dele foi "quando ele quebrar seu coração, não venha chorar pra mim." e eu sempre ia e o Gabriel nunca me negou atenção.

— Peça desculpas para o Lucas, sabe como é né, fiquei um pouco nervoso.- disse coçando a cabeça quando parei em frente à sua casa.

Apertei os olhos e dei um beijo na sua bochecha.

— Obrigada por cuidar de mim na noite
passada, apesar dessa sua violência! — revirei os olhos.

— Me liga assim que for o médico, ou melhor, quando for ao médico eu quero ir junto, se cuida viu e cuida do meu sobrinho e qualquer que o Lucas apronta você me avisa — disse descendo do meu gol.

— Vou pensar! E não se preocupe com a gente, e o Lucas não é nem doido de fazer algum mal a mim e ao bebê...

— O Lucas não, mas a namorada, toma cuidado viu maninha e qualquer coisa mesmo me liga — ele falou preocupado, meu irmão acredita que ela fez tudo de caso pensado.

— Não se preocupe que eu ligo. Manda um beijo para a Joana e para os meu sobrinhos lindos.

Acenei e dei partida. Liguei o rádio do meu
carro e fui arriscando um inglês falho durante o caminho. Quando entrei no meu apartamento notei o celular do Lucas quebrado no chão perto da parede.

Fui até a cozinha para tomar um copo de
água e depois fui tomar um banho. Estava
muito cansada, meu corpo pedia uma folga,
Sorte que amanhã era sábado.

A água quente era um alívio para meus pés
inchados, mas deixava minha pele vermelha por conta da temperatura. Apoiei as mãos na parede e deixei a água cair nas minhas costas.

— Gabi? — ouvi o Lucas me chamando.

— Tomando banho.

Terminei meu banho rápido e me envolvi em uma toalha, joguei meu cabelo para frente e o enrolei em uma toalha também.

Vesti um pijama do Batman e fui para a sala onde o Lucas segurava uma caixa de bombons trufados, meus olhos brilharam e minha boca salivou.

Olhei para ele que usava uma bermuda
Marron e uma blusa branca e no rosto uns
óculos escuros, só que não eram nem de longe uma armação bonita.

— Por que você tá usando isso? — apontei
para a armação quadrada de cor vermelha.
sentei ao seu lado e já abri a caixa, comi um
bombom.

— Para esconder o roxo. — levantou o óculos e mostrou.

— Está engraçado. — peguei mais dois
bombons.

— Deixa um pra mim. — brigou com minha
mão e pegou um bombom.

— Coloca um filme pra gente assistir! — pedi deitando no sofá e jogando minhas pernas sobre as suas.

— Você não é nada folgada. — apertou meu
tornozelo.

Lucas colocou a caixa de bombom na mesa de centro, pegou o controle e colocou no Netflix, escolheu um filme super chato de terror.

— Terror não! — reclamei.

— Medrosa. Isso é Coraline!

— Não é medo, é porque é chato mesmo. Preferia ver Batman! Coloca na Disney play.

Meu melhor erroWhere stories live. Discover now