𝐁𝐑𝐎𝐖𝐍 𝐄𝐘𝐄𝐒 | 𝑒𝑚𝑏𝑟𝑦 𝑐𝑎𝑙𝑙

𝖈𝖎𝖓𝖈𝖔

CALA A BOCA SÓ POR UM SEGUNDO!

CANADÁ

    RAIVA ERA TUDO O QUE JACE SENTIA. Raiva dos ancestrais, dos frios e principalmente dos Cullens. Por causa deles o seu irmão se transformou cedo demais, e por causa deles Jace estava em uma difícil decisão entre voltar ou não para Washington. 

    Ele não queria voltar, não estava pronto para ver seu pai e irmão. Na verdade, Jace estava com medo, medo da decepção clara que ele veria nos rostos de todos da reserva. O Black abandonou todos sem pensar duas vezes, ele não se arrepende da sua decisão, claro que não, ele está livre, se sente livre. Seu espírito é livre. 

    Porém, seu pai estava certo que já se passaram dois anos, dois malditos anos longe de todos. Jace não se sentia sozinho — as vezes sim, Evan simplesmente desaparecia e voltava do nada —, ele em algumas ocasiões comparecia nas festas que davam na cidade, adolescentes da sua idade bêbados e que cheiravam a sexo. Ele se relacionou com alguns caras, de todo o tipo, porém, eram transas de uma noite só, Jace não se lembra dos nomes ao certo. 

    As relações que ele tinha fazia com que a necessidade de tocar alguém desaparecesse. Jace nunca pensou que seria um jovem que todos veriam como um pedaço de carne quando pusessem os olhos. Ele sempre pensou que seria só de uma pessoa, dormiria e perderia a sua virgindade com uma pessoa — essa pessoa sempre era Evan em suas fantasias —, mas olha ele agora, dormindo com caras aleatórios e se esquecendo deles tão rapidamente como quando tirou as roupas dos seus corpos. 

    Jace observou tudo ao seu redor. A televisão que ele poucas vezes ligava, as flores mortas que uma vez ganhou de uma senhora, as paredes de madeiras que tornou a casa um lar aconchegante, a lareira na sua frente que ele nunca usou por não precisar do calor que proporciona. Ele não estava pronto para deixar tudo para trás, não estava pronto para deixar o seu lar. A casa que acolheu ele e suas inseguranças, a casa que ele reencontrou o seu amor. Ele não estava pronto para voltar. Entretanto, precisava, seu pai precisa dele e seu irmão também. 

    Jace soltou um grande suspiro, com as mãos na sua cabeça ele puxou o seu cabelo em frustração. 

    — Droga!