Capítulo 1

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Dias Atuais

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Dias Atuais

— Você deveria focar nos negócios da nossa família, não em montar essa clínica para cuidar desses animais! — Mamãe exclamou, furiosa por eu estar apresentando o projeto da minha futura clínica para o meu pai, que mesmo sem entender muita coisa, estava pelo menos interessado em me ajudar no que fosse necessário para a realização dos meus sonhos.

Fingi não ligar para sua presença e continuei explicando as funcionalidades ao meu pai, que prestava atenção em tudo o que eu dizia, mas eu sentia que seu interesse era pouco mesmo que fizesse de tudo para demonstrar que estava realmente interessado.

— Filha, eu entendi tudo o que foi dito, mas quanto seria tudo isso, sabes que vai precisar de um engenheiro para começar a construção. — Disse ele, voltando a ver o jornal que o carteiro deixava toda manhã nos correios das casas.

— Pai, achei que eu poderia começar o mais rápido possível, pois eu queria ter o meu lugar próprio, sabes que meu estagio é temporário. — Afirmei, pensando que o mesmo iria me ajudar com o financeiro, já que era ele que controlava os gastos da casa.

Papai balançou a cabeça negativamente e olhou para mamãe que se sentou no sofá, cruzando as pernas, fazendo sua pose arrogante se sobressair a qualquer custo. Ela queria que eu entendesse que tudo não seria do jeito que sonhei e sim como eles queriam, tanto que sentia uma certa pressão no ar, como se eles quisessem me dizer alguma coisa.

Eu preferi não comentar nada e subi para o meu quarto, pois não queria chateá-los e deixaria para comentar mais sobre a clínica depois que estivesse tudo mais calmo.

Eu não deixaria mamãe se meter mais uma vez em minha vida, já não bastava o meu namoro com Gael, que foi estragado por ela no passado.

O conheci na praia quando tinha 18 anos, em uma das visitas que fiz a Júlia, onde passeamos pela orla com a Wendy e do nada esbarrei nele, que tinha acabado de sair da praia, estava de bermuda e uma camisa azul pendurada no ombro.

Queria tanto que ele me entendesse, mas agora eu entendo que eu errei em não ter continuado ao seu lado. Gael era um rapaz de classe média, morava em um apartamento pequeno em Candeias e trabalhava de garçom em um dos restaurantes do local.

Quando nos conhecemos melhor e levei-o para um jantar com meus pais, mamãe não se conteve, fez questão de mostrar quem era e fez varias perguntas indiscretas. Papai tentou intervir, mas a mesma não se intimidou, continuou com suas alfinetadas.

Gael se sentiu mal pela forma que foi tratado, pedi mil desculpas a ele, mas não foi suficiente. Passamos 6 meses juntos, os melhores da minha vida, mas infelizmente ele preferiu terminar, dizendo que a minha mãe tinha razão que ele nunca iria poder me dar a vida de princesa que eu tinha na mansão dos Borges.

Eu tentei implorar para que ficássemos juntos, eu o amava e não estava preparada para deixa-lo, mas ele preferiu assim. Tivemos momentos incríveis, mas nunca senti vontade de dar o próximo passo e ele sempre respeitou os meus limites.

Ainda sofro por ele, não vou mentir, mas agora é um sofrimento mínimo, porque depois do termino foquei mais em meus estudos e quando passei a estagiar em uma clínica próxima a faculdade, tive menos tempo para pensar em nosso termino.

Wendy e Júlia me apoiaram e me deram varias palavras de consolo, mas disseram que um dia eu precisaria ter a coragem de enfrentar a minha mãe, ou ela sempre ia interferir em minha vida.

Eu queria ter essa capacidade, mas as vezes me sinto coagia a certas coisas, mamãe sabe onde tocar e ferir, é como se ela soubesse os meus pontos fracos.

Yara é minha companhia no dia a dia naquela casa quando estou de folga do estagio, nós sempre passeamos três vezes ao dia quando estou em casa e a minha cachorrinha sempre fica feliz quando estou por perto, pelo menos ela me entende.

Desabafei tanto com ela e a bichinha nunca cansa de ouvir as minhas lamurias.

Estava sentada na cama quando peguei meu caderno de anotações, queria olhar para a foto que eu tinha do Gael, aquele que jurei amar eternamente naquela praia, onde tudo começou.

Estava tão distraída que não vi quando mamãe entrou em meu quarto, sem pedir licença.

— Ainda pensando nesse rapaz? — Indagou, cruzando os braços.

— O que a senhora quer? — Perguntei, ignorando seu comentário e guardando o caderno na gaveta do criado mudo.

— Em algum momento o seu pai terá que conversar com você, mas eu quero adiantar alguns pontos para que se prepare. — Disse ela, sentando-se na beira da cama.

— Conversar sobre o que? — Eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo, percebi os olhares silenciosos entre os dois e preferi não tocar no assunto naquele momento.

— Nós estamos com problemas nos negócios, vários clientes desistiram das compras dos apartamentos, aqueles em construção. — Comentou, tentando não se abalar com o fato.

— Porquê?

— Ainda não sabemos, mas ontem à noite, um novo cliente contatou a empresa depois que soube desse fato e quis negociar com seu pai.

— E isso não é bom, ele vai comprar todos? — Perguntei, ainda sem entender onde a mesma queria chegar com aquela conversa fora de hora.

— Sim, mas para tudo há sempre uma condição!

— Que condição? — Estava com medo de sua resposta, pois eu sentia que não era uma coisa muito boa, mas incentivei a mesma a dizer para acabar de uma vez com aquele suspense.

— Você se casar!

Beijos e até o próximo capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo...

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