Nova sensação

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Estávamos ambos sentados em um cantinho do pátio, após a prova. Os professores estavam corrigindo e entregariam os resultados até o fim da tarde. Nós dois, lado a lado, sentados em um canto com as pernas encolhidas. Apenas éramos dois seres calmas coexistindo no meio a tanta agitação daquele corredor.

— Eu acho que fui bem. Consegui me lembrar de muita coisa. Nossos estudos não foram em vão. — Eu sorri ao olhar nos olhos dela. — E você?

— Será bizarro eu dizer que não estava difícil? — Antonella começou a rir e logo em seguida não me aguentei e cai em risada. — Nós nos esforçamos muito para estar aqui, e independente do resultado vou estar orgulhosa.

Ela levou uma de suas mãos até minha cabeça, e como fazia desde que éramos crianças, acariciou meu cabelo de maneira suave.

— Onde sua touca foi parar?

— B-Bem... um cara levou. — Eu disse desviando o olhar.

— Roubou?

— Não, não é isso. E-Ele disse que iria me entregar na próxima vez... isso significa que estava me dizendo pra passar.

Antonella aproximou o olhar do meu rosto e abriu um pequeno sorriso ao observar minha expressão, como de quem havia lido meus pensamentos.

— Gostou dele?

Eu virei meu olhar pro rosto dela com os olhos arregalados quase instantaneamente, completamente surpreendido com a afirmação dela.

— O que está d-dizendo? E-Eu? Mas... eu nem conheço ele... eu acho que está enganada e... — Várias coisas começaram a passar pela minha cabeça, ao mesmo tempo que nenhuma palavra forte o suficiente para convencê-la do contrário surgia. Estranhamente minha vontade de entrar nessa escola aumentou depois que eu o vi.

Acho que estou enlouquecendo.

— Eu entendo! — Ela fechou os olhos e riu baixinho. — Talvez no futuro você saiba melhor o que está sentindo.

Eu abaixei a cabeça, e provavelmente estava completamente vermelho.

— Eu só...

Não consegui completar a frase, pois professores apareceram no pátio para estampar os nomes dos alunos que haviam conseguido tirar nota suficiente para conseguir bolsas em diferentes lugares do pátio. Nós dois nos aproximamos da lista mais próxima.

O resultado... nós haviamos conseguido 100% de bolsa!


Utopia


Tudo aconteceu de maneira rápida e frenética. Eu me vejo agora, como um aluno oficial do colégio Purple. Uma das escolas conhecidas por ser cara, como se fosse uma elite nessa cidade.

Acho que nem nos meus sonhos eu poderia prever que entraria aqui. Mas cá estou eu, no corredor, perdido, e com os pensamentos distantes.

— Olá! Você gostaria de ajuda? — Uma gentil funcionária se aproximou, ajeitando os óculos em seu rosto.

Eu respirei fundo e tentei organizar meus pensamentos.

— Eu... bem... estou perdido.

— De qual ano você é? E qual é seu nome?

— Nicolas. Nicolas Rodrigues. 1° ano Classe A.

— Oh! Rodrigues, certo? É um dos novos bolsitas deste ano.

UtopiaWhere stories live. Discover now