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Anna

Um passo e eu prendo a respiração. Mais outro passo e agora ele está perto demais.

Eu esqueci como se respira e parece que eu vou acabar caindo dura aqui no chão.

Aqueles olhos me encarando próximo demais de mim e esperando uma resposta da minha parte.

Abro minha boca pra responder mas o toque do meu celular me faz suspirar fundo como se os dois tivesse caído na realidade.

Ele respira fundo se afastando um pouco de mim e eu agradeço mentalmente.
Ele perto de mais estava me deixando louca.

Meu celular apita novamente e logo começa a tocar e eu pego ele no bolso de trás da minha calça.

Anna: oi. - olho pra um ponto fixo no chão com vergonha de encarar ele.

- doutora Anna?

Anna: sim, ela mesma. - mordo o cantinho da minha boca nervosa sentindo o olhar do homem na minha frente em mim.

- teve um acidente na linha amarela. Está chegando alguns feridos e tem dois graves que precisam de cirurgia.

Anna: eu já estou indo. - me apresso a falar. - deixa a sala de cirurgia pronta e manda começar.

- tá certo.

Desligo a chamada e encaro o Filipe que olhava pra vista que a varanda dele tinha da Rocinha.

Anna: agora eu preciso ir de verdade. - ele me olha. - estão precisando de mim no hospital.

Ret: é grave? - concordo.

Anna: bastante.

Ret: eu te levo. Bora. - ele nem espera eu responder e desce na frente.

Deixo pra negar um outro dia.

Já no carro dele eu respiro fundo vendo ele sair da Rocinha e aumentar a velocidade do carro.

Na minha cabeça está passando mil coisas... Quanto no que me espera assim que eu chegar no hospital e na tensão sexual que aconteceu entre nós dois.

Não era pra não dois ter chegado a esse ponto mas aconteceu tão naturalmente que eu só fui perceber quando meu celular notificou.

Só de lembrar dos seus olhos presos nos meu me olhando como se ele estivesse morto de fome e eu fosse a presa que ele está querendo a muito tempo.

Passo a mão no rosto tentando controlar meus pensamentos de que se meu celular não estivesse tocado aonde nós dois provavelmente iríamos estar.

E se eu continuaria negando a mim mesma que eu pegaria esse homem.

Mas o ponto que eu não queria transformar isso além se uma amizade que eu estava gostando de ter.

Eu nunca neguei a mim mesma que acho ele bem atraente em todos os sentidos. Só que é complicado pq Filipe não é qualquer homem. Ele acabou de sair de um como onde vivia uma ilusão que me incluía junto.

A minha mente roda pensando se aquilo foi natural msm ou ele só estava querendo por saber que o que viveu "comigo" foi uma grande mentira.

É muito complicado isso tudo.

Ter ele perto é bom e me distraí dessa vida corrida que eu tenho. Mas não vou negar que tenho um pé atrás em relação a nós dois principalmente agora...

Ret: Anna. - tomo um susto quando sinto sua mão no meu braço. - chegamos.

Olho pra janela do carro vendo que ele tinha estacionado em frente ao hospital.

Anna: aí obrigada sério. - tiro o cinto rapidamente com pressa.

Pressa de entrar naquela sala de cirurgia e salvar mais uma vida. E pressa de sair logo de dentro desse carro.

É notável que eu não posso mais estar em um local fechado só com ele. Minha consciência vai pra puta que pariu e só meu tensão por esse homem fala mais alto.

Ele conseguiu liberar uma Anna dentro de mim que só se ver em quatros paredes.. E ele nem chegou a me tocar.

Ret: qualquer coisa me liga. - concordo e abro a porta do carro. - tchau.

Ele fala baixo e eu respiro fundo percebendo tbm que a voz dele é muito gostosa de se ouvir. Caralho eu estou notando certas coisas nele que eu não notava pq não via maldade.

Anna: tchau. - fecho a porta do carro e dou uma corridinha entrando no hospital sem olhar pra trás.

- aí amém. - a enfermeira vem até mim rapidamente. - sala 302, paciente em estado grave com fratura na cabeça.

Anna: ela bateu a cabeça? - pergunto  andando rápido até a sala que eu me trocava, enquanto eu lia o papel que estava na prancheta que a mesma tinha me dado.

- foi arremessada quando o carro bateu. - respiro fundo entrando na minha sala.

Anna: chama o doutor Henrique. - abro meu armário pegando meu jaleco. - vou precisar dele nessa cirurgia.

- tá bom. - ela sai rapidamente da minha sala e eu entro no meu banheiro.

Anna: esquece o Filipe Anna. - falo pra mim mesmo enquanto eu me preparava. - se concentra pela amor de Deus.

...

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