13

8.3K 938 538
                                    

Glenda Madison

No início da manhã seguinte, acordei com a campainha tocando sem parar. Levantei-me devagar, minha cabeça estava pesada pela noite mal dormida. Fiz uma careta e tentei enxergar alguma coisa no escuro do quarto. As cortinas ainda estavam fechadas e não deixava a luz do dia transpassar as vidraças. Esfreguei meus olhos e coloquei os óculos para acender a luz do abajur. De novo ouvi o som da campainha estrondeante. Que inferno. Praguejei em pensamento, mas logo me arrependi:

— Desculpa Deus! — Levantei as mãos para o céu ao mesmo tempo que pegava meu roupão vestido-o para ir atender a porta. Ateei bem o nó, calcei minhas pantufas e corri até a porta, caso contrário irão pô-la a baixo tamanho a insistência. Olhei pelo olho mágico e levantei às sobrancelhas e os olhos, só podia ser. Abri a porta e já recebi uma torrente de palavras vindo da Lívia:

— Por que demorou para abrir? Estava a ponto de chamar a polícia achando que tinha acontecido alguma coisa com você.
— Deveria ter chamado, assim quem sabe eu teria coragem de denunciar aquele patife.
— Ainda de implicância com o homem? Ele é pai do seu filho.

Livia adentrou o apartamento e jogou a bolsa sobre o sofá, fechei a porta e cruzei os braços sobre o peito.

— Não é implicância, definitivamente não quero casar com ele, e bem que você podia me ajudar nessa, não ficar do lado desse sujeito.
— Não estou do lado dele, mas sou realista, ele não vai sossegar e o melhor a fazer nesse momento é obedecê-lo para que não sofra, se você não lembra ele é um mafioso.
— Lembro disso a cada segundo — Suspirei fundo e sentei no sofá colocando as mãos nas têmporas. Os enjoos haviam melhorado, mas agora a tormenta são a fadiga e as dores de cabeça, e isso não tem nada a ver com o bebê, mas com aquele demônio moreno. Lívia acomodou-se do meu lado e massageou minhas costas, me afagando.

— Não fica assim, anima-se, pois hoje será o jantar de noivado.
— Ah! Poupe-me, Lívia, não vou a jantar nenhum.
— Mas sem a noiva não pode ter jantar. Por isso que vim, para saímos e comprar um vestido novo para você. Nada melhor do que compras para animar uma
mulher. Não adianta nada ser rebelde, ele não vai desistir, pois o próprio entrou em contato comigo disponibilizando carro com motorista, segurança e um cartão novinho,tudo para você.

Olhei para Lívia indignada quando ela levantou um cartão de crédito e balançou na minha frente. Não acredito que Lívia está fazendo isso, se deixando corromper por esse maluco.

— Você só pode estar de brincadeira, Lívia. Mas é claro que não aceitarei esse cartão.
— Ele sabia disso, por isso me procurou e me entregou o cartão, ele tinha certeza que você o quebraria em mil pedaços caso entregasse a você.
— Ele estava certo, porque é isso mesmo que irei fazer, não tenha dúvida.

Fiz o gesto para pegar o cartão da mão da Lívia, no entanto ela foi mais rápida e levantou-se escondendo o cartão atrás das costas.

— Não deixarei você fazer isso, pense bem, é um cartão de crédito com limite astronômico, podemos comprar em qualquer loja.
— Para com isso, me dê esse cartão aqui, vou mostrar para ele que jamais aceitei ser subornada. Me admiro você Livia, compactuar com essa sujeira.

Enquanto falava, tentava tirar o cartão das mãos dela, mas ela desviava e eu não conseguia pega-lo.

— Não estou compactuando com ele, sabe que sempre estarei do seu lado, por isso aceitei, para impedir que você cometesse a burrice de quebrar esse cartão por puro orgulho, teimosia e egoísmo.

A última palavra da Livia me fez parar, eu a fitei escandalizada.

— Egoísmo? Não sou egoísta.
— Como não, você quer ter esse filho sozinha e privar o pai dele de participar de sua vida, não cogita nem a possibilidade de dar uma chance. Você é egoísta sim, sem filho tem o direito de ter um pai, já que ele apareceu. Era até compreensivo quando você não sabia quem era ele, agora não tem desculpa, seu filho tem um pai.

Grávida do Mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora