❖ Capítulo 15

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Josh Beauchamp

New York | Terça-feira | 08:08am

Uma semana se passou desde que comecei a substituir Any em suas reuniões e jantares presenciais. Não é como se eu fosse a substituir para sempre, ou a rouba-se de alguma forma, mas é isso o que a maioria por aqui pensa ao meu respeito. Sou conhecido como o pobre coitado que vive as custas da chefe, que provavelmente eu a comi muito bem para chegar onde era ansiado por muitos.

O que é uma tolice em se pensar, mesmo já tendo errado em muitas coisas eu jamais faria qualquer coisa que pudesse prejudicar Any de alguma forma. Mas nenhum deles sabe que eu a amo e se soubessem seria ainda mais intolerável.

Não importa a índole quando não se tem dinheiro.

De diversas formas diretas e indiretamente John, o diretor geral e Ethan, o acionista; tem me cercado, vigiando-me como águias prestes a capturar com suas garras, especialmente afiadas como a ponta de uma faca. Por eles eu já estaria longe a muito tempo, mas não são eles quem mandam quando Any tem a maior parte do poder de decisão.

Durante esses dias ela tem estado um pouco melhor, depois que comunicamos a polícia sobre o envio da mensagem com fotos, ele desapareceu - o que tem nos causado um certo medo. Medo do desconhecido, que não foi encontrado -.

Estamos cada dia mais próximos, ontem foi uma noite especial, ao menos para mim, depois de um jantar que preparei para ela, a mesma me chamou para dormir com ela, de cara não tive reação, senão parecer um tomate de tão vermelho.

Mas seu pedido se dava ao fato de não conseguir dormir sozinha e ter pesadelos terríveis. Não posso negar que seu pedido mecheu muito comigo, me sinto como um adolescente apaixonado tentando reprimir tais sentimentos.

- Tio Josh, quando é o aniversário da tia princesa? - Clare perguntou enquanto pulava na cama.

- Bem, é daqui a uns dois meses. Para que quer saber? - a olhei com o cenho franzido.

- Eu queria fazer uma festona pra tia, ela disse que ninguém nunca fez uma festa pra ela. - disse com um biquinho. - Acledita que ela já teve um bebê que poderia ter minha idade?

- Sim princesa, ela já me contou. Sobre a festa depois falamos sobre isso.

- a bebê morreu. - fez um beicinho triste e se sentou em meu colo. - Ela disse que eu pareço com a filhinha dela. Eu queria uma mamãe igual a tia princesa.

- Mas ela te considera como uma, assim como eu, meu amor. Não somos seus pais mais estamos cuidando tão bem quanto. - ela assentiu.

- Vamos fazer uma festa? - entortou a cabeça e eu a olhei pensativo.

- Eu vou pensar, senhorita. Tia Any está passando por um momento difícil agora, certo? - ela suspirou e assentiu.

- Você vai trabalhar hoje, tio? - perguntou abraçada a mim.

- Não, hoje vamos sair todos juntos, o que acha? - perguntei e ela abraçou meu pescoço eufórica, me derrubando na cama.

- Ebaaa. - ela gritou. - Vamos ao parque?

- Não. Eu preparei umas coisinhas para irmos para um lugar bem mais legal e você até vai poder nadar. - contei e um sorriso largo se abriu em seu rosto.

- Aonde?

- Segredo. - falei fazendo mistério e ela revirou seus olhinhos castanhos. - Mocinha mocinha. - ela riu e saiu do meu colo pulando da cama. - Clare. - a chamei e ela saiu correndo.

- Vou contar pra tia Any. - ela gritou do lado de fora do quarto.

...

- Onde estamos indo, hein Beauchamp? - Gabrielly perguntou pela milésima vez, enquanto eu dirijo concentrado no caminho.

- Quero aproveitar que já está melhor para aproveitarmos um tempo juntos. Você vive muito tempo apenas trabalhando, as meninas me disseram que não parava. - falei e a vida revirar os olhos pelo espelho.

- Claro que eu saia.

- Para jantares de trabalho. - ela bufou e eu sorri observando pelo retrovisor sua cara emburrada.

- Já estamos a quase uma hora no carro, vamos dá uma parada. - ela pediu e eu concordei em poucos quilômetros parei em um posto de gasolina próximo a uns estabelecimentos e lojas diversos.

- Olha Clare para mim, vou buscar algo para que possamos comer. - falei com Any assim que paguei pelo tanque abastecido.

- Claro. - falou e eu estacionei em uma vaga próximo a uma lanchonete. As deixei ali e ao entrar no local senti um cheiro delicioso de croissant.

- Boa tarde, bem-vindo ao Pop's, o que deseja? - perguntou uma mulher loira de olhos azuis. Desviando o olhar da máquina registradora, quando seus olhos encontrou os meus um frio percorreu minha espinha me fazendo tremer.

- E-Eu, hum, quero três croissants tradicionais e três latinhas de refrigerante e três de água, pra viagem. - falei me xingando mentalmente por ter gaguejado.

- Josh? - a mulher me analisou espantada.

- Será que tem como ser rápido, tem pessoas a minha espera e o tempo não me espera. - falei desviando meu olhar.

- Aonde você estava? - ela perguntou trêmula e eu a olhei aflito.

- Não importa agora, eu estou bem. Eu só quero meus pedidos rápido. - falei apreensivo querendo ir embora dali.

Ela suspirou e me olhou anotando o pedido e o enviando para quem o prepara.

- Aguarde em uma das mesas. - falou e eu assenti entregando o dinheiro e logo recebendo o troco.

Cada segundo que passava parecia uma eternidade, meu pé batia contra o chão em total ansiedade, querendo correr para bem longe daqui, para bem longe dela. Eu não queria vê-la novamente.

Assim que um garçom me entregou as sacolas com o lanche, eu acelerei meus passos para longe dali.

- Josh, espera. - ouvi os gritos dela e nem me dei o trabalho de me virar ou parar de andar.

- Joshua Beauchamp. - ouvi a voz que fez meu corpo gelar. Isso só pode ser um pesadelo.

Senti o nó se formar em minha garganta e minha respiração falhou. Certas lembranças tomou minha mente ao ouvir a voz masculina que me dá calafrios. Acelerei meus passos começando a correr mais ligeiro possível.

- Ei Josh o que houve? - Any perguntou na porta do carro vendo eu parar de correr ofegante. Ela se virou ao ver que me chamavam.

- Entra no carro. - falei rouco sentindo minha garganta fechar. Entreguei os lanches para ela, sem entender ela entrou no carro e eu também.

- Josh, o que está acontecendo? Quem eram aquelas pessoas? - perguntou preocupada.

Mas eu nem ao menos conseguia prestar atenção nela. Minha mente vaga na mesma medida que meu coração se aperta e minha garganta se fecha. Cada palavra, as cenas. Tudo ainda está tão fresco, como se tivesse ocorrido ontem. Eu aperto meus dedos no volante e meu pé no acelerador.

- Josh. - Any grita. Ouço sua voz, mas ela está tão distante. - Você vai nos matar, pelo amor de Deus. Josh respira. - ouvi sua voz desesperada e o choro vindo de Clare que acordou sem entender o que está acontecendo.

Eu desvio dos carros, dirigindo feito um louco. Estou no meio da pista e totalmente sem freio, eu não consigo parar.

- Joshua Beauchamp. - Any gritou debruçada puxando freio de mão, fazendo com que sem percebermos o carro batesse contra uma árvore ao entramos em uma estrada de terra.

To be continued???

Quem são esses dois? E o que eles fizeram para deixar Josh neste estado? Eis a questão.

Para onde acha que eles vão?

Foragido | Beauany √Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin