- Ela sempre foge de mim quando tem uma situação que fica preocupada - riu olhando para mim e para o Vi, a minha mãe se aproximou e abraçou a minha avó

- Por que será, né, sogra? - minha mãe riu fraco e se sentou após cumprimentar a Carla

- Bobagem - abanou com a mão - Ela não vai agora, não vai, ela vai em paz e só vai quando o desejo dela for realizado - concluiu simples e ficou um silêncio na sala

- Mamãe - meu pai coçou a garganta - O que acha de darmos uma volta no jardim?

- Tudo bem, querido - minha avó sorriu e me olhou parecendo me analisar - Vejo muitas muitas e muitas letras no seu futuro

- Sério? - perguntei olhando pra ela

- Palpites de velha - deu de ombros - Vamos logo dar um passeio, Marcelinho, o seu pai me estressou hoje e eu preciso me distrair

- Vocês se amam - meu pai falou se levantando, foi assim que os médicos aconselharam, dar corda para a época que ela estiver, no primeira vez que rolou o meu pai e a minha tia não entenderam e contaram que o meu avô faleceu, ela ficou muito abalada e de cama, na segunda contaram novamente porque eles não entendiam o que estava acontecendo. Sabe o que rolou? Ela sofreu uma parada cardíaca e um pouco depois veio o diagnóstico, aí o médico orientou que era para acompanhar o que ela falava, porque cada vez que contavam do falecimento era como se fosse a primeira vez e o choque era terrível sempre, sendo assim muito perigoso

- Não entendi o lance das letras - falei confusa

- Será que é faculdade de Letras? - Vi sugeriu e eu dei de ombros

- Acho legal que ela joga um monte de previsões da nossa vida e diz que são palpites de velha - Vi falou e eu acabei rindo - Vou pedir os números da mega

- É uma boa - falei rindo - Vou pedir também

- Não são palpites de velha - minha mãe falou meio pensativa - Tudo que ela fala acaba acontecendo

- Tomara - falei baixinho

- Gabriel Narrando -

O dia hoje foi cansativo e para me aliviar treinei com o meu irmão e isso me fazia bem, praticar esportes me motivava e me deixava super animado. Quando o treino acabou o meu pai pediu para passarmos no mercado e comprarmos algumas coisas, ele queria uns petiscos pra assistindo jogo juntos hoje.

- Eu gosto desse - peguei o salgadinho e coloquei no carrinho

- Eu também - Lucas falou e pegou mais um - E vou pegar outro

- Esse também é bom - peguei outro - Temos que ir pegar os frios

- Sim - balançou a cabeça

- Amorzinho - mesmo de costas eu reconhecia muito bem o apelido e a voz

- Ele odeia isso - Lucas falou e eu me virei vendo a Bárbara

- Como é? - perguntou olhando para o meu irmão

- Ninguém gosta na real, né? - Lucas falou simples e ela me olhou em dúvida - Mas o Gabriel detesta, e eu acho que é essa sua voz de gralha que piora tudo

- Acho que você não deveria se meter em assuntos de adulto, pirralho, criança insuportável, sempre em cima do Gabriel igual carrapato - falou irritada e antes que eu falasse algo o Lucas retrucou

- Se antes você já não tinha chances com ele agora é -100% de chance - riu - Foi mal-educada com uma das pessoas que ele mais ama na vida e quando eu contar isso pra minha mãe a antipatia que ela tem por você virará ódio

- Olha só - tentou falar mas eu resolvi interromper

- Pega a cerveja lá, branquelo - pedi e ele assentiu com a cabeça se afastando

- Gabriel, eu - começou a falar e eu passei a mão no rosto

- Eu já falei duas vezes com você que tudo que rolava não irá rolar mais, né? - falei sério - Tento manter a educação mas parece que com você é impossível

- Você só precisa entender que eu aceito voltar como era antes - falou rápido

- Aceita o quê, Bárbara? - ri sem humor - Eu não te pedi nada

- E tudo que nós vivemos? - perguntou baixo

- Tudo o quê? - perguntei sério - O sexo casual? As putarias? Nunca nem evoluiu pra amizade

- A garota que você transa não serve pra namorar, é sempre assim - falou irritada e eu dei graças a deus de não ter ninguém no corredor

- Não tem nada a ver - falei firme - Não dá para ser um namoro simplesmente porque não sinto nada por você e porque nunca tivemos ao menos uma conversa decente

- Até parece - debochou - Você quer uma santinha e que pague de sonsa

- Tá se passando agora - neguei com a cabeça - Acho melhor encerrarmos o assunto

- Não, eu acho - voltou a falar e ficou quieta assim que ouvimos uma risadas, olhei para trás e fiquei muito surpreso ao ver a Lara junto com a amiga entrando no corredor - Gabriel? - chamou e eu fiquei quieto

- Eita - Lara falou surpresa assim que me viu - Agora só nos encontramos assim, né?

- Sempre de surpresa - concordei sorrindo

- O destino quer vocês juntos - a amiga dela brincou e levou uma leve cotovelada, segurei uma risada e a Lara ficou sem graça

- Oh, garota não está vendo que está atrapalhando? - Bárbara falou olhando para a Lara e apontou para mim - Estávamos conversando

- Vai retocar essa raiz e pentear essa sobrancelha, e vê se aprende a ter educação, maluca - Lara falou incrédula e a Bárbara parecia que ia explodir de tão vermelha que ficou, a amiga dele soltou uma baita gargalhada - Mais tarde eu te mando mensagem e combinamos algo, tá, Gabriel? - deu ênfase no meu nome e eu sorri de lado

- Claro - concordei e ela acenou saindo com a amiga

- Quem é essa? - Bárbara perguntou nervosa

- Não te interessa - falei sério - Para de show e me deixa em paz - finalizei e peguei empurrei o carrinho me afastando

- Gabriel - chamou alto porém eu não olhei

Bárbara Aleixo Chacon, 24 anos, economista e ex-ficante do Gabriel.

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