❖ Capítulo 21

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Any Gabrielly

New York | Domingo | 05:00am

×××

Pela primeira vez me senti bem fazendo algo que eu considerava assombroso, me senti bem apenas porque isso é para o meu bem. Eu passei o dia inteiro no quarto de Josh, junto á ele arquitetando e rastreando diversas contas relacionadas a Christian, a mim e aos negócios que tivemos juntos um dia.

Eu estava liderando a missão, os homens que contratei já estão prontos  apenas esperando pelos comandos seguintes da chefe aqui. Apesar de tudo o que planejei parecer bom e eficaz, ainda tenho medo de que saia tudo do meu controle pela primeira vez que eu o tenho. Sempre me submeti a tudo o que Christian ou meus pais queriam para poder agrada-los, mas nunca fiz algo por mim. Agora tendo esta oportunidade tenho pavor de pensar em arruína-la.

— E ai como eu estou? — Josh ajeitou o sobretudo preto que veste por cima do terno all black, os cabelos levemente bagunçados e as mãos cobertas por luvas de couro, também preto.

— Se não estivéssemos em toda essa situação, se eu não tivesse um ex obsessivo eu te agarraria agora mesmo. — falei ajeitando a gravata torta dele. O mesmo corou absurdamente com meu comentário. — Fica mais lindo, se possível, quando veste preto.

— Você também. — ele disse meio envergonhado. — Agora vamos, Srta. Gabrielly. — esticou seu braço e eu os entrelacei após conferir a arma que escondi na minha cinta liga especial.

— Chefe, já podemos ir? — um dos seguranças perguntou e eu assenti.

— Eu vou com Josh na frente e vocês nos seguem, se algo sair do nosso controle eu os avisarei, peço que façam o mesmo. — os homens assentiram e saíram pela porta antes de nós.

Todos nos devidos carros o caminho finalmente começou a ser percorrido, o sol aos poucos começou a aparecer conforme os minutos passam, as vezes pra mim lento e outras vezes rápido demais. Eu sentia um frio na barriga e um leve aperto no peito, não sinto que coisas boas aconteceram hoje, mas eu preciso me manter firme para conseguir concluir o que planejei para dar fim a essa loucura que tem sido minha vida desde que conheci Christian Richard, o meu pior pesadelo.

Josh que estava no banco do carona acariciou minha coxa tentando acalmar-me das emoções que minha mente transmiti para meus nervos. Ele ligou o rádio e começou a tocar before you go e o meu coração começou a doer, o que era um leve aperto se transformou em dor.

A essa altura os meus seguranças já estavam para trás como eu tinha lhes ordenado para eu não chamassem atenção e estragasse o meu plano. Já avistando ao longe a ponte do Brooklyn, eu respirei profundamente sentindo o aperto de Josh na minha coxa me trazendo um arrepio na espinha.

— Quando acabarmos naquela ponte o que temos que fazer será concluído, não esqueça do que prometemos um para o outro ontem a noite. — Josh disse vendo que nos aproximavamos do carro parado próximo a ponte.

— Eu sei, independente do que aconteça a ligação que temos nos manterá conectados, no céu ou debaixo dele, estamos interligados, para sempre. — repeti e ele sorriu cruzando nosso mindinhos e grudando nossos polegares.

— E depois também, linda. — eu sorri sentindo meus olhos lacrimejarem quando a dor no peito se intensificou. Com o carro estacionado em frente ao de Christian, Josh e eu, saímos ao mesmo tempo do veículo que ele, que acompanhado de uma loira. A mesma loira do dia do acidente. Ela segura Clare que chora em seus braços.

— Papai Joshy. — ela chamou pelo loiro que segura firme minha mão. Ele me encarou se segurando pra não chorar. — Mamãe Princesa.

— Nós já vamos te pegar, amor. — Josh disse e Christian riu como se fosse uma piada.

— Vamos fazer isso direito e sem enrolação. — Chris vociferou mudando completamente o humor. — Venha pra mim, querida. — me chamou e eu senti ânsia só de ouvir sua voz.

— Christian, eu te dou tudo o que quiser, só nos deixa em paz. — eu pedi e ele voltou a rir. — Meu advogado já está cuidando do nosso divórcio, em breve estaremos completamente separados, se quer ganhar algo esta é a sua oportunidade, não terá outra. — falei tentando convence-lo.

— Eu quero você, Any, não pode ficar longe do seu marido. Você me ama e eu te amo, tudo se tornou ruim por culpa dele, querida. — disse tentando me convencer.

— Eu não te amo mais, Christian, na verdade eu nunca amei você, não passou de uma paixão de adolescente ingênua que eu tinha. — ele negou com a cabeça. — Quer viver o resto de sua vida com uma mulher que te despreza? que tem nojo de você?

— Você está sendo manipulada por esse ai, quando estiver comigo verá que ainda me ama. — ele disse com uma certeza absurda.

— Josh não faria isso. — falei e ele riu de novo.

— Ele quer te tirar de mim, quer apenas usar e abusar de você, eu estou te salvando desse mendigo maldito. — olhei para Josh que estava calado e suspirei. — Tudo o que ele fala pra você não parece um sonho inalcançável? — eu assenti cabisbaixa. — Ele é um golpista.

— Joshy. — Clare chamou pelo loiro novamente.

— Se eu for com você deixará eles em paz? — ele assentiu. — Então tudo bem.

— Não, Any. — Josh disse quando soltei minha mão da sua. Eu corri até Christian e me atirei em seus braços.

Clare foi solta no chão e saiu correndo até Josh que empunha sua arma em mãos.

— Vá para o carro Clare. — Josh ordenou para a pequena. — Deixe ela vir conosco, Christian, você não tem escapativa. — ele disse ameaçando Christian com sua arma.

A loira me puxou para entrar no carro e eu me soltei dela tentando impedir que Josh e Christian se matem em público.

— Tem muitos carros aqui, parem com isso. — eu implorei. — Vá embora, Josh, Chris está certo, você não passa de um golpista e eu ainda o amo, eu vou com ele.

— Any... — o loiro ia falar e então eu dei as costas indo até o carro de Christian. O inesperado aconteceu.

Um barulho ecoou alto e estridente para  quem estivesse passando se apavorasse e saísse de perto em alta velocidade. Eu me virei e o meu peito que doía se despedaçou ao ver Clare que antes tentava entrar no carro, agora está estirada com uma bala que ultrapassou seu corpo pequeno e frágil.

Josh correu até ela para a socorrer, as lágrimas que se acumularam em meus olhos caíram e eu gritei por ela. As cirenes foram ouvidas e meus seguranças finalmente deram as caras, antes que eu pudesse raciocinar fui jogada dentro do carro com uma dor entorpecente.

Minha pequena princesa, você não pode partir.

To be continued???

O negócio foi tenso e no próximo então---
só peço que não me matem!

Foragido | Beauany √Where stories live. Discover now