Capítulo 110 - Chuva de sangue

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"Grandes líderes humanos desejam mais e mais poder. Porém, vocês acham que realmente devem ser considerados grandiosos?", a raposa preta questionou os humanos, depois apontando para os jovens que gritavam de ardência na pele, por terem sido vagamente queimados por aquele fogo azul duvidoso. "Derrotar inimigos em diversas batalhas não é uma excelência suprema. Pelo contrário, um grande líder jamais deixaria seus guerreiros serem expostos dessa maneira. Para alcançarem a excelência suprema, devem vencer o inimigo sem ser preciso lutar. Conhecer o inimigo como conhecem a si mesmo."

Wei Ming, enfurecido com aquele comentário que desmereceu seu alto nível de poder e inteligência, atirou uma de suas flechas diretamente ao pescoço de BingWen. Sua mira era incrível. Era conhecido por ser um dos mais engenhosos arqueiros dentro dos clãs e por conseguir disparar sua flecha nos pontos fracos dos inimigos, até porque, diante de uma larga frente de batalha, deve-se procurar sempre o ponto mais fraco e, ali, atacar com a maior força.

Nos humanos, um de seus pontos mais fracos para atacar é justamente o pescoço, pois, por baixo da pele, têm os músculos esterno-mastoides, os dois ramos da artéria carótida e da veia jugular. Em um resumo, os dois estão envolvidos na circulação de sangue na cabeça e no rosto. Então, se forem rompidos, certamente afetaria essa circulação e em pouco tempo, o corpo já estaria sem respostas.

Seria um ótimo ponto para acertar em BingWen, se não fosse o alto nível de reflexo de um animal quando sente algo perigoso vindo até si. Quando a flecha estava prestes a chegar na garganta do responsável pelo vilarejo das hulijings, ele simplesmente a pegou nos ares e apertou-a, destruindo-a por completo.

"Como eu disse, para vencer uma batalha, deve conhecer o inimigo e...", BingWen estava começando seus dizeres, mas, por alguma razão, seu corpo inteiro tremeu e um arrepio subiu pela sua nuca, sentindo uma fisgada leve no local. "O que..."

"Acha mesmo que eu sou apenas um homem com rostinho bonito?", Wei Ming refutou, estendendo uma flecha com um certo saquinho na ponta. "Eu e meus irmãos não somos burros. É óbvio que não há como os humanos vencerem uma batalha entre yaomos tão superiores como hulijings. Por isso, em primeiro lugar, precisamos primeiro tirar todas suas forças e energias."

BingWen olhou para a mão que tinha segurado a flecha e nela, haviam manchas verdes percorrendo seu corpo de uma forma lenta, porém fatal. Elas ardiam e certos pingos de sangue podiam ser vistos escorrendo pelo meio dos dedos da raposa.

"Você colocou veneno em suas flechas", BingWen comentou, trincando os dentes.

Observando aquela reação, o líder Fai, junto com líder Hong, gritaram e chamaram todos os guerreiros que estavam por volta para lutarem pela vida e pela honra.

Ao mesmo tempo que aquele grito foi realizado, o líder Wei atirou a flecha com o saquinho, que, ao chegar perto das raposas, rasgou e soltou uma fragrância extremamente tóxica para qualquer yaomo. A receita desse veneno foi inteiramente feita pela esposa do líder Hong, Hong Tao, uma mulher que foi torturada durante anos no clã SiRou e aprendeu muito com eles, principalmente sobre venenos.

A raposa branca, com medo de ser morta tão depressa, tampou sua boca e nariz com uma parte de seu hanfu e mostrou a irmã, para que ela fizesse o mesmo. Assim que JiaYing estava protegida daquela fragrância, o mais velho pegou sua mão e começou a correr, para a direção de seu pai e mãe.

Enquanto as duas crianças corriam desesperadas, muitas outras raposas tossiam sangue e seus corpos ficaram enfraquecidos. Algumas mal conseguiam ficar de pé. E, os guerreiros, vendo uma oportunidade diante dos olhos, atacaram sem segundos pensamentos.

Cortavam os pescoços, mãos, pernas, abdominais e alguns até tiveram a maldade extrema de lançarem suas espadas afiadas nos olhos das hulijings, que eram cegadas em cerca de cinco segundos e mortas com apenas mais um golpe no peito.

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