Sobre todo amor que elas têm (parte 2)

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MINA NÃO SOUBE de princípio como reagir. Achou a ocasião tão aleatória que passou meio minuto ainda na mesma posição, encarando os três no apartamento de Sana.

Várias coisas estavam passando na sua mente naquele momento, tudo ao mesmo tempo ao ponto de fazer sua cabeça latejar em uma dor odiosa – e querer sair dali correndo.

Mas não poderia, simplesmente não poderia passar a vida inteira fugindo das responsabilidades, mantendo em segredo sua vida amorosa. Sana merecia mais, muito mais do que um relacionamento secreto, sendo que de fato, não havia absolutamente nada de errado no que ambas tinham.

Virou em direção da namorada, murmurando quem eram e isto fez com que tudo se tornasse mais real e mais esmagador. Não tinha ainda coragem de encará-los nos olhos, porque se sentia culpada da situação embaraçosa e fosse a reação que fosse, Sana estaria no meio – e doía pensar em uma possível humilhação.

Embora sua consciência estivesse gritando a indagação de como haviam entrado e como tinham descoberto onde estava.

Sana ficou encarando – agora tendo entendimento que eram os pais de Mina e o irmão dela –, não sabendo como reagir também. Ainda permanecia com a mão estendida, segurando a chave e piscando tantas vezes que com toda certeza, achavam que não era muito certa das ideias. Eles estavam dentro do seu apartamento? Mas como haviam entrado? Desde quando?

Olhou Nayeon em busca de respostas, sentindo quando Mina se afastou dela e se direcionou até os outros Myoui. A cena das duas abraçadas ainda passava na sua cabeça e como os pais dela reagiriam na possível reunião.

— O que vocês estão fazendo aqui? — a morena perguntou. Saiu ríspido e indicando sua descrença latente ao gaguejar. — O que estão fazendo no apartamento da Sana?

— Primeiramente quero pedir desculpas por isso — A mãe de Mina começou, olhando a loira. — Nunca foi minha intenção entrar sem que você estivesse aqui — ela diz, passando sinceridade. — Mas depois que Nayeon me mandou o endereço, abriu o seu apartamento e começou a falar sobre você, imaginei que não acharia ruim. Ainda mais porque sabíamos que Mina estaria aqui. Chegamos há alguns minutos. 

— Ela disse que já sabia sobre vocês! — Nayeon tentou, tão desesperada que Sana ficou com pena, pressionando os lábios e colocando a chave no bolso do moletom. — S-Sério, e-eu...

— Você usou a outra chave que eu te dei? — a Minatozaki questiona, ganhando em resposta, Nayeon concordando com a cabeça. — Ah, menos mal... pensei que tínhamos deixado destrancado.

— Isso é errado! — Mina exclamou, ainda perplexa pelo acontecimento. Sana encolheu o corpo ao escutá-la gritar, o que ela nunca fazia. Se sentiu mal por vê-la sair da linha, se comportar na defensiva como um animal ameaçado. — Entraram no apartamento da Sana enquanto ela estava fora! Isso é muito errado!

— Mittang, querida... acho melhor fazer isso lá dentro... os vizinhos... você sabe — a loira tentou, todo transtorno a deixando nervosa. Sua respiração chamando atenção da morena, que a encarou no mesmo segundo ao ficar preocupada. Era diferente para Sana vê-la tão irritada e.. exposta. — Você precisa se acalmar primeiro.

— Eles entraram no seu apartamento, Sana! No seu apartamento! Isso não se faz!

— Eu sei, eu sei! — Diz, chiando como uma televisão antiga. Precisará usar a bombinha caso fique mais tensa. — Querida, eu sei. Mas está tudo bem para mim, não se preocupe. Apenas tente se acalmar. Não conseguiremos conversar se você não se acalmar.

O silêncio se tornou longo em seguida, depois que a mais nova abaixou a cabeça e tentou respirar fundo. São as crises também, a loira compreende. O jeito opressor que a situação fez Mina reagir com a cabeça quente, dando espaço à ansiedade e tudo de mais nocivo. Ela abaixou os ombros, envergonhada da reação. Está condescendente desta vez.

Candy Girl (misana)Where stories live. Discover now