Capítulo 1: 16 de Fevereiro de 2011

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16 de fevereiro de 2011

"Amor, acabei de pousar, vem me buscar"?

Minha mulher estava visitando a mãe dela, ela que descobriu um câncer de mama recentemente, ela acaba de pousar em Nova Iorque, minha sogra mora em Los Angeles, perto sim, porém, quando estamos longe de quem nós amamos, parece longe demais, ela ficou fora quase 1 mês, foi ao médico com a mãe, acompanhou todos os exames, verificou todas as possibilidades de tratamento, quando ela resolveu tudo, veio embora, mas com data marcada para voltar, eu queria que minha sogra viesse par Nova Iorque facilitaria muito, mas ela não quer incomodar. Mesmo que esteja morrendo de saudade de minha mulher, preciso entrar em uma reunião, sabe aquelas reuniões que decidem se a empresa próspera ou quebra? Pois bem, é uma dessas, irei pedir então para que meu pai vá ao aeroporto buscar Beatriz para mim, já que foi ele mesmo quem me passou a responsabilidade dessa reunião.

Não era para isso estar acontecendo comigo, por quê? Eu sou advogado, mas fui obrigado por meu pai, abandonar o sonho de advogar para me sentar em uma cadeira e me tornar o CEO da Estée Launder & Cia, sim meus pais, abriram uma empresa de cosméticos americana. Entre as marcas da companhia, as mais conhecidas estão a Clinique e a MAC. A família Launder é dona também de propriedades de imenso valor espalhadas pelo mundo todo e agora estou a caminho dessa reunião, para abrir uma agência de modelo aqui no prédio mesmo, minha irmã, está estudando em Paris fazendo moda e esse foi o jeito que minha mãe arrumou para trazer ela de volta assim que o curso for concluído. Pois com toda certeza diversas oportunidades serão oferecidas a Amanda, já que atualmente ela mora em Paris e meu irmão, Arthur está enfiado no exército, por isso a empresa está nas minhas costas ele é i mais velho, ele deveria ter assumido tudo e não eu.

Chego no escritório do meu pai.

— Pai, preciso que busque a Beatriz para mim no aeroporto, ela já pousou e preciso ir para essa reunião agora.

— Tudo bem filho, eu já vou.... André.

— Sim pai.

— Cuide de tudo, sei que é capaz de levar o nome Launder para todo o mundo. Confio em você.

— Tudo bem papai.

— Eu te amo meu filho e tenho orgulho de você.

— Também te amo velho, agora vai buscar minha rainha, vai.

— Estou indo moleque.

Meu pai chamou o motorista e saiu e eu fui em direção a sala de reuniões. Uma reunião chata, interminável, não via a hora de ver minha mulher a barriga dela já deve estar aparecendo, sim Beatriz está gravida. Enfim essa reunião acaba, vou direto para a minha sala, mas eu chego lá e não vejo ela, vou até o escritório do meu pai e nada também. Ligo para ele e cai na caixa postal, ligo para Beatriz.

— Oi sou eu a Bea, Beatriz Launder, estou ocupada agora, mas me deixa um recadinho e lhe retorno assim que possível. (PI)

— Ei meu amor, onde vocês estão? Eu já sai da reunião...

Tututu

Não vou ficar deixando recado na caixa postal, vou para casa ela já deve estar lá, já é tarde, meu pai deve ter deixado ela em casa e já ido para a casa dele.

Pego minhas coisas e sigo em direção a garagem, ao caminhar sinto que algo está errado, parece que todos estão me olhando é quando vejo minha mãe, sendo carregada em cima de uma maca e todos me olhando como se estivessem com dó. Largo minha pasta no chão e corro até minha mãe.

— MÃE

— Calma se afaste.

— O que aconteceu com ela? Sou o filho dela.

— Senhor André – a Recepcionista se aproxima. — Ela estava no telefone e começou a chorar levou a mão no peito e temi que ela estivesse sofrendo um infarto. Chamei a ambulância.

— Quando foi isso?

— A uns 15 minutos.

— Eu vou com ela. Avise a todos.

— Sim senhor.

Vou na ambulância com minha mãe, durante o trajeto ela acorda ao me ver ela começa a chorar e eles dão um calmante a ela, ela não chegou a sofrer um enfarto, apenas teve um pico de estresse e desmaiou. Assim que chegamos no hospital eu vi vários repórteres, bloqueando a entrada. Eu não sabia de nada. Mas mamãe, apenas segurou na minha mão.

— Venha meu filho, cuide de sua mãe.

— Senhor Launder, é bom que ela faça alguns exames e o médico receite um calmante para ela. – Diz o paramédico que veio observando os batimentos de mamãe.

— OK, vamos mamãe. – Digo saindo da ambulância, mas eles a mantem na maca.

Descemos da ambulância, minha preocupação é minha mãe, ignoro todos os repórteres alguém importante deve estar internado. Espero que não seja nada grave. Assim que entramos, estranhei mais nem me importei eles me guiaram junto com minha mãe, ela estando na maca, eles sempre nos barram...

"Para de paranoia André." – Penso comigo mesmo.

Seguimos pelo corredor e somos levados para uma sala, assim que chegamos na sala minha mãe se levanta da cama, na mesma pose de sempre, como se nada tivesse acontecido.

— Sente-se meu filho. – Ela diz e aponta para uma cadeira bem de frente a ela. Conheço minha mãe, ela está nervosa, mas tentando manter o controle.

— O que está acontecendo? – Pergunto indignada.

— Sente e te falo.

— Aff. – Me sento emburrado, tudo que quero é saber o que está acontecendo e ir embora ver minha esposa.

— Bom seu pai saiu para buscar a Beatriz...

— Sim, foi eu mesmo que pedi, porque eu precisava entrar na reunião.

— Ele foi buscar ela, pegou ela no aeroporto, eles estavam no carro indo em direção a empresa, Bea me fez uma chamada de vídeo e eu vi quando... Eu vi tudo...

— Viu o que mamãe?

— Eles estavam no pare. E eu vi o caminhão atrás não diminuir e havia um caminhão na frente... Eles... os quatro...

— NÃO... CADÊ ELES. – Me levanto da cadeira e já vou andando para fora da sala, agora tudo faz sentido, os celulares desligados, a demora em chegar, os repórteres... o desmaio da mamãe...

Vejo repórteres se aproximando, a polícia, corpo de bombeiros, minha ficha começa a cair, eles foram prensados entre dois caminhões, minha esposa, meu pai, meu filho e o motorista.

— NÃOOOOOOOO.

O Viúvo e a Secretária VirgemWhere stories live. Discover now